Estudo de Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (SP) obteve sucesso com a reprodução assistida em laboratório com luz natural, sem o uso de indução hormonal, do lambari-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae)

A conquista é considerada um avanço para testes toxicológicos que utilizam embriões de peixes para estabelecer os limites de substâncias químicas na água, por exemplo. “Atualmente, testes toxicológicos com diferentes compostos são frequentemente realizados com embriões e adultos de zebrafish”, comenta a pesquisadora da Embrapa Vera Castro.

Segundo ela, além de ajudar a determinar as concentrações máximas permissíveis nos corpos de água, esses estudos permitem comparar a toxicidade de diferentes compostos e estudar os fatores que alteram o efeito nocivo desses produtos.

“O uso dos embriões do zebrafish nas pesquisas possui vantagens como, por exemplo, o seu rápido desenvolvimento, a grande quantidade de embriões produzida (média de 50 ovos/casal) de pequeno tamanho, que possibilita o uso de unidades experimentais com menor custo e redução de resíduos no laboratório”, explica. “Essas vantagens serão ampliadas com o uso dos embriões do lambari”, completa Vera.

Segundo o também pesquisador da Embrapa, Claudio Jonsson, os embriões são usados porque, geralmente, os estágios iniciais de vida são os mais suscetíveis aos efeitos tóxicos de poluentes comparados aos peixes adultos. “Os ensaios de toxicidade com embriões e larvas permitem a obtenção de dados mais adequados para a avaliação de risco ambiental”, acrescenta.

De acordo com Jonsson, existe uma carência de procedimentos de avaliação da toxicidade crônica com larvas de espécies que habitam o seu território de origem, chamadas autóctones, como é o caso desse lambari, relacionados ao registro de agroquímicos no Brasil.

“O Manual de Testes para a Avaliação de Ecotoxicidade de Agentes Químicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) recomenda a utilização de peixes pertencentes à família Characidae na avaliação de toxicidade para esse registro. E o lambari pertence a esta família, sendo uma vantagem em relação ao uso do zebrafish”, arremata o pesquisador.

Com informações da assessoria de imprensa da Embrapa
Foto de capa: Embrapa