O leitor sabe que o cão tem um olfato muito superior ao nosso, mas, possivelmente, não sabe o quanto ele é superior.
Uma informação é suficiente para dar uma idéia: enquanto eles têm – na média – 200 milhões de células especializadas, receptoras de odores, nós temos cinco milhões, ou seja 40 vezes menos.
Além disso, o nariz do cão é muito mais úmido do que o nosso, e essa umidade, segundo os pesquisadores, funciona como um “durex” que capta as moléculas aromáticas do ar ambiente. As narinas também são móveis para facilitar a captação dos cheiros. E quando estão farejando, eles se concentran nessa tarefa, suspendendo a respiração.
Além do faro muito desenvolvido, – e que é o sentido mais importante dos cães – seu cérebro tem grande memória olfativa que permite que eles formem um verdadeiro arquivo de cheiros.
Uma quantidade grande de odores permanece guardada nesse “arquivo” o que permite que eles reconheçam um odor igual ou semelhante muito tempo depois.
São essas as qualidades que tornam os cães tão úteis no salvamento de pessoas, na descoberta de cadáveres soterrados, de tóxicos, de explosivos e de quantas substâncias eles tenham cheirado através do treinamento que é feito de maneira que o animal ache divertido. Para ele não se trata de trabalho e sim de brincadeira.
Uma utilização de cães farejadores especialmente interessante é o criado pelas pesquisadoras francesas Claudine Masson e Marie-Florence Thal, para localizar quadros roubados.