O uso de silagem de trigo para alimentação de bovinos cresce cada vez mais no Brasil, sobretudo em estados da região Sudeste do país. O produto (preparado e conservado em silo) pode ser oferecido tanto para gado de leite como para gado de corte. Em Minas Gerais, porém, a silagem de trigo ainda não é um recurso utilizado em larga escala no estado.

Por isso, a Empresa de Pesquisa Agropecuária do estado (EPAMIG) desenvolve um projeto para impulsionar essa alternativa de alimentação animal.

O pesquisador da empresa, Maurício Coelho, explica que boa parte das cultivares de trigo disponíveis e adaptadas para as condições de clima e solo de Minas Gerais não são aptas para a silagem de trigo.

“As espigas possuem uma estrutura que a gente chama de arista que dificulta a digestão da silagem e, às vezes, acaba até ferindo o rúmen dos animais, explica Maurício.

Para resolver o problema, a EPAMIG realizou pesquisas com a cultivar de trigo MGS Brilhante, que está plenamente adaptada às condições de solo Minas Gerais e já é utilizada por produtores para produção de grãos.

No chamado período de sequeiro, com incidência regular de chuvas, a MGS Brilhante produz entre 25 e 35 toneladas de silagem por hectare. Já sob irrigação, a cultivar produz mais de 50 toneladas de silagem por hectare.

Maurício afirma que a silagem de trigo MGS Brilhante oferece algumas vantagens para os pecuaristas mineiros. De acordo com o pesquisador, a tecnologia é uma alternativa de produção de forragem na entressafra, com alto valor proteico e energético.