Boa Comunicação Social é essencial para o prestígio da profissão veterinária e para ser bem compreendido
Como já aconteceu com os economistas, há anos, confundidos com contadores e, mais antigamente ainda, com guarda-livros, e também com os arquitetos, considerados artistas, desenhistas, que não conseguiram formar-se em engenharia, a profissão veterinária ainda não conseguiu ser compreendida na sua amplitude nem muito menos em relação á sua importância para a sociedade.
E a falta de um trabalho verdadeiramente profissional de Comunicação Social, resulta em desconhecimento, e este em falta de prestígio, que, por sua vez, prejudica muito os profissionais da veterinária.
A exceção, são os médicos veterinários especializados na clínica e na cirurgia dos pets. Mas, essa exceção está em vias de se tornar regra, com a péssima formação propiciada por boa parte das quase 500 faculdades existentes no Brasil, quantidade superior a todas as existentes no mundo, o que não aconteceria se tivéssemos um Ministério da Educação de verdade.
Comunicação Social
Mas, o que é Comunicação Social, como ela funciona, e para o que ela serve? Solicito a paciência do leitor para suportar um bocado de historia e de teoria. Todo mundo sabe que não é suficiente saber, ter idéias, opiniões e atuar, fazer, agir, mas é preciso saber transmitir, interagir, comunicar. E isso é bem mais complicado do que parece.
Um problema comum
“Não importa o que você fala e sim o que o outro entende”. E muito raramente, aquilo que você fala é exatamente o que o outro entende. Entre casais, isso é praticamente a regra… Muitos prejuízos, brigas, desentendimentos, conflitos, já foram causados pelas deficiências de comunicação. Pelos teóricos, denominados “ruídos de comunicação.”
Não é ciência exata
O termo “Comunicação Social” não é uma ciência exata e por isso existe mais do que uma definição. Ele nasceu na Igreja Católica com o objetivo de difundir a fé e conquistar almas, e durante séculos, foi eficiente nisso.
Criou, como símbolo, a cruz – fácil de desenhar, de construir, de entender e de gravar na memória. Espalhou igrejas no mundo todo, quase sempre localizadas no centro das cidades ou no local mais alto e de fácil visualização. Criou um meio de comunicação à prova de enguiços, e capaz de funcionar durante séculos (ou milênios!) sem necessitar de manutenção, e usando exclusivamente a força humana: o sino. E criou um sistema muito eficiente de pesquisa: a confissão.
Mas as igrejas protestantes modernas revolucionaram os seus sistemas de comunicação social, com destaque para o emprego da televisão.
A importância da pesquisa
O processo da Comunicação Social parte da concepção de uma estratégia baseada na pesquisa e no emprego de recursos práticos para atingir o público-alvo.
Estratégia é um termo de origem militar que significa “a arte de conceber o plano geral.”
Táticas são os meios práticos com vistas à obtenção dos melhores resultados com o menor custo e maior eficiência.
Os recursos básicos
Antes de tudo é necessário definir, com clareza e objetividade, aquilo que se pretende difundir, e também o público a ser atingido: o público-alvo.
- Publicidade e Propaganda – para uns são sinônimos, e para outros, publicidade existe para transmitir idéias enquanto a propaganda serve para difundir produtos e serviços.
- Assessoria de Impernsa – sua função é divulgar informações, notícias, notas e idéias através da imprensa escrita e eletrônica.
- Relações Públicas – “é a atividade e o esforço deliberado, planificado e contínuo para estabelecer e manter compreensão mútua entre uma instituição pública ou privada e os grupos de pessoas ao qual esteja diretamente ligada.”
Confunde-se com o termo Comunicação Social.
Os dois significados de mídia
É o nome do especialista de uma agência de publicidade encarregado de distribuir a verba, mas também o nome dado ao conjunto de meios de comunicação que levam a mensagem ao público-alvo. Esses meios são muitos e muito variados. Cada um deles tem características próprias, indicações e limitações.
Exemplos de mídias
- Jornais
- Revistas de público geral
- Revistas especializadas
- Rádio
- TV
- Cartazes e cartazetes
- Painéis rodoviários
- Faixas
- Internet e aplicativos digitais
- Volantes
- Folders
- Encartes
- Mala-direta (por diversas vias)
- Artes plásticas
- Brindes
- Livros
- Filmes
Trabalho complexo
O trabalho dos profissionais de mídia das agências de publicidade, é extremamente técnico e muito complicado. Para que ele seja eficiente é necessário que se baseie não apenas nas pesquisas mas também na experiência, no estudo de casos e na sensibilidade.
E, ainda mais do que tudo isso, é fundamental que seja levado a cabo por profissionais que gostem muito desse tipo de trabalho e que tenham um bom nível cultural, além de uma curiosidade infinita.
David Ogilvy, um importante publicitário, dono de agências em mais de 150 países, dizia para seus funcionários: “Se você não aprecia o que está fazendo, eu lhe peço: procure outra ocupação. Lembre-se do provérbio escocês: Seja feliz enquanto está vivo, porque vai passar muito tempo morto.”
Conheça dois ícones da moderna comunicação social
Marshal McLuhan – Foi um filósofo, educador, canadense, falecido em 1980. Formou-se em engenharia e em literatura inglesa. Foi professor de diversas universidades e publicou 15 livros. Sua obra mais famosa é “O Meio é a Mensagem”, que mostra que o prestígio do meio de comunicação onde a mensagem, a idéia, a informação, é divulgada, tem importância decisiva para a sua credibilidade. Ele criou o termo “Aldeia Global”, antevendo o futuro das comunicações via Internet, TV via satélite, telefone celular, tablet. etc… Afirmou que o mundo passaria a funcionar como uma aldeia indígena, com a possibilidade de intercomunicação imediata entre seus habitantes. E ele acertou em cheio! McLuhan foi o precursor dos estudos sobre mídia. Ele considerava os meios de comunicação “extensões do homem.”
David Ogilvy – nasceu na Inglaterra e viveu entre os Estados Unidos, a França e a Suíça. Foi cozinheiro no Hotel Majestic, em Paris, vendedor de fogões na Escócia, dirigiu o Instituto Gallup (pesquisa), foi fazendeiro na Pensilvânia e trabalhou no Serviço Britânico de Informações, durante a Segunda Guerra Mundial, entre outras atividades, como se essas não fossem suficientes. Em 1949, mudou-se para Nova Iorque, onde fundou, com o reduzido capital de US$500,00 emprestados, a agência de publicidade Ogilvy&Mather, conquistando renome internacional com as contas da Rolls Royce, Scheweppes, camisas Hathaway e de Porto Rico, além de várias outras. Aposentado, bilionário, com agências em mais de 150 países, viveu num imenso castelo da França, até o fim dos seus dias, aos 88 anos.
Leia com atenção o que disse esse gênio da Comunicação Social. Você vai lucrar com isso
- Admiro as pessoas que trabalham com gosto. Se você não aprecia o que está fazendo, eu lhe peço, procure outra colocação. Seja feliz enquanto está vivo porque vai passar muito tempo morto.
- A maioria dos homens de negócio é incapaz de pensamento original, por serem incapazes de escapar da tirania da razão. A imaginação deles está bloqueada.
- Enquanto estou, assim, ocupado em fazer nada, recebo um fluxo de “telegramas” vindos do meu inconsciente, que se tornam matéria prima dos meus anúncios. Mas é preciso mais trabalho duro, abertura mental e curiosidade incontrolável.
- Connan Doyle escreveu: “A mediocridade não conhece nada melhor do que ela mesma.” Tenho observado que homens medíocres reconhecem talento, se ressentem com ele e se sentem compelídos a destrui-lo.
- Na média, o título de um anúncio, de um artigo, de um comunicado… é lido cinco vezes mais do que o texto. Quando acabar de escrever seu título você terá gasto 80% da verba. Se não conseguir vender o produto, a idéia ou a informação, já perdeu muito tempo e dinheiro. O mais pernicioso de todos os pecados é redigir um texto sem título.
- É mais provável que o leitor venha a ler o texto se o título lhe despertar curiosidade.
Agora sou eu, o autor desse artigo, que vou lhes contar alguns títulos famosos do jornalista mais bem pago do antigo jornal O Dia do qual se falava que, rasgado, saia sangue.
Sobre uma menina intoxicada por um cachorro quente: “Cachorro fez mal à moça.”
Sobre dois cadáveres encontrados enterrados perto de um bananal: “Adubava bananeira com cadáver.”
Sobre aquele músico que, indignado com a manifestação do público num festival de TV, jogou o violão numa moça, no auditório: “Violada em pleno auditório.”
São todos excelentes títulos, que não primam pela elegância mas perfeitos para o público daquele jornal, daquela época.
- Todo tipo de anúncio (ou de texto) enfrenta o mesmo problema: a credibilidade.
- Um subtítulo, em letras grandes, com duas a três linhas, publicado entre o título e o texto principal, aumentará o apetite do leitor para o banquete que virá em seguida.
- Se você começar o texto principal com uma letra inicial grande (“capitular”), o índice de leitura aumentará em mais de 10%.
- Se você tem uma porção de fatos e relatos, não tente uni-los em parágrafos longos. É melhor dividi-los em números ou em blocos separados.
- Você poderá fazer “lições de casa” até o dia do Juizo Final, mas jamais alcançará fama e fortuna se não inventar grandes idéias.
- Certa vez perguntaram a um grande publicitário – Albert Lasker – qual a melhor qualidade possível numa pessoa. Ele respondeu: “Humildade diante de uma boa idéia.”
- A maioria das campanhas (e de textos, em geral) é complicada demais. Elas se propõem alcançar uma longa lista de objetivos e tentam conciliar pontos de vista divergentes. Na tentativa de conseguir coisas demais acabam não conseguindo nada.
- Com a opinião pública do seu lado, nada pode fracassar (Abraham Lincoln).
Dicas úteis para escrever com clareza (o que todo jornalista sabe)
- Antes de começar a escrever, pense bem no que você quer transmitir, e para quem.
- Capriche no título que deve ser curto e resumir todo o assunto.
- Abaixo do título, faça um resumo (“lide”) de todo o assunto.
- Comece o texto com a primeira letra, grande (“capitular”).
- Não abuse dos adjetivos, porque se fizer isso eles acabam perdendo o valor.
- Divida o texto em blocos, precedidos de um subtítulo destacado em negrito ou sublinhado. Isso facilita a leitura.
- Resista à tentação de demonstrar cultura,usando palavras complicadas. Escreva da mesma forma como você fala. Mas se não consegue resistir, então inspire-se em Euclides da Cunha ou em James Joyce, por exemplo…
- Resista à tentação de usar letras maiúsculas quando elas não se justificam sob o ponto de vista da ortografia.
- Instale um dicionário no seu computador e o consulte, sem cerimônia, sempre que tiver dúvida. É rápido, fácil, prático e indolor.
- Releia seu texto algumas horas depois e elimine as palavras que estão sobrando, para torná-lo leve e enxuto.
- Evite escrever em ordem indireta. Isso só fica bem em latim.
- Sempre que possível, enriqueça o texto com fotos (com legendas curtas), gráficos ou outras ilustrações. Isso aumenta muito a leitura.