O Brasil é o segundo maior produtor e maior exportador mundial de carne bovina. Entretanto, estima-se que apenas 15% dos animais enviados para abate apresentam carcaças que atingem o padrão de qualidade na indústria frigorífica. Em vista isso, o núcleo Rondônia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveu um dispositivo (instrumento) prático e de fácil acesso, em que o próprio produtor pode avaliar, de forma rápida e precisa, o acabamento da carcaça dos bovinos destinados ao abate, ou seja, a espessura de gordura, uma das principais características relacionadas à qualidade da carne bovina.

A nova tecnologia consiste em duas hastes articuladas que, ao serem encostadas da garupa formam um ângulo que indica se o animal está magro, com gordura adequada para o abate ou com excesso de gordura. Esse dispositivo foi baseado em outra régua desenvolvida também pelo núcleo Rondônia para avaliar a condição corporal do rebanho, chamada Vetscore.

Não há no mercado nenhum instrumento similar para esse tipo de avaliação. Para o envio de animais para o abate, o produtor costuma fazer uma avaliação visual. Entretanto, ela é subjetiva e gera conflitos com os resultados recebidos do romaneio (documento emitido pelo frigorífico indicando o peso e valorização da carcaça). Outra opção é a ultrassonografia, à qual pouquíssimos produtores têm acesso, pois o custo é relativamente alto (cerca de R$15,00 por animal).

De acordo com o pesquisador do núcleo Rondônia e inventor do dispositivo, Luiz Pfeifer, a simplicidade e a eficiência da tecnologia fazem dela uma aliada tanto do pecuarista quanto da indústria frigorífica. “O uso desse instrumento pode beneficiar todos os elos da cadeia da carne. Com a avaliação e seleção de animais adequados para o abate, a indústria terá aumento do rendimento de carcaça fria, o produtor acesso aos programas de bonificação e o consumidor, maior qualidade de carne disponível no varejo”, explica.

Fonte: Embrapa