Capacidade de transmissibilidade

Para o infectologista, o problema central ocorre quando o vírus adquire a capacidade de transmitir para humanos. “Ele pode estar associado a uma taxa de casos graves maior, portanto, costumamos ficar atentos se isso não pode causar uma pandemia em proporções maiores do que tivemos com a Covid-19”, alerta.

Desde 1996, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem informando a ocorrência de alguns casos de gripe aviária especialmente no sudeste asiático. Na época, muitos países correram atrás de produzir vacinas em estoque estratégico, para se preparar para disseminação de um novo vírus, explica Kallás.

Migração

No fim do ano passado, a gripe aviária começou a ser detectada nas Américas. Isso acontece porque o vírus causa infecção, naturalmente, em aves, e algumas delas são migratórias. “Aparentemente, elas começaram a levar o vírus para outros continentes”, ressalta. Duas semanas atrás, o vírus chegou ao Espírito Santo.

Detectada em mamíferos

A preocupação de especialistas é que a doença, antes restrita a aves, começou a ser detectada em algumas espécies de mamíferos, levando muitos ao óbito. Essa taxa de mortalidade elevada aumentou o alerta de países (especialmente aqueles com investimentos de preparação contra pandemias) e a produção de vacinas começou a ser uma prioridade.

Vacina piloto

“O que o Butantan resolveu fazer no começo desse ano é começar um esforço para já se preparar. Fazer uma rota tecnológica de desenvolvimento de uma vacina piloto e começamos a produzir os lotes iniciais para testes”, diz o presidente do instituto.

“Isso nos dá tempo e capacidade de preparar o instituto entender melhor como que se produz uma vacina a partir desses vírus que são diferentes dos que causam a gripe que vemos todo ano”, finaliza.

Fontes: CNN e AveSite