Esta doença altamente contagiosa, durante o século XIX e início do século XX, causava perdas animais e humanas,pesadas, principalmente nos exércitos da América do Sul, que tinham suas forças militares calcadas na cavalaria e no transporte, que, em geral, nas cidades era feito nos bondes, carroças e charretes, movidos por cavalos e burros.

O Mormo, uma doença altamente contagiosa comum a homens e animais (uma zoonose) que grassava nas estrebarias e cocheiras das cidades e dos quartéis, foi diagnosticado pela primeira vez no Continente Americano pelo pesquisador Capitão Médico João Muniz Barreto de Aragão, no Laboratório de Microscopia Clínica e Bacteriologia do Exército, em Benfica-RJ, atual  Instituto de Biologia do Exército – IBEx, após investigação científica intensa e exaustivos testes laboratoriais. Ressalve-se que o Laboratório do Exército fora  inaugurado em 1896 sob orientação técnica e científica do Instituto Pasteur de Paris para pesquisar as doenças que acometiam os animais, com elevados índices de morbidade e mortalidade e transmitidas aos militares, reduzindo os efetivos das tropas. Desta forma,, entre os anos de 1904 e 1910, o então capitão Muniz de Aragão dedicou-se à bacteriologia e à patologia dos animais domésticos, destacando-se seus estudos sobre o Mormo no homem e a Febre Aftosa no município de Cantagalo (RJ) sendo que esse último foi uma incumbência recebida da Academia Nacional de Medicina,

O prodigioso feito científico alcançado por Muniz de Aragão, criador da Escola de Veterinária do Exército e de outras instituições, de isolar e purificar o bacilo Maleomyces mallei, para produzir um PPD-maleína e diagnosticar o Mormo em eqüídeos, ainda na fase aguda, numa época em que a bacteriologia era ainda incipiente no Brasil, foi, realmente, um grande feito.