Prevenção deve garantir segurança e bem-estar prolongado para os cavalos

Reação normal de defesa do organismo a uma agressão traumática ou biológica (infecciosa), os processos inflamatórios precisam ser controlados e eliminados para que aquele órgão ou sistema consiga exercer sua função de forma plena e eficiente.

Conforme explica a médica-veterinária gerente de produtos da linha equestre da Ceva Saúde Animal, Fernanda Ambrosino, as inflamações podem ocorrer em qualquer parte do corpo e são caracterizadas pela dor e calor regional, vermelhidão, por causa do aumento da permeabilidade, inchaço das estruturas acometidas e consequente perda parcial ou total da funcionalidade.

“Um equino com inflamação no sistema locomotor é um animal que manca e reluta em exercer determinadas atividades. Já um equino com inflamação no sistema digestório, geralmente, desenvolve cólica”, explica a zootecnista.

Segundo ela, os equinos são muito suscetíveis a problemas no sistema locomotor, principalmente nos membros anteriores que sustentam e amortecem cerca de 55% do peso total do cavalo.

“Por serem mais exigidos nas questões de sustentação e amortecimento do corpo, especialmente nos animais de esporte e tração, é comum que estes membros sofram processos inflamatórios com uma maior recorrência, especialmente desmites (inflamação dos ligamentos) e tendinites”, cita.

Ela acrescenta ainda que o efeito negativo do desconforto que a inflamação causa no animal é perceptível tanto em seu comportamento, muitas vezes tornando-o mais agressivo ou arisco, quanto na sua performance, que diminui claramente.

“Além disso, mediadores inflamatórios têm efeitos deletérios nos tecidos acometidos, prejudicando sua total recuperação quando em grandes quantidades. Por estas razões, a utilização de anti-inflamatórios é essencial na clínica médica e cirúrgica de equinos”, explica.

Sugestões

Fernanda comenta que, atualmente, a utilização de anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) são os mais recomendados para a maioria dos processos inflamatórios dos equinos, devido a sua atuação na inibição da biossíntese das prostaglandinas, um dos principais mediadores de dor.

Ela conta que o grande problema dos AINES é o fato de inibir também a produção das enzimas ciclooxigenases (COX-1 e COX-2) sem distinção.

“A COX-1 é uma enzima altamente importante para o funcionamento dos tecidos e órgãos, presente nas plaquetas, nos rins, no endotélio, sendo responsável pela produção do muco protetor do sistema digestório e inibição do ácido gástrico, evitando situações como gastrites e úlceras”, relata. “Já a COX-2 tem a produção induzida pelos estímulos inflamatórios e está relacionada diretamente à febre, à dor e à inflamação”, acrescenta.

De acordo com a médica-veterinária, o uso de AINES por períodos prolongados, sem a proteção do sistema gastrointestinal, pode fragilizar as estruturas do sistema digestório dos equinos e desencadear quadros de desconforto abdominal.

Soluções

Para reduzir os efeitos prejudiciais para o sistema gástrico e renal, os anti-inflamatórios não esteroidais com inibição seletiva para a COX-2, também conhecidos como os firocoxibes, ganham cada vez mais mercado.

O firocoxibe é primeiro AINE inibidor altamente seletivo da COX-2 autorizado para uso em equinos, com estudos pré-clínicos demonstrando sua efetividade, para controlar processos inflamatórios dolorosos, tanto de tecidos moles quanto dos tecidos musculoesqueléticos, em pós-operatórios e quadros de hipertermia (febre).

“Em estudos comparativos com equinos submetidos a cirurgias intestinais, o firocoxibe mostrou-se vantajoso em relação à flunixina meglumina para equinos que se recuperavam de lesões isquêmicas intestinais, promovendo uma melhor recuperação da mucosa lesada”, relata a profissional.

Ela acrescenta ainda que, no estudo comparativo entre animais com quadros de osteoartrite tratados com firocoxibe ou fenilbutazona, a proporção de animais com melhora no 14º dia de tratamento foi significativamente maior no grupo tratado com firocoxibe quando comparada à dor da manipulação ou palpação, edema articular e amplitude de movimento.

O bem-estar animal e a segurança farmacológica pautam o cuidado com os equinos.  “Quando o bem-estar do equino atleta é levado a sério e ele não sente dor ou desconforto, ele se encontra em condições favoráveis para exercer o seu melhor, entregando a performance desejada”, arremata a profissional.

Com informações da assessoria de comunicação Ceva Saúde Animal