A Profissão Veterinária brasileira necessita de Veterinários qualificados em muitas áreas e não apenas daqueles que passaram por cursos de formação e cuidam da saúde de animais.

Nos últimos anos a Academia em convênio com a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), presidida pelo Acadêmico Honorário Dr. Antonio Mello Alvarenga Neto tem participado de uma série de atividades como reuniões e publicações relativas ao agronegócio, em particular a segurança alimentar. O Seminário é mais uma demonstração dos bons resultados da parceria entre as duas instituições e faz parte de um dos objetivos da Academia que é o de assessorar o governo em assuntos relativos à Veterinária.

Objetivos da academia:

  • EXECUTAR atividades, sociais, culturais, científicas e tecnológicas
  • PRESERVAR a memória da Medicina Veterinária Brasileira
  • PROMOVER intercâmbio com entidades congêneres
  • CONTRIBUIR para o progresso da Profissão
  • ASSESSORAR o Governo em assuntos relacionados à Medicina Veterinária
  • MANTER Biblioteca e Museu
  • PREMIAR iniciativas culturais
  • REALIZAR ou participar de eventos nacionais e internacionais

Para manter a condição de potência alimentar para um mundo faminto, com reflexos na economia do país, há necessidade de Veterinários para garantir em quantidade e qualidade a produção de alimentos de origem animal, principalmente carnes bovina e suína, além de frangos. Num futuro próximo, pescado. Além de muitas outras atividades

A iniciativa do Seminário resultou de sugestão do Acadêmico e Jornalista Luiz Octavio Pires Leal, em consequência de artigo publicado na revista “Animal Business Brasil” da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) editada pelo mencionado Acadêmico. No artigo é mostrada a situação do ensino de veterinária no País, com o excessivo número de cursos, além de outras informações (https://animalbusiness.com.br/medicina-veterinaria/formacao-pratica/situacao-atual-do-ensino-de-medicina-veterinaria-no-brasil/).

O grande número de Veterinários (mais de 160.000) existentes no país, formados em 370 cursos (até 12 de dezembro de 2018), reflete quantidade mas não necessariamente qualidade. A proliferação é desenfreada. Somente nos últimos 4 meses de 2018, os cursos autorizados pelo MEC foram 19 (351 em 6 de setembro; 360 em 15 de outubro; 369 em 22 de novembro; 370 em 12 de dezembro).

Cursos de Medicina Veterinária

Números oficiais do MEC em 12 de Dezembro de 2018

Cursos Vagas autorizadas
370 73.056
Presenciais A distância Presenciais A distância
360 10 51.756 21.300

 

Foram convidados para o Seminário representantes de instituições que têm relação direta com o tema. Suas opiniões e sugestões estão sendo sintetizadas em propostas exequíveis a curto prazo para melhoria do ensino de Veterinária, para apresentação às novas autoridades do País.

O Seminário foi uma “iniciativa com acabativa” segundo a definição do Ex-Ministro da Agricultura Roberto Rodrigues quando tomou posse na Presidência da Academia Nacional de Agricultura.

Pessoalmente, creio que com urgência deverão ser tomadas as seguintes medidas.

Sugestões sobre o ensino de veterinária:

  • Moratória de 5 anos para abertura de novos cursos
  • Avaliação e credenciamento dos Cursos existentes
  • Desativação de cursos deficientes
  • Atualização de Veterinários

Um bom exemplo de como lidar com a proliferação de cursos comerciais e de má qualidade na formação de profissionais, foi o Relatório Flexner para o ensino médico nos EUA, há mais de um século, em 1910. Dele, resultou a medicina norte-americana atual, uma das melhores do mundo.

Relatório Flexner

 

Notas:
Ensino de Veterinária no Brasil

Seminário sobre Ensino de Veterinária no Brasil. Academia Brasileira de Medicina Veterinária e Sociedade Nacional de Agricultura. Rio de Janeiro, 30 de novembro de 2018.

Milton Thiago de Mello
Presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária.