A proximidade física entre humanos a aves e morcegos contribuem para a proliferação de doenças. Sendo assim, faz-se necessário formar barreiras físicas efetivas e amigáveis para prevenção de doenças.

Os morcegos são animais essenciais para a manutenção do ecossistema em equilíbrio e a biodiversidade e, apesar disso, são vistos como grandes ameaças por grande parte das pessoas devido à falta de conhecimento sobre esses maravilhosos animais. São encarados como vilões de muitas histórias ao redor do mundo e o seu hábito noturno não favorece sua observação dificultando a compreensão de sua importância para o meio ambiente. Se pararmos para observar a cadeia alimentar que estão envolvidos e avaliar assim seu devido papel na natureza, vemos que alguns morcegos, nesse caso os insetívoros, se alimentam de toneladas de insetos vetores responsáveis pela transmissão de doenças para animais, para o homem e pragas para as lavouras; os frugívoros agem como dispersores de sementes, ajudando no reflorestamento de áreas devastadas e os polinizadores ao se alimentarem do néctar das flores, carreiam pólen para outras flores promovendo sua fertilização; temos os carnívoros e os pescadores, que se alimentam de pequenos animais e peixes, respectivamente, sendo responsáveis no controle direto das populações; finalmente há os hematófagos, que ao se alimentarem de sangue, promovem o controle de forma indireta das populações através da transmissão de doenças.

Morcego frugívoro. Imagem: Wikimedia.

Porém, como todo animal silvestre, os morcegos albergam rica microbiota patogênica e não patogênica tais como bactérias, vírus, fungos e parasitas. Já foram apontados como responsáveis pela transmissão de doenças como a Raiva, Histoplasmose, Criptococose, Ebola, o atual COVID-19, SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), Marburg, Nipah, Hendra. Segundo Brook e Dobson, os morcegos hospedam mais vírus zoonóticos que os roedores por espécie, e podem causar um considerável número de incidentes zoonóticos de alta patogenicidade para humanos.

Os morcegos ainda compõem um dos os maiores grupos de mamíferos, estando em toda parte do mundo, e tendo alta mobilidade, podem se alojar em ambientes domiciliares e peri-domiciliares, aumentando assim o contato com os humanos. Outro motivo dos humanos contraírem as doenças pelos morcegos se dá pela invasão do habitat natural desses animais como cavernas para a exploração do turismo ou de suas fezes que são usadas como fertilizantes e a caça para consumo de sua carne ou comercialização. O tipo de interação entre o homem e os morcegos varia de acordo com a cultura de cada país. Segundo Moratelli e Calisher, embora mais de 200 vírus terem sido isolados ou detectados em morcegos, as supostas conexões entre morcegos, vírus de morcegos e doenças humanas são relacionadas mais por especulações que por evidências (exceto a Raiva).

A Raiva é a doença mais comumente associadas ao morcego, tem sua distribuição por quase todo o mundo, com exceção de poucos países como Austrália, Japão e alguns países europeus. Doença bastante agressiva e com grandes chances de ser fatal, sua transmissão se dá através da mordedura de um animal infectado, seja ele morcego ou não. É importante salientar que os morcegos não estão imunes a ela, ou seja, também morrem pela Raiva. A sintomatologia dessa doença no morcego consiste em incapacidade de caminhar e voar, tremores, e apresentam o comportamento de afastamento do grupo. Dentre os morcegos, os hematófagos são os principais transmissores da Raiva para os animais domésticos e para o homem (Figura 1) pois necessitam morder um indivíduo para obter seu sangue. Os hematófagos e os demais morcegos adoecem, caem no chão e quando um outro animal ou o homem o encontram, acabam levando uma mordida do morcego moribundo como um ato de defesa, transmitindo a Raiva de forma acidental.

Figura 1 – Taxa de mortalidade de raiva humana por tipo de animal agressor (1986 – 2018), segundo o Ministério da Saúde. Fonte: https://saude.gov.br/saude-de-a-z/raiva

Outras três doenças quem também têm seus históricos relacionados ao morcego e que vem de uma mesma família chamada Coronaviridae são a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) e a COVID-19. Os coronavírus (CoV) são uma grande família viral que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais.

SARS é uma doença zoonótica causada pelo coronavírus SARS-CoV, identificada em novembro de 2002. O primeiro caso registrado de infecção foi na China que, posteriormente, disseminou-se para outros 29 países. A SARS apresenta sintomas semelhantes ao do vírus Influenza, porém ocorre de maneira mais agressiva e que ocasionalmente, provoca insuficiência respiratória progressiva grave. A origem desse vírus permanece difícil de definir, porém o mais provável hospedeiro natural dele são os morcegos e os hospedeiros intermediários, civetas de palma asiática. Essa relação entre as espécies se deu pela comercialização para confecção de alimentos em um mercado de animais vivos e, possivelmente, as civetas eram infectadas pelo contato com os morcegos antes de serem capturadas para venda. Morcegos podem ser infectados com muitos vírus, mas raramente apresentam sintomatologia clínica. Essas características somadas a presença de morcegos e produtos de sua origem nos mercados chineses foram determinantes para a investigação dessas espécies como reservatório natural de SARS-CoV. De acordo com um estudo em animais não enjaulados das áreas selvagens em Hong Kong, foi identificado um coronavírus intimamente relacionado ao SARS-CoV em morcegos-ferradura chinês (Rhinolophus sinicus), e o sequenciamento e análise genética apontaram que o SARS-CoV encontrado no morcego está intimamente relacionado a doença em humanos. Em julho de 2003 a Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou o fim da epidemia, ou seja, da doença, mas não do vírus, com o total de 8.026 casos e 9,5% de letalidade. A transmissão ocorre de pessoa para pessoa por meio do contato próximo com uma pessoa infectada.

Figura 2: Esquema de transmissão de SARS e MERS. Fonte: “SARS and MERS: recent insights into emerging coronaviruses”. <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7097822/>

Os morcegos abrigam uma ampla gama de coronavírus, incluindo vírus semelhante ao coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV) e da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV). Ambos se modificaram e se adaptaram à novas espécies, como as civetas na SARS e aos dromedários na MERS.

O SARS-CoV e o MERS-CoV se espalharamm entre os seres humanos principalmente por transmissão em ambiente hospitalar, o que resulta na infecção de profissionais de saúde e pacientes.

MERS é uma doença respiratória causada por um vírus zoonótico, o MERS-CoV. Foi identificada no ano de 2012 na Arábia Saudita e, seguidamente, espalhou-se por 27 países. Estudos relatam que não se pode afirmar a origem do vírus, pois não está totalmente compreendida, mas provavelmente o hospedeiro natural sejam os morcegos e o hospedeiro intermediário os dromedários. Não é possível compreender como ocorre a rota de transmissão de não humano para humano, mas, possivelmente, os dromedários são os principais hospedeiros do MERS-CoV, pois de acordo com uma pesquisa publicada pelos cientistas do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, mostra como o MERS-CoV pode se adaptar para infectar células de uma nova espécie, e por esta razão, cepas do MERS-CoV idênticas a cepas humanas foram encontradas em dromedários em muitos países árabes. A transmissão de homem para homem ocorre por meio do contato próximo com uma pessoa infectada. Os casos aconteceram de maneira geral entre pacientes infectados e profissionais da saúde por meio do controle de infecção e práticas de prevenção inadequadas, e não há sustentação de transmissão documentada de humano para humano fora de estabelecimentos públicos de saúde, familiares de infectados e profissionais da área. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) até novembro de 2019 foram 2.494 casos da doença e 858 mortos, sendo a maioria da Arábia Saudita, com taxa de letalidade de 35%.

A COVID-19 uma doença zoonótica que emergiu em dezembro de 2019 em Wuhan, na China, desenvolvida a partir da infecção pelo vírus SARS-CoV-2, um vírus comum na microbiota dos morcegos que vivem neste local. Embora não seja comprovado, dados encontrados na pesquisa publicada no periódico científico Pathogens and Global Health alega a hipótese que a COVID-19 tenha se originado em morcegos do gênero Rhinolophus. O virologista Paulo Eduardo Brandão da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, afirma que os únicos coronavírus capazes de interagir com o ser humano são os de animais silvestres, como de morcegos. Outros alegam que assim como na SARS e MERS, o morcego venha a ser o hospedeiro natural, pela quantidade de coronavírus que são portadores, sendo eles, a mais provável origem da COVID-19. Outros pesquisadores cogitam que o novo surto possa ter se originado de outro animal, o Pangolim Malaio, que de acordo com resultados de estudos publicados na revista Nature, as amostras de sangue e tecidos de pangolins continham coronavírus com elevada semelhança genética do vírus humano, porém o virologista evolutivo da Universidade de Sydney e coautor do estudo Edward Holmes, deixa claro que não é possível afirmar o papel dos pangolins diante da COVID-19. As possíveis fonte de contágio foram os mercados de animais silvestres em Wuhan, em que, as pessoas comercializavam morcegos para consumo e também por meio do contato com seus fluidos no momento do abate. Os pangolins também são também amplamente vendidos nos mercados chineses, o que facilita a transmissão do vírus nessas condições de morcegos para pangolins, o que justifica a presença do vírus nesses animais. A transmissão ocorre de pessoa para pessoa no contato próximo a uma pessoa infectada. Tem como sintomatologia a tosse, febre, cansaço e dificuldade respiratória.

Ainda sobre os vírus, há a doença do Vírus Ebola, anteriormente conhecida como febre hemorrágica do Ebola, ocorreu em 1976 no distrito do Zaire, atual República Democrática do Congo. A doença do Vírus Ebola é rara, porém grave, com taxa de mortalidade de até 90%, causada com a infecção de uma das subespécies do vírus Ebola, que afeta humanos e outros primatas, como macacos, gorilas e chimpanzés. Acredita-se que os morcegos frugívoros da família Pteropodidae são hospedeiros naturais do vírus Ebola. Em 1996, surgiu a primeira hipótese de que o mamífero seja o hospedeiro natural do vírus, pois de acordo com o resultado de pesquisas três espécies de morcegos frugívoros e insetívoros suportaram elevadas cargas virais sem desenvolver a doença. Em 2001 e 2003, foram realizadas outras pesquisas que associaram os morcegos ao Ebolavirus, em que outras três espécies, coletadas na fronteira da República do Congo, tiveram sequências de RNA semelhantes ao Ebolavírus isolados em humanos no surto de Zaire Novamente, os morcegos frugívoros seguem como possíveis hospedeiros ou reservatórios do vírus, mas não se pode afirmar. De 2014 a 2016 houve o maior surto de Ebola, na África Ocidental. A doença devastou Guiné, Serra Leoa e Libéria, infectando 28.600 pessoas e matando mais de 11.300. No cenário epidemiológico entende-se que os morcegos servem como alimento de primatas não humanos que se infectam com o vírus. A carne de um animal infectado é consumida, o vírus incubado no corpo humano e a partir disso, a doença pode se desenvolver e ser transmitida a outras pessoas pelo contato direto com sangue, secreções, órgãos ou outros fluidos das pessoas infectadas, assim como ocorre na transmissão do Vírus Marburg.

Da mesma família do vírus Ebola, a doença do Vírus de Marburg uma doença zoonótica altamente letal com taxa de 88% de mortalidade. É uma febre hemorrágica grave e rara, que afeta humanos e primatas não humanos. A febre hemorrágica de Marburg (Marburg HF) é causada pelo Vírus de Marburg, que está na mesma família do Vírus Ebola, a Filoviridae. Em 1967, esse vírus foi reconhecido pela primeira vez em dois grandes surtos que ocorreram em Marburg e Frankurt, na Alemanha e em Belgrado, atual Sérvia. O surto foi associado ao trabalho de laboratório manipulando tecidos de macacos verdes africanos importados de Uganda, sendo eles hospedeiros intermediários no episódio original de infecção. O hospedeiro natural do vírus é o morcego africano, Rousettus aegyptiacus. Morcegos infectados com o vírus são assintomáticos, já os primatas não humanos e humanos podem desenvolver doenças graves com alta mortalidade. Epidemias do vírus Ebola foram associadas ao consumo de carne de animais selvagens nas áreas afetadas ou sopa feita com morcegos. Infecções pelos vírus Ebola e Marburg também ocorreram depois da manipulação de tecidos de animais infectados. Também tem a possibilidade da infecção humana do Marburg ter começado com homens trabalhadores de minas trabalhando em minas infestadas de morcegos. Marburg HF normalmente aparece em surtos esporádicos em toda África, pois este morcego Rousettus mora em cavernas e é amplamente distribuído em todo continente Africano. Casos foram confirmados em laboratórios em Uganda, República Democrática do Congo, Zimbábue, Quênia, Angola e África do Sul. Outros casos da doença ocorreram fora da África, como em 1967, mas esses casos são poucos frequentes. O Vírus de Marburg pode ser transmitido de humano para humano por contato direto, ou através de sangue, secreções, órgãos, ou outros fluidos corporais de pessoas infectadas e com materiais contaminados com esses fluidos.

A infecção pelo vírus Hendra é causa uma doença emergente em equinos e humanos na Austrália. O Vírus Hendra possui esse nome porque os primeiros casos foram isolados em cavalos em Hendra, no subúrbio da cidade de Queensland ano de 1994. Embora a doença seja incomum, os casos de infectados crescem cada vez mais, com um alto poder de letalidade. O Vírus Hendra é mantido em morcegos frugívoros assintomáticos, conhecidos na região como “raposas voadoras”. A saliva e urina deste animal infecta o pasto que é comido pelos cavalos, fechando o ciclo infeccioso. Cavalos infectados desenvolvem uma breve doença respiratória ou neurológica grave, semelhante à pneumonia da influenza, e acredita-se que são hospedeiros acidentais. Nos seres humanos infectados, o quadro é semelhante podendo ser fatal. A transmissão de equino a equino pode ser rara entre animais soltos, pois precisam de contato próximo para serem infectados. Em alguns casos, o vírus Hendra foi transmitido entre cavalos e humanos por contato próximo, mas não se teve nenhum relato de outras fontes originárias para infecções humanas, incluindo o contato direto ou indireto a raposas voadoras. Outras espécies também podem ser susceptíveis ao vírus Hendra, que foram expostos a cavalos infectados. Uma vacina foi produzida para cavalos na Austrália, mas ainda não foi descoberto nenhuma vacina ou tratamento antiviral para humanos.

O Vírus Nipah da mesma família do vírus Hendra, é uma doença viral epidêmica do ano de 1998 em Nipah, na província da Malásia, que gerou um surto de encefalite e sintomas respiratórias. O Vírus Nipah possui três modos de disseminação, sendo um vírus zoonótico, transmitindo de animais para humanos, também pode ser transmitido por alimentos contaminados e diretamente entre pessoas. Estudos afirmam que o hospedeiro natural do vírus sejam os morcegos frugívoros do gênero Pteropus e os porcos atuam como hospedeiros intermediários. No cenário epidemiológico mais provável, os porcos se contaminaram com o vírus Nipah ao comerem frutos infectados pela saliva de morcegos. Diante disso, as pessoas que desenvolviam atividades com contato direto a porcos ou suas excretas eram infectadas.

Surtos também ocorreram na transmissão de morcegos para humano, seguida de humano para humano. A transmissão de humano para humano se dá pelo contato direto a pessoas infectadas com pacientes doentes.  O surto de 1999 resultou na infecção de 265 e na morte de 105 pessoas. Cerca de 1,1 milhão de porcos tiveram de ser destruído para controlar o surto. Houve uma série de incidências humanas de 2001 a 2013 quase todos os anos com mortalidade superior a 70%.

Agora mudando o foco para agentes como os fungos, temos a Histoplasmose, que é uma doença infecciosa provocada pelo fungo dimórfico Histoplasma capsulatum. O homem adquire a doença por meio da inalação de esporos, forma que o fungo se apresenta no ambiente, no solo ou de poeira contaminada com fezes de pássaro ou morcego, principalmente em locais protegidos. Ele tem predileção por ambientes úmidos, fechados e sem ventilação. A ocupação das pessoas pode ser um fator que contribui para a infecção, ou seja, pessoas que trabalham em construções, em cavernas, tem uma maior probabilidade de inalar esse fungo.  A doença se inicia principalmente nos pulmões, mas em certas ocasiões pode se espalhar por todo o corpo, via hematogênica em caso de pacientes com sistema imunológico deprimido. A histoplasmose ocorre em todo o mundo, incluindo regiões das Américas Central e do Sul, África, Ásia e Austrália. Deve-se ter bastante atenção a essa doença já que é comumente confundida com outras doenças respiratórias e sua gravidade é diretamente proporcional à quantidade de esporos inalados.

A Criptococose é classificada como micose sistêmica, causada por fungos do gênero Cryptococcus. Ocorre em todo mundo, no entanto, taxas mais expressivas da doença aparecem na América Central e na América do Sul. O complexo Cryptococcus inclui duas espécies patogênicas importantes, a C. neoformans e C. gatii, sendo de ampla distribuição e significativa morbidade e mortalidade. Ambas espécies são patogênicas ao homem, mas possuem aspectos clínicos e epidemiológicos diferentes. O C.neoformans tem caráter oportunista e está relacionado a imunossupressão celular, especialmente de portadores do HIV.  O C.gatii foi relatado em áreas subtropicais e tropicais e normalmente infecta pessoas com funções imunológicas íntegras.

As principais fontes de infecção humana incluem diferentes fontes de matéria orgânica do solo, incluindo excretas de pombos, de outras aves e também de morcegos, em que os fungos sobrevivem e se reproduzem. A criptococose é adquirida pela inalação de esporos fúngicos presentes nas fezes de pombos e morcegos que contaminam diversos ambientes. A doença se inicia nos pulmões, podendo se espalhar para outros órgãos, como pele, fígado, rins e sistema nervoso central (SNC), e pode ocasionar quadros de meningoencefalite. A gravidade da doença está estreitamente ligada com a imunidade do hospedeiro e a quantidade de esporos inalados. A proximidade física entre humanos a aves e morcegos contribuem para a proliferação da doença, sendo assim, faz-se necessário formar barreiras físicas efetivas e amigáveis para prevenção de doenças.

Além de todas essas doenças mencionadas, ainda há uma grande quantidade de patógenos ou doenças que os morcegos podem transmitir de alguma forma para outras espécies como: Febre Amarela, Influenza, Chicungunya, Pasteurella multocida, Bartonella spp, Borellia spp, Mycobacterium sp, Leptospira sp, Brucella sp, Salmonella sp, Rickettsia rickettsi Sporothrix schenckii, Candida albicans, Microsporum gypseum Trypanosoma cruzi, Plasmodium spp., Leishmania donovani e Encefalomielite Equina do Leste e Venezuelana.

Após todo esse estudo, é notável que a relação homem e morcego deva ser principalmente de respeito, visto que são animais que possam trazer diversos problemas quando invadimos seu habitat, mas que ao mesmo tempo são essenciais. Então o mais indicado para que essa relação se fortaleça é a convivência pacífica entre as espécies envolvidas, respeitando sempre o espaço dos morcegos.

Referências

BROOK, C.E.; DOBSON, A.P. Bats as ‘special’ reservoirs for emerging zoonotic pathogens. Trends Microbiol. 2015 Mar; 23(3):172-80. doi: 10.1016/j.tim.2014.12.004.

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LAMIM-GUEDES, V; COSTA, L. M. Morcegos: além dos mitos. São Paulo: Na Raiz, 2018.

MORATELLI, R.; CALISHER, C. H. Bats and zoonotic viruses: can we confidently link bats with emerging deadly viruses? Mem. Inst. Oswaldo Cruz.  Rio de Janeiro,  v. 110, n. 1, p. 1-22,  2015.

MS. Raiva: o que é, causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção. Ministério da Saúde. 2019.

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