Já é tarde da noite! De dentro do quarto, grita a velhinha, – “Xooo bicho! Xooooô!”; e lá vai, pra riba do telhado, mais uma sapatada certeira! Acertou os bichanos para matar? Não, acertou não! À noite, na fornicação, gatos não são nada discretos! Cachorros ficam engatados, esperando calmamente a conjunção terminar. Gatos não! Fazem muito barulho, brigam até de esfolarem, gritam, correm, num “barraco” generalizado!

Fora esses momentos, eles são até bastante reservados! Quando lhes convém, passam despercebidos, dentro e fora de casa, o que caracteriza o traço da origem selvagem comum aos felídeos (Felis cattus domesticus).

Comparando ao tempo de aproximação dos cães aos homens, mais de 500 mil anos, os gatos são recém chegados ao ambiente humano, sendo considerados atrasados no processo de domesticação.

Segundo arqueólogos, os gatos devem ter somente 10 mil anos vivendo dentro das habitações humanas. Acredita-se que o processo da domesticação dos gatos surgiu quando a estocagem de grãos, excedentes da produção agrícola, passou a ser feita; e dessa forma os locais se tornaram atrativos para pássaros e ratos, presas naturais dos pequenos felinos.

Algumas curiosidades

Embora gatos domésticos tenham presença marcante entre nós, no Egito, aproximadamente há mais de três mil anos, havia verdadeira veneração por esses animais. Certamente, eram apenas gatos amansados de alguma espécie selvagem africana (Felis silvestres). Atestam os hieróglifos que eles eram cultuados como divindades.

A arqueologia foi capaz de perceber essa importância; encontraram nas escavações, junto às tumbas, uma quantidade enorme de animais embalsamados. Afirmam que os gatos eram tantos que não podiam ser contados por unidade, mas por peso, todos guardados em pequenos esquifes. A bem da verdade, outros animais maiores também foram mumificados pelos egípcios: cães, macacos, crocodilos, bois etc., mas nenhum tão profusamente como os gatos.

Marília Martin, na arte a paixão por felinos

Durante o Salão de Artes FIEMA Brasil, em Bento Gonçalves/ RS, a premiada artista Marília Martin, gaúcha de Santa Cruz do Sul, chamava muito a atenção pela preferência por gatos, destacando-se como uma verdadeira paixão na sua produção artística.

Como ela própria comentou: – “Os gatos sempre fizeram parte de minha vida. Há mais de vinte anos sou moradora de uma chácara, nas imediações da minha cidade natal. Já faz muito tempo que uma gata apareceu miando. Parecia estar gordinha, mas na verdade, acredito, nada é por acaso, a gatinha deu à luz uma linda ninhada. Escolheu um recanto da churrasqueira da minha casa.”

Após o episódio, Marília criou afetividade e se dedicou aos bichanos. Desde então, fotografava cada um deles, o que resultou num farto acervo fotográfico. Conta a artista: – “Como eu já usava a técnica de aquarela, resolvi pintar telas tendo os gatos como personagens exclusivos.”

Porque adora fazer turismo e tendo viajado inúmeras vezes pelo mundo, colecionou imagens fantásticas. Conhece vinte e seis países; e pretende viajar muito mais, só está esperando passar a pandemia! Nem os seus adorados gatinhos vão impedir. Ela quer ampliar o seu acervo fotográfico internacional.

No cotidiano da pintora, ela destaca algumas situações curiosas de sua convivência com os gatos. Eles estão sempre junto com Marília; andam livremente sobre mesas, ou na estante onde vão derrubando tudo. São tratados como artistas colaboradores do Ateliê. Algumas vezes, passando por cima de trabalhos não totalmente secos, deixam as marcas de patinhas na tela, como que “assinando” conjuntamente a obra.

Veja o álbum Fotos CATS, da artista plástica Marilia Martin, em:
https://www.facebook.com/mariliamartin.sc