As girafas têm um sistema circulatório muito diferente do dos outros animais.
Em função do seu enorme pescoço, que além de ser o mais comprido de todos os animais, é pouco flexível, seu sistema de vasos sanguíneos é o que apresenta a maior pressão de todo o reino animal. É essa alta pressão e o conjunto de vasos sanguíneos do pescoço que permitem que o sangue chegue até o cérebro quando elas levantam a cabeça e evita que desmaiem, por falta de sangue, quando abaixam para comer. E elas permanecem muito tempo com o pescoço abaixado porque passam quase 20 horas, por dia, comendo.
Elas também ingerem quantidades enormes de folhas. Alcançam árvores com até seis metros de altura, e para pastar folhas rasteiras precisam afastar as pernas dianteiras.
O coração tem dois orifícios: um manda sangue para os pulmões e os membros e o outro bombeia sangue para o cérebro, um sangue mais fino.
Quando a girafa abaixa o pescoço para beber água, a pressão do sangue na cabeça aumenta muito e ela só não morre por derrame cerebral porque perto do cérebro existe uma rede de vasos sanguíneos muito finos (capilares) que se ramificam em inúmeras artérias menores dentro da cabeça do animal. Essa rede de vasos funciona equilibrando o fluxo de sangue quando a girafa está com a cabeça abaixada.
Além desses, há uma série de outros mecanismos importantes para a regulação da circulação sanguínea desses animais, muito especiais. O couro das pernas, por exemplo, é mais rígido e comprime mais o sangue do que o resto do corpo, o que evita que o sangue se espalhe pelo tecido e músculos das patas, facilitando o seu retorno para o coração. É, de certa forma, o que acontece com o macacão pressurizado dos pilotos de caça, sem o qual eles desmaiariam, nas grandes altitudes, por falta de sangue (e, portanto de oxigênio) no cérebro.