Base para o preparo de diversas iguarias, o camarão é considerado um dos alimentos mais saborosos das culinárias brasileira e internacional. Buscando novas formas de disponibilizar esse crustáceo, pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) desenvolveram um processo para a produção de camarão desidratado em pó.
O objetivo do estudo é que o novo produto – rico em proteína – seja aplicado tanto na culinária quanto na indústria alimentícia, com possibilidade de produção em larga escala, principalmente no preparo de molhos, temperos para macarrão instantâneo e patê.
O invento, coordenado pelo professor José Maria Correia da Costa, do Departamento de Engenharia de Alimentos da UFC, contou com a participação dos ex-alunos Janaína de Paula Costa e Luís Gomes de Moura Neto. O processo para obtenção do novo alimento foi tema da dissertação de doutorado de Janaína, defendida no Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFC, sob orientação do professor José Maria.
Atualmente, quase toda a produção brasileira de camarões ocorre em estados da região Nordeste (99,6%), sendo que o Ceará é o segundo maior produtor nacional, atrás apenas do Rio Grande do Norte. Aracati, no litoral leste cearense, foi o município que mais produziu camarões no País em 2020, com 3,9 mil toneladas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes a 2020.
“O camarão em pó tem um potencial muito grande por ser obtido a partir de uma matéria-prima produzida em grandes quantidades no Ceará”, diz o professor José Maria e acrescenta:
“Além disso, como o crustáceo é muito perecível, a transformação dele em um produto industrializado e estável à temperatura ambiente favorece o seu uso durante um período maior”.