Psicóloga Juliana Sato, especialista em comportamento pet, explica as peculiaridades dos gatos e como criar um vínculo saudável com eles

O Dia Internacional do Gato, comemorado em 8 de agosto, foi criado pelo Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal para conscientizar a população sobre a importância de proteger e cuidar da saúde dos felinos. Entender como se comportam e sentem o meio ambiente é fundamental para criar um vínculo mais saudável com o pet e se tornar um tutor melhor, ressalta a psicóloga Juliana Sato, referência em luto e comportamento pet.

Embora sejam mais independentes e pareçam mais distantes dos seres humanos, os gatos não são autossuficientes nem exigem menos atenção do que os cachorros ou outros pets. “São animais que precisam de cuidados específicos e preventivos, como ambiente limpo, rotina alimentar adequada e espaços enriquecidos – com esconderijos e prateleiras para circulação – que garantam sua privacidade e, ao mesmo tempo, ofereçam estímulos, além de tempo de qualidade para interação e descanso”, afirma a especialista. “Por isso, antes de adotar um felino, é essencial avaliar ainda se o ambiente é seguro – principalmente para evitar fugas, que são recorrentes – e se a família está disposta a respeitar o ritmo e as necessidades do animal”, ressalta.

Outro erro bastante comum é tratar o gato como se fosse um cão, o que acaba frustrando as expectativas do tutor, principalmente em relação à afetividade, segundo a psicóloga. “Os gatos expressam sua afetividade de forma mais sutil e silenciosa, porém não menos profunda. Diferentemente dos cães, os gatos escolhem quando e como se aproximar. São companheiros atentos, sensíveis ao meio ambiente e à rotina do tutor”, observa. “Quando criam vínculo, costumam seguir a pessoa pela casa, esperar na porta, deitar por perto e até trazer pequenos presentes como demonstração de afeto”.

Para ajudar os tutores a criar um vínculo especial com seu mascote felino e protegê-lo, Juliana Sato listou algumas peculiaridades deste animal e como lidar com eles:

  • Gatos gostam de limpeza: por isso, mantenha o ambiente e a caixa de areia sempre limpos para evitar doenças. Deixe-os à vontade para se limparem, lambendo o próprio corpo.
  • Fujões por natureza: a fuga é bastante comum em gatos. Por isso, além de instalar telas de proteção nas janelas e manter as portas fechadas, é preciso fazê-los se sentir seguros e acolhidos. “É possível construir um vínculo tão seguro e prazeroso que o gato não sinta necessidade de sair em busca de aventuras externas. A forte conexão com o tutor também acaba aumentando as chances de retorno, caso ele fuja”, afirma Juliana. O segredo está em oferecer um ambiente rico em estímulos, com brinquedos, prateleiras e outras interações, livre de estressores. A castração também ajuda a reduzir o instinto de fuga.
  • Sentidos extremamente aguçados: os gatos são mais sensíveis a mudanças, sons e cheiros. Odores intensos, barulhos e som alto podem causar estresse ou problemas de saúde. Por isso, observe sinais como mudanças no apetite, nos padrões de higiene, sono ou comportamento de aproximação.
  • Precisam ter espaço próprio: os gatos gostam de descansar em lugares tranquilos, assim como se movimentar pela casa e buscar algo para se entreter. É importante instalar esconderijos, prateleiras e nichos em locais altos, arranhadores e dar liberdade para escolher onde estar.
  • Necessitam de tempo para ganhar confiança: respeitar o tempo do gato é o primeiro passo para construir um vínculo saudável. Portanto, não o coloque no colo à força. Permita que o animal venha quando quiser. A previsibilidade na rotina e o tom de voz calmo ajudam a criar segurança. Brincadeiras diárias, interações positivas e atenção – mesmo que silenciosa – fortalecem a relação. “O gato precisa saber que pode confiar no ambiente e nas pessoas ao redor”, explica.

Informar-se ao máximo sobre o comportamento natural dos gatos é fundamental para cativar o animal, fortalecer o vínculo e ser um tutor melhor. “Prepare o ambiente com segurança e enriquecimento, abra espaço para que ele seja o que é: um animal sensível, inteligente e cheio de nuances”, conclui.

Sobre Juliana Sato

Psicóloga graduada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo, com pós-graduação em distúrbio alimentar pela Unifesp, Juliana Sato é certificada pela renomada Association for Pet Loss and Bereavement, entidade pioneira e referência em luto pet nos Estados Unidos. Desde 2023, ela atua com consultoria e atendimento em saúde mental para profissionais do segmento Pet Vet, além de oferecer mentorias para empresas e lideranças que desejam construir culturas organizacionais mais humanas, seguras e sustentáveis. Em 2024, passou a integrar a diretoria da Ekôa Vet – Associação Brasileira em Prol da Saúde Mental na Medicina Veterinária. Também é criadora do canal VibeZenCast, onde compartilha conteúdos sobre saúde mental, autocuidado e bem-estar. Saiba mais no site da especialista  ou no Instagram @julianasato.

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