Manejo preventivo assegura uma gestação segura e o nascimento de animais saudáveis
A chegada de um novo potro é, para muitos criadores, o resultado de meses de cuidado, dedicação e planejamento. A fase gestacional da égua é uma etapa sensível e estratégica na criação de equinos, que exige atenção redobrada para garantir o bem-estar da mãe e o desenvolvimento saudável da cria. Neste cenário, reforçar a importância do manejo sanitário preventivo é considerado peça-chave para o sucesso reprodutivo.
A gestação das éguas tem duração média de 11 meses e exige atenção contínua ao longo de todas as fases. Durante esse período, diversos fatores podem comprometer a saúde da égua e, consequentemente, o desenvolvimento do potro, como falhas nutricionais, estresse, parasitoses e infecções silenciosas. A ausência de um manejo sanitário adequado pode resultar em abortos, partos prematuros, potros com baixa viabilidade ou comprometimento imunológico nas primeiras semanas de vida, colocando em risco todo o investimento reprodutivo e genético feito até ali.
Entre os agentes infecciosos que mais preocupam criadores e médicos-veterinários, destaca-se o Herpesvírus Equino Tipo 1 (EHV-1). Altamente contagioso, o vírus pode provocar abortos súbitos, mortes neonatais e quadros respiratórios severos, mesmo em éguas clinicamente saudáveis. A forma abortiva da doença tende a ocorrer nos estágios finais da gestação e está associada a altas taxas de mortalidade fetal, variando entre 30% e 50%. O impacto é agravado pela rápida disseminação do patógeno entre os animais, tornando os surtos um grande desafio sanitário para os rebanhos.
Atenção ao manejo
Um dos principais cuidados indicados durante a gestação é a atualização do calendário vacinal. As imunizações desempenham um papel fundamental na proteção da égua contra agentes infecciosos que podem comprometer o desenvolvimento fetal e afetar diretamente a saúde do potro nos primeiros dias de vida. Vacinas contra enfermidades são amplamente recomendadas, assim como a adoção de protocolos preventivos de vermifugação para o controle dos parasitas, que contribuem para a manutenção da saúde materna, além de proporcionar um ambiente gestacional mais seguro para o potro.
“O ideal é que a égua chegue saudável à prenhez, com boa condição corporal e com os protocolos sanitários em dia. Durante a gestação, o objetivo é manter esse equilíbrio, prevenindo infecções, controlando parasitas e garantindo o suporte nutricional adequado”, destaca o gerente técnico da Zoetis. Chester Batista.
Outro ponto de atenção é o ambiente. Locais limpos, arejados e com boa drenagem são fundamentais para evitar estresse e infecções. O acompanhamento clínico deve ser constante, com exames e avaliações periódicas que possibilitem intervenções precoces em caso de anomalias no desenvolvimento fetal ou sinais de desconforto na égua.
Além disso, segundo o especialista, é fundamental a adoção de práticas de manejo preventivo, associadas ao suporte de profissionais especializados, contribui diretamente para o bem-estar animal, a longevidade produtiva da égua e a formação de potros mais fortes e saudáveis. “A proteção do potro começa ainda na gestação da égua. Investir em um protocolo completo, que una prevenção, nutrição e suporte imunológico, é uma das formas mais eficientes de garantir a saúde e o desempenho de toda a tropa”, concluí Batista.