A primeira criação nacional de cavalos data de 1755, no latifúndio da Casa da Ponte. Os animais eram vendidos em Sorocaba (SP) aos bandeirantes e se tornaram seus principais aliados no enfrentamento e exploração das riquezas da Mata Atlântica. A partir daí a criação de eqüinos se expandiu às margens do Rio São Francisco, chegando ao Centro-Oeste do País.

Em 1808, com a invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão e a instalação da Família Real portuguesa no Rio de Janeiro, a relação entre os brasileiros e o cavalo se aprofundou ainda mais.

A admiração pelo cavalo, herdada pelos portugueses durante a dominação moura, chegou ao Brasil quando D. João VI criou a Ordem de Cavalaria da Espada. A partir daí, o cavalo deixou de ser visto apenas como animal de trabalho e de guerra para se tornar objeto de exposição e culto, símbolo de beleza, virilidade e luxo.

O berço da raça Campolina

Essa raça nasceu em Minas Gerais, no município de Entre Rios, em 1870, na Fazenda Tanque. Nessa Fazenda, onde aconteceram os prrimeiros cruzamentos, está preservado um casarão construído no final do século XIX.

Outra atração da vida cultural do município é o Hospital Cassiano Campolina, construído em homenagem ao criador da raça, Cassiano Campolina.

As características da Raça

Raça brasileira de animais selecionados para sela, serviço e lazer, a Campolina tem sua história ligada ao início da criação de eqüinos no Brasil. Essa atividade começou na época do descobrimento, a partir de animais trazidos por colonizadores portugueses. Com a chegada dos animais, instalação dos primeiros criatórios e posterior expansão dos planteis, alguns criadores passaram, desde então, a selecionar através de cruzamentos, os melhores animais com base em avanços em sua genética, morfologia e andamento.
Além de desenvolverem animais que atendiam às suas necessidades, eles abriram caminho, com seus trabalhos de seleção, para chegar ao que se denominou raças brasileiras. A raça Campolina não fugiu à regra.

Constituida inicialmente de animais selecionados para uso pelo Exército (montaria) e para a condução de carruagens, a raça surgiu na época do Império, em que o Brasil era governado por D.Pedro II.
A composição genética da raça Campolina tem como base o sangue das raças Andaluz e Berbere, através do garanhão Monarca, que é o pai da raça, e éguas nacionais. Posteriormente, dez raças entraram na composição da Campolina: Alter, Anglo-Normanda, Claydesdale, Holstein, American Saddle Horse, Mangalarga-Marchador, Puro Sangue Inglês (PSI), Oldemburguês, Percheron e Orloff.

O Campolina é um cavalo de sela, marchador, para trabalho e lazer.

Trata-se de um eqüino de alto porte, tipo sela, proporcional e equilibrado na sua aparência, nobre, atento e dócil com linhas harmoniosas bem definidas.

* Extraído do livro “Campolina – A história de uma Raça”. Imagem: Wikimedia.