Para não irmos muito longe, fomos buscar nossa personagem no Brasil, nos tempos atuais! Não será difícil procurar nomes de artistas no exterior, afamados por suas obras com cachorrinhos e gatinhos, pintados de forma sentimental e lírica. Como exemplo lá de fora, vamos falar rapidamente sobre Charles Burton Barber, artista nascido na Inglaterra, em1845. Afamado por seus quadros a óleo, com crianças e animais de estimação, ele trabalhou muito para atender encomendas da Rainha Vitória, existindo obras suas nas pinacotecas de museus e colecionadores, por todo o mundo. Porém, ele já alcançou a merecida fama e é bastante divulgado. Quem desejar conhecer mais sobre ele basta procurar na Internet.

No caso brasileiro, para este artigo, escolhemos uma referência de talento atual, alguém que se projeta no cenário das artes plásticas, dentro do que há de mais tradicional na escola universal. Trata-se de um talento total, dentro daquilo que possamos entender como pintura realista, segundo os padrões das escolas clássicas europeias. Um caso raro, para nosso ambiente sociocultural verde-amarelo.

Breve exegese se faz necessária!

Nasceu no interior do Mato Grosso – Alto Paraguai, em1976, numa família humilde, tendo passado a infância na pequena Nortelândia/ MT. Cresceu com poucos estímulos nas artes plásticas. Aos 7 anos já possuía gosto pelo desenho. Na adolescência, queria ser figurinista! Frente às dificuldades financeiras da família, insistiu nos desenhos, sendo o estilo figurativo a motivação temática. Persistindo, superou barreiras de toda ordem, inclusive pela ausência de material artístico e de professores. Aos 15 anos, surge uma oportunidade de ir morar perto de Brasília. Pela primeira vez, teve poucas aulas com professores especializados. Seu talento era observado e indicava um horizonte bonito. Retornou ao Mato Grosso, pela necessidade de trabalhar e suprir seu próprio sustento, desafiando novamente o destino. Somente aos 18 anos, teve o primeiro contato com a técnica de pintura à óleo; na oportunidade, firmou a certeza de que a arte era realmente sua missão e propósito de vida. Retornou para morar com uma prima no Valparaiso de Goiás, próximo de Brasília. Agarrou-se à todas as oportunidades, por menores que fossem; apresentava quantidade e qualidade de desenhos e pinturas. Serviram aqueles trabalhos, como passaporte, para novas e mais desafiadoras conquistas. Em 2007, recebeu convite para fazer parte de um projeto do Centro Municipal de Terapia Ocupacional – CEMITO, onde trabalhou no ensino de pintura e desenho, com os alunos portadores de necessidades especiais e idosos, por cinco anos. Montou uma pequena galeria/ateliê e ministrou aulas particulares, tendo ingressado na Faculdade Dulcina de Moraes, em Brasília.

Finalmente, mudou-se para a cidade de Rio das Ostras/RJ, no ano de 2013. Cursou Artes Visuais da UNIP; e no seu ateliê/galeria Deslumbr’Art, tem atuado como professora, participando de diversas exposições. Recebeu premiações destacadas, em todos os concursos onde apresentou sua pintura realista. No início de 2021, antes de completar 45 anos de idades, foi indicada e aceita, por unanimidade, para integrar a ABBA – Academia Brasileira de Belas Artes do Rio de Janeiro. Seu nome é Joelma Pinheiro!

Perfeição e detalhismo na pintura

Uma das características do bom pintor realista é conseguir transmitir sentimento de vida, seja o modelo retratado um humano, uma flor ou um animal. Outra característica dos excelentes realistas: conseguir passar suavidade aos traços fisionômicos, olhos, boca, mãos e pés. Os não tão bons, usam truques e disfarces, esfumaturas das formas, quando necessitam contemplar equilíbrio na composição da imagem; sem contar aqueles que, por falta de talento, endurecem os traços ao ponto de confundir os sentimentos humanos com os animais.

Esse não é o caso da talentosa pintora Joelma Pinheiro. Com grande facilidade e conforto, elabora os traços de um retrato, sem esconder com mantos sombreados, os pontos de maior dificuldade de uma pintura. Objetivando observar essas características de Joelma, selecionamos, para Arte Animal, a imagem da tela “Lili e seu Lulu!”.