O pastejo rotacionado permite aumentar a lotação de bovinos em até seis vezes comparado ao sistema extensivo

Programas como o de Agricultura de Baixo Carbono têm incentivado a redução do desmatamento através da intensificação sustentável da pecuária, utilizando de pastejo rotacionado, reforma de pastagens, integração lavoura-pecuária (ILP), suplementação de grãos, confinamento, entre outros. Tais estratégias permitem ao produtor de carne bovina melhorar os resultados com maior aproveitamento das áreas produtivas, de modo a aumentar a rentabilidade por hectare e preservar os recursos naturais.

Segundo Luana Molossi e Maikoll Tozzo, alunos do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais (ICAA), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e Daniel Carneiro de Abreu, professor dessa entidade, o pastejo rotacionado é sistematicamente movido em intervalos apropriados, controlando a altura da forragem e, quando bem administrado, melhora a eficiência e a persistência do pasto, evitando sobre pastoreio, erosão e compactação do solo.

“Nesse sistema, as taxas de lotação de bovinos podem ser duas a seis vezes maiores quando comparado ao sistema de pastejo extensivo, além disso, o ganho de peso médio dos bovinos e a taxa de prenhez podem ser de 15 a 22% superior, afirma a zootecnista Luana.

Integração lavoura-pecuária

De acordo com Tozzo, a integração lavoura-pecuária, estratégia de produção que integra culturas anuais e pecuária na mesma área, em rotação ou sucessão, tem como objetivo aumentar a eficiência no uso dos recursos naturais com menor impacto sobre o meio ambiente, permitindo a estabilidade de produção e a renda do produtor.

“Esse sistema contribui para melhorar as propriedades físicas e químicas do solo, aumentando a fertilidade das pastagens, ciclagem de nutrientes e eficiência de fertilizantes, impulsionada por diferentes necessidades de culturas rotacionadas”, esclarece Tozzo. “Também aumenta a estabilidade dos agregados do solo, biomassa, diversidade microbiana, produtividade e lucratividade das culturas”, acrescenta.

Reforma de pastagens

Esta prática permite aumentar a produtividade do pasto e a qualidade da forragem, aumentando o teor de proteína bruta. Também garante a cobertura completa do solo pela forragem em seu estágio produtivo. De acordo com Abreu, a reforma das pastagens requer adubação de manutenção, porém é necessário treinamento adequado sobre amostragem de solo e interpretação de sua análise para a aplicação de quantidades ótimas de fertilizantes.

“O fertilizante de nitrogênio (N), por exemplo, pode aumentar as emissões de dióxido de carbono (CO2) e óxido nitroso (N2O), gases que contribuem para o agravamento do efeito estufa”, explica o professor do ICAA.

Suplementação

Abreu lembra que o ganho de peso do gado de corte em pastagens tropicais, é tipicamente baixo e suplementar com ração (por exemplo, composta por soja, grão de milho e caroço de algodão) e pode ser necessário para fornecer nutrientes limitantes, como proteína bruta.

“A suplementação do gado é uma prática de intensificação mais barata quando comparada às demais, e pode aumentar a produção rapidamente, porém, requer habilidades relacionadas à utilização de alimentos para o rebanho”, orienta o professor.

Por sua vez, Luana observa que a gestão inadequada de pastagens de baixa produtividade requer suplementação para garantir equilíbrio nutricional. “Isso não só melhora a saúde animal, mas também resulta em maior produtividade e menor emissões de GEE”, completa.

Desafios

Os especialistas lembram que a expansão da pecuária de corte levanta questões e desafios no agronegócio brasileiro para aumentar a receita enquanto reduz os impactos ambientais da produção agrícola. “Assim, intensificar o uso das áreas de pastagens ou recuperar as pastagens degradadas por meio da intensificação sustentável da agricultura, pode reduzir a necessidade de abrir novas fronteiras agrícolas por meio do desmatamento da vegetação nativa”, argumenta Luana.

Intensificar pode aumentar a receita da fazenda em 62%, e o ganho de peso vivo em 20%, reduzindo o tempo para o abate do gado. “De maneira resumida, as práticas de intensificação sustentável podem melhorar a produtividade e a lucratividade, reduzindo a pegada de carbono na produção da carne bovina”, arremata Tozzo.

No pastejo rotacionado, o ganho de peso médio dos bovinos e a taxa de prenhez podem ser de 15 % a 22% superior. A intensificação sustentável pode melhorar a produtividade e a lucratividade, reduzindo a pegada de carbono na produção da carne bovina. Estratégias sustentáveis permitem ao produtor de carne bovina aumentar a rentabilidade por hectare e preservar os recursos naturais.

Com informações da Assessoria de imprensa
Foto: Livestock