Estudo mostra o desafio da categoria que disputa a confiança dos proprietários além de consultar a internet e profissionais do varejo para dúvidas em relação à saúde animal
Embora o veterinário continue sendo a principal influência na decisão dos tutores em prescrição de vacinas e medicamentos (91%), suplementos (76%) e vermífugos e antipulgas (75%), esses cuidadores têm recorrido cada vez mais à internet e até a profissionais do varejo em busca de informações.
Todo dia 9 de setembro, o Brasil celebra o Dia do Veterinário, e o estudo Radar Vet 2025, realizado pelo Sindan (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal), mostra que a profissão vive um momento de transformação.
Diante desse novo perfil de tutores, mais informados e exigentes, os veterinários buscam por maior qualificação: 66% deles já possuem uma especialização (pós-graduação) ou estão cursando em áreas como clínica médica e cirúrgica, anestesiologia, dermatologia, medicina de felinos e oftalmologia, com o objetivo de atender de forma mais qualificada às novas demandas. A especialização, concluída ou em curso, é mais presente entre veterinários de até 39 anos.
Com a busca dos tutores por soluções mais completas de saúde e bem-estar, o veterinário tem assumido o papel de articulador dentro do ecossistema pet. Segundo o Radar Vet, 40% desses profissionais encaminham cães e gatos para outros especialistas como profissionais de reabilitação, terapias complementares e nutricionistas. Essa prática amplia a rede de cuidados e consolida o veterinário como guia central nesse processo.
Influência na decisão dos proprietários
“O veterinário é um parceiro de confiança que contribui para a saúde, o bem-estar e a sustentabilidade em todas as frentes”, afirma Gabriela Mura, diretora de mercado e assuntos regulatórios do Sindan. Outro ponto em destaque é a autonomia, 72% dos veterinários atuam de forma independente, muitas vezes em mais de um local, com vínculo direto com os tutores, revela a pesquisa. Essa proximidade com os tutores reforça a confiança e consolida o profissional como elo central no ecossistema pet, que pede integração de serviços, inovação e atendimento personalizado.
Atuação no campo
Já no agronegócio, a atuação do médico-veterinário é fundamental para garantir a saúde dos rebanhos e a segurança sanitária da produção animal. Isso porque esses profissionais são responsáveis pelo controle de doenças, pela vacinação em massa e pelo bem-estar dos animais de produção – condições indispensáveis para assegurar alimentos de qualidade, competitividade internacional e sustentabilidade das cadeias produtivas. “Ao conectar o campo, a indústria e a mesa do consumidor, o veterinário fortalece toda a engrenagem que move a agropecuária brasileira”, destaca Gabriela.
De acordo com o estudo econômico anual do Sindan, 47% do faturamento da indústria de saúde animal em 2024 esteve diretamente ligado a ruminantes. O número reforça a centralidade do veterinário no campo e evidencia como a demanda por prevenção, vacinação e bem-estar dos rebanhos está cada vez mais associada à produtividade e à qualidade da produção, sustentando a competitividade do Brasil no cenário internacional.
Do campo que assegura a produção de alimentos às clínicas que cuidam dos animais de estimação, os veterinários são peças-chave para o futuro da saúde animal e para a construção de uma relação equilibrada entre pessoas, animais e meio ambiente. Mais do que cuidadores, os veterinários acompanham a evolução da relação entre pessoas e animais, que hoje são vistos como membros da família e exigem cuidados cada vez mais atentos.