Quando Sanson classificou o cavalo PSI como uma “variedade inglesa de carreira da raça asiática”, (Equus caballus asiaticus), os hipólogos liderados pelo italiano Fogliata, que classifica por tipo e não por raça – entenderam que o mestre estava errado, e muito rápido seus seguidores desenvolveram várias teorias sobre o exterior do cavalo de corrida.

O professor Besnard, notável zootecnista, representante dos mais qualificados da escola sansoniana, instado a pronunciar-se sobre o comportamento da Zootecnia diante do cavalo de corrida, foi taxativo: “O cavalo de carreira é um animal de sport, e por conseguinte, nós os zootecnistas não temos nada que fazer com ele.

Passam os anos e a genética, dominando todo o vasto complexo campo da biologia, e novos conhecimentos vêm à luz.

A conclusão

Chega-se à conclusão científica de que a denominação “Puro Sangue Inglês – PSI” ou “Puro Sangue de Carreira” é uma impropriedade inadmissível para qualificar uma raça de origem oriental – berbéricos, turcos e árabes – formada na Inglaterra pela ação de três experimentos de avaliação genética:

  1. Cruzamento dirigido,
  2. Mestiçagem escolhida,
  3. Seleção testificada.

Nesta tessitura verifica-se que o elemento fundamental foi a mestiçagem geradora do processo seletivo, e que a raça manterá o vigor na medida em que não perder a hibridez.

As aptidões

Sob o ponto de vista genético, o cavalo de corrida é uma raça de aptidões e características próprias, que se classifica por origem e não por tipo. E mais, que não se trata de uma raça artificial. O artifício está no nome que lhe deram (Puro Sangue Inglês) para premiar a conquista mais nobre dos britânicos.

* Extraído do livro “Sangue e Raça – O cavalo de corrida brasileiro, de José Roberto Taranto (capítulo do hipologista Léo Pires Pinto). Imagem: Wikipedia.