Por Luiz Octavio Pires Leal – Membro Emérito da Academia Brasileira de Medicina Veterinária – CRMV-RJ 608 – Jornalista – Membro da Diretoria Técnica da SNA-Sociedade Nacional de Agricultura (fundada em 1897)
Dizem aqueles que não acreditam na eficiência dos grupos de trabalho, que o camelo, animal deselegante, feio, esquisito, sem nenhum atrativo, foi criado por um grupo de trabalho, enquanto que o elegante, bonito e inteligente cavalo árabe, foi projetado por um homem só.
Se isso é válido para a criação do camelo e do cavalo árabe, muito mais válido será para o “projeto” do ornitorrinco.
O esquisito
Esse é, sem dúvida, o adjetivo mais adequado para descrever esse animal, conhecido pelo complicado nome científico de Ornithorhynchus anatinus.
O leitor da velha guarda, versado em latim, deve lembrar-se de que ornitus significa adornado, e anatinus=a pato. Nada mais justo: o ornitorrinco é um mamífero, ovíparo, com bico de pato!
Esse animal horroroso, que só existe na Austrália e na Tasmânia, tem mais esquisitices.
1 – Ele não é nem deixa de ser aquático: divide seu tempo entre a água e a terra, alimentando-se de insetos, peixes pequenos e crustáceos.
2 – Seu corpo é parecido com o da lontra.
3 – Ele não gosta de companhia: prefere viver sozinho.
4 – Também não gosta da luz do dia: vive e caça mais durante a noite.
5 – A cauda é larga e chata, como a do castor, e serve para se equilibrar e para nadar.
6 – Ele tem facilidade de localizar suas presas porque emite um campo magnético.
7 – O peso médio é de 1,5kg, com um comprimento pouco inferior a 40cm
Trata-se de um forte candidato ao concurso de animal mais feito do Planeta