Na metade do século VI, na antiga cidade de Bizâncio, ex-Constantinopla e atual Istambul, na Turquia, foi encontrado o grande trabalho Hippiatrika, escrito por diversos autores e que tratava da criação de animais (zootecnia) e das suas doenças (medicina veterinária). Ele continha impressionantes 420 artigos, 121 dos quais redigidos por Apsirtos, nascido em 300aC, em Clazômenas, cidade banhada pelo mar Egeu.

Considerado no Ocidente o pai da medicina veterinária, estudou a profissão em Alexandria e foi o veterinário-chefe do Exército de Constantino o Grande.

A arma da cavalaria

Naquela época, como em muitas épocas posteriores, a cavalaria era uma arma decisiva de combate, o que significa dizer que a saúde dos cavalos era uma questão estratégica.

Apsirtos exerceu a profissão nas cidades de Peruza e Nicomédia (Àsia Menor) fundando uma verdadeira escola de hipiatria. Nos seus estudos ele citou o Mormo, o Enfisema Pulmonar, o Tétano, as cólicas, as fraturas, as indicações de sangria, as beberagens e os ungüentos que ele próprio preparava. Ele era um eficiente e respeitado profissional em sua época.

O interesse dos intelectuais

Diversos intelectuais das letras greco-latinas tiveram interesse pelas doenças dos animais. Na Odisseia, de Homero e na Ilíada, e Virgílio, nas Geórgicas, estudaram a fauna. Aristóteles (384-322 aC), que produziu uma verdadeira enciclopédia de conhecimento humano, deixa explícito a sua condição de naturalista, o que lhe valeu o crédito de fundador da Zoologia. Foi ele quem concebeu a primeira classificação do Reino Animal de que se tem notícia.

História dos Animais.

Plínio-o-Antigo (79dC) escreveu a História Naturalis, e Varão (27aC) o Rerum Doctissimus Rusticarum.
Desde as épocas mais remotas, a Veterinária Militar desempenhou papel de destaque na Medicina Veterinária.