Os cães do frio extremo, principalmente no Alasca, têm como função principal puxar trenós. Apesar dos snow cars, motorizados, dotados de lagartas que a gente vê na televisão e que são mais rápidos e confortáveis, os trenós puxados por diversas parelhas de cães continuam prestando bons serviços.
Trata-se de um sistema muito antigo e eficiente, sem o qual a vida de grande parte daquela imensa região gelada seria inviável.
Mas o treinamento desses cães, geralmente da raça Husky Siberiana, é complicado e exige adestradores especializados. Eles precisam adquirir capacidades difíceis, como, por exemplo, urinar enquanto correm. E a própria colocação dos cães puxadores dos trenós não é feita ao acaso. O mais importante deles é o chamado cão-chefe que é o que mais entende e melhor obedece às diferentes vozes de comando. Ele também tem autoridade sobre os outros cães.
Os que são atrelados na primeira fila, ou seja, imediatamente na frente do trenó, são os wheelers, escolhidos por serem os mais fortes, os que são capazes de desenvolver maior tração e que agüentam fazer mais esforço durante mais tempo.
Parte das decisões que precisam ser tomadas durante o percurso, como escolher o melhor trajeto, evitar obstáculos, como fendas, é tomada pelo condutor através de gritos de comando, mas uma parte importante é da iniciativa do cão-chefe. Dependendo da quantidade de cães usados na tração do trenó, um cão que tenha aptidão especial para essa tarefa é colocado atrás ou ao lado do cão-chefe.
O treinamento dos cães de trenó, em suas diversas especialidades, é demorado e exige muita paciência e técnica inclusive para que eles sintam prazer em executar as suas funções e nunca as considerem um castigo.
A alimentação também precisa ser especial para que possam suportar o frio.
Entre outras características, precisam ser muito proteicas, o que é conseguido com uma abundante quantidade de carne, como por exemplo, a de rena.