Por Paulo Daniel Sant’Anna Leal*
Doenças ortopédicas nos Pet!
As claudicações ou o ato de mancar são bastante frequentes nos Pets, está associada frequentemente a doença articular crônica ou doença ortopédica degenerativa, com importante estímulo doloroso. As mais prevalentes nos cães são a displasia coxofemoral (membros traseiros), seguida da displasia de cotovelo (membros dianteiros). São doenças de caráter irreversível, poligênico, multifatorial e extremamente complexa, que resulta em degeneração das articulações e impõem dor com diminuição da qualidade de vida. Além da hereditariedade e poligenia, a manifestação e desenvolvimento são dependentes de vários fatores: porte físico, estrutura e conformação corpórea, disparidade no desenvolvimento entre músculo e osso, taxa elevada de crescimento, nutrição excessiva ou inadequada, distrofia no músculo pectíneo, insuficiência da massa muscular pélvica, excesso de atividade física em cães jovens, manejo ambiental e aspectos hormonais, sendo a obesidade e a raça os fatores essenciais para sua manifestação. Observada com maior frequência a partir dos dois anos, porém pode se manifestar em animais muito jovens, com três meses de idade e aumentando com a idade, acometendo muitas raças, inclusive está presente em cães sem raça definida. Os animais afetados por esta doença podem nascer com articulações normais, mas o genótipo displásico associado a fatores ambientais, como por exemplo, está em contato frequente com pisos lisos ou escorregadios, contribuem para sub luxações e o aparecimento da artrose.
A profilaxia ou controle é com base na seleção dos reprodutores, é uma das mais graves doenças hereditárias. A criação seletiva de apenas cães normais com ninhada normais e pais e avós normais é o método recomendado de reduzir a incidência na população em geral. O ambiente é também um fator de risco, deve-se evitar pisos lisos e escorregadios, o piso onde o animal fica deve ser áspero ou natural (grama, terra, areia).
É uma doença evolutiva, estando associado à osteoartrite, comprometendo a mobilidade da articulação, dor e claudicação em graus variáveis com sinais clínicos variando desde dor intermitente, até a incapacidade de utilizar o membro afetado.
O tratamento é multifatorial, controlando ou corrigindo todos os fatores que contribuem para a degeneração articular, definido de acordo com o grau de alterações que o animal apresenta, tratamento clínico ou cirúrgico, sempre associado à fisioterapia como método de reabilitação do paciente e o controle da dor. Dentre as técnicas cirúrgicas, a denervação acetabular, refere-se a um procedimento cirúrgico utilizado quando a osteoartrose está associada, pode ser eficaz no alívio da dor, assim como a colocação de prótese total da articulação coxofemoral, além de diversas outras técnicas cirúrgicas já descritas, além da utilização de terapia com células tronco. As diversas técnicas são passíveis de produzirem eficiência definitiva ou temporária, no alívio da dor.
Devemos ter atenção aos sinais clínicos e a presença de dor nos Pets, principalmente nos cães que possuem algum fator de risco. Quanto mais cedo o diagnóstico é feito, maior a chance de diminuir a velocidade de evolução da doença degenerativa articular, através de condutas clínicas conservadoras ou cirúrgicas.
A Displasia é uma importante doença incapacitante nos Pets, e sem nenhuma dúvida, compromete a qualidade de vida pela presença da dor crônica.