Foi principalmente com o objetivo inicial de combater o Mormo, doença fatal para cavalos e pessoas, que o médico militar Muniz de Aragão desenvolveu trabalhos científicos que originaram diversas instituições, dentre elas a Escola de Veterinária do Exército.

A Cavalaria é a segunda arma mais antiga, depois da infantaria. Antigamente era empregada nos combates, tanto em missões de reconhecimento como nas batalhas. Atualmente, muito poucos exércitos ainda utilizam cavalos em combate embora esse nome ainda permaneça em uso para identificar forças motorizadas., inclusive com veículos blindados.

Dragões

Os combatentes das forças de  países que utilizavam outros animais, como o camelo e o elefante, eram chamados de dragões. Nesses casos, eles desmontavam e combatiam a pé.

Guerra do Paraguai

No Brasil, a cavalaria teve muita importância nas ações de conquista do território, durante os anos de 1865 e 1870, sob o comando do Duque de Caxias, na Guerra do Paraguai.

Nesta Guerra, teve grande destaque, por sua competência e bravura, o General Manuel Luis Osório que é o patrono da Cavalaria do Exército.

Vantagens da Cavalaria

Uma das principais vantagens da Cavalaria é a sua mobilidade, o que a torna uma multiplicadora de forças, com capacidade de flanquear, evitar, retirar e escapar, segundo a solução mais adequada na ocasião. Além disso, montado, e portanto de um ponto de vista mais alto, o cavalariano tinha a vantagem de uma visão mais ampla da situação. E a velocidade alcançada pelo animal propiciava um pesado choque sobre os combatentes a pé. E ainda há a considerar o impacto psicológico sobre o inimigo.

Na Antiguidade

“O valor da mobilidade e do choque da cavalaria foi muito apreciado e explorado pelos exércitos da Antiguidade e da Idade Média, muitos dos quais eram constituídos praticamente apenas por tropas a  cavalo” (Google). Isso acontecia especialmente nas sociedades nômades da Ásia, que originaram os exércitos mongóis.

Na Europa, a cavalaria transformou-se essencialmente numa cavalaria pesada constituída por cavaleiros com armaduras. Durante o século XVII a cavalaria europeia perdeu a maior parte das suas armaduras e, no final do século apenas algumas unidades as usavam e mesmo assim apenas a couraça peitoral.

A cavalaria tradicional sobreviveu apenas até o final da guerra de trincheiras da Ia Guerra Mundial. A maioria das unidades de cavalaria foi, então, desmontada e empregada como infantaria, na Frente Ocidental.

Entre as guerras

No período entre as guerras, muitas unidades de cavalaria foram mecanizadas, mas algumas ainda participaram da IIa Guerra Mundial, principalmente na União Soviética onde foram usadas inclusive pelos alemães e seus aliados do Eixo.

Atualmente

Atualmente a maior parte das unidades militares montadas que sobreviveram é utilizada apenas em funções cerimoniais, mas há algumas tropas que utilizam cavalos nas operações em terrenos de difícil acesso, como lamaçais, florestas densas e montanhas.

Em muitos dos exércitos modernos, o termo cavalaria ainda é usado como referência à arma que desempenha funções parecidas com aquelas que a antiga cavalaria desempenhava, como: exploração; combate aos encarregados inimigos de reconhecimento; segurança avançada; reconhecimento ofensivo; ligação e penetração; recuperação do comando; retirada; penetração, e ouros movimentos. Para desempenhar essas funções a cavalaria moderna substituiu o cavalo por uma série de equipamentos como os veículos leves do tipo todo-terreno; motocicletas; veículos blindados; radares de superfície, e, mais modernamente, drones.

Quanto à função de “choque” que antigamente era desempenhada pela cavalaria pesada, em muitos exércitos é praticada pelos blindados. Mas há exércitos no mundo que ainda executam esta função com a cavalaria.

Carros puxados a cavalo

“Antes da Idade do Bronze, o papel da cavalaria no campo de batalha era, essencialmente, desempenhado pelos carros ligeiros puxados a cavalo”.

O carro leve de combate puxado a cavalo teve origem na cultura de Andronovo da Ásia Central e espalhou-se pelos povos nômades ou seminômades indo-iranianos. O carro foi prontamente adotado por povos sedentários, tanto como meio de combate como símbolo de “status”, especialmente pelos egípcios, assírios e babilônios, nas ocasiões cerimoniais.

Os carros de combate tracionados por cavalos já eram obsoletos quando os persas foram derrotados por Alexandre o Grande, mas continuavam ainda a ser usados pelos povos menos adiantados.Os povos do sul da Grã Bretanha, por exemplo, combateram a invasão romana, comandada por Júlui César, usando carros militares tracionados por cavalos, isso em 55 a.C.

Desenvolvimento das técnicas

As técnicas de cavalaria foram uma novidade criada e desenvolvida pelos povos nômades da Ásia Central e pelos habitantes do atual Irã (partias e sármatas).

Baixos relevos de 860 a.C. representando a cavalaria assíria, mostram que naquela época os cavaleiros não usavam esporas, selas,nem estribos. Eles montavam em pares, um era arqueiro e o companheiro cuidava das rédeas, Mas as espadas também eram usadas, assim como os escudos. Tempos depois, apareceram as selas permitindo que o próprio arqueiro manejasse as rédeas.

Em 490 a.C., segundo relato de Heródoto, foi criada uma raça de cavalo de grande porte, capaz de suportar o peso de cavalarianos usando armaduras cada vez mais pesadas.Mas naquela época  os cavalos pesados, de grande porte, eram muito raros.

Na Grécia Antiga e na Macedônia

A arma da cavalaria desempenhou um papel de menor importância na Grécia Antiga e na Macedônia. A preferência na época era para o uso da infantaria couraçada, mas a Tessália era famosa por seus experientes cavalarianos. Eles ensinaram aos gregos o grande valor da cavalaria.

Xenofonte, escritor e soldado ateniense, defendeu a tese da conveniência de uma pequena e bem treinada força de cavalaria e escreveu diversos manuais na defesa da sua tese.

Na Macedônia, foi desenvolvida uma importante cavalaria pesada que culminou nos hetairos, a Cavalaria dos Companheiros, de Felipe II e de Alexandre o Grande. E ainda houve os combatentes de cavalaria ligeira, os pródromos e os ippikos, soldados de cavalaria média, que eram armados com lança e espada, protegidos com malhas de aço e chapéu.

No Império Romano

“O serviço na cavalaria, no início da República Romana, manteve-se como uma prerrogativa reservada aos membros da classe abastada dos équites, os únicos com capacidade para manter um cavalo, além das armas e da armadura”. Na medida em que essa classe cresceu, tornando-se uma verdadeira elite, mais do que propriamente um grupo de militares, os romanos começaram a empregar aliados italianos, não romanos, da classe dos  socii para preencher os postos da sua cavalaria. Simultaneamente, eles, começaram a convocar auxiliares de cavalaria estrangeiros, entre os iberos, gauleses e númidas.

Os primeiros imperadores mantiveram uma ala de cavalaria composta de batavos como guarda pessoal que mais tarde foi extinta pelo Imperador Galba ( posteriormente, governador da Germânia e Procônsul da África).

Durante a maior parte da República, a cavalaria romana funcionou apenas como auxiliar da infantaria das legiões, formando tão somente cerca de um quinto do total da força armada. Isso, entretanto, não significa que sua utilidade tenha sido de menor importância uma vez que seu papel estratégico no reconhecimento e durante as operações avançadas foi fundamental para a reconhecida capacidade dos romanos de conduzir operações em longas distâncias, em território hostil e desconhecido, A carga final durante a Batalha de Aquilonia é uma prova cabal da sua capacidade de promover ataques decisivos.

Após algumas derrotas, como a da batalha de Carras, os romanos aprenderam com os partos e os sassânidas a importância da ação de uma grande formação de cavalaria. Ambos eram famosos soldados de cavalaria, armados com lanças e equipados com uma completa e pesada armadura. A grande mobilidade da Cavalaria Parta confundiu os romanos cujas formações foram incapazes de neutralizar a sua velocidade. Depois dessa experiência, os romanos decidiram aumentar muito tanto a quantidade de cavalos como os padrões de treinamento da sua cavalaria mas ainda assim,  continuaram dando ênfase à infantaria pesada.

O progressivo declínio do Império Romano e da sua infraestrutura, tornou cada vez mais difícil a mobilização de uma grande força de infantaria.

Durante os séculos IV e V, a cavalaria começou a assumir um papel cada vez mais importante nos campos de batalha da Europa, o que foi possível pelo desenvolvimento de novas raças de cavalos pesados.

A substituição da sela romana por novos modelos providos de estribos, possibilitou aos cavaleiros maior conforto, estabilidade e segurança, durante as batalhas.

A cavalaria árabe

A cavalaria árabe, no início, na época dos califas, consistia  de uma cavalaria ligeira armada com lanças, espadas e uma armadura leve. Atacar os flancos e a retaguarda do inimigo eram as suas funções principais. Durante os últimos anos da conquista islâmica do Levante, a cavalaria ligeira demonstrou ser a mais poderosa arma do exército muçulmano. “O melhor uso desse tipo de cavalaria rápida e ligeiramente armada foi demonstrado na Batalha de Jarmuque, no ano de 636, na qual Khalid ibn al-Walid sabendo da importância e da habilidade da sua cavalaria, usou-a para virar o jogo em todos os momentos críticos da batalha, aproveitando-se da sua capacidade para o contato, o rompimento de contato, a retirada e o contra-ataque a parir dos flancos ou da retaguarda.

Khalid ibn al-Walid formou a Mutaharrik tulai’a (Guarda Móvel). que era uma unidade móvel de cavalaria de elite composta por veteranos das campanhas do Iraque e da Síria.

Na Ásia Central e Meridional

“A literatura indiana contém inúmeras referências às forças de cavalaria dos nômades da Ásia Central, como os Sakas, os Tocarianos, os Kambojas, os Yavanas, os Pahalavas e os Paradas. Numerosos textos purânicos (textos importantes, destinados a serem memorizados) referem-se  a uma antiga invasão da Índia, no século XVI a.C. pelas forças de cavalaria de cinco nações, conhecidas como as Cinco Hordas”.

A importância do cavalo como ponto fundamental da cultura dos Kambojas, tornou-os popularmente conhecidos como Ashyakas (Cavaleiros).

Sinal de riqueza

“Desde o início da civilização até o século XX, a posse de cavalos de combate foi vista como um sinal de riqueza e de prestígio entre os diversos povos”. Na realidade, um cavalo de combate obriga a uma despesa importante para sua criação, alimentação e treinamento, além do alojamento, consultas com o veterinário e medicamentos. É por essa razão e notadamente por seu papel como arma militar que a cavalaria sempre foi associada a um alto padrão social e mais tarde, nos exércitos nacionais, ser um oficial de Cavalaria permanece significando – embora não tanto como antigamente – sinal de status, de prestígio.