A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), através do núcleo Recursos Genéticos e Biotecnologia, desenvolveu uma tecnologia denominada TIFOI (transferência intrafolicular de ovócitos imaturos), a qual apresenta todas as vantagens da fecundação in vitro (FIV) com um benefício adicional: o fato de não precisar de laboratório para ser realizada. Os criadores podem obter os embriões com a mesma rapidez e agilidade da FIV, ou seja, em torno de um bezerro por semana com uma única vaca doadora, sem precisar sair da sua propriedade.
O Brasil é o primeiro país a obter êxito realizando a TIFOI de maneira completa. Há apenas um relato de sucesso no uso da técnica na Alemanha. No entanto, o experimento europeu utilizou laboratório no decorrer do processo, o que torna o resultado incompleto. O desenvolvimento da TIFOI brasileira obteve nascimento de três bezerros na Fazenda Sucupira, campo experimental da EMBRAPA, localizado em Brasília. O sucesso gerou o registro da marca junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
A FIV é hoje a biotécnica mais utilizada no melhoramento genético animal no Brasil, pela capacidade de aumentar o número de descendentes de uma vaca em menos tempo. Com o emprego das biotécnicas reprodutivas de maior impacto utilizadas hoje na pecuária, pode-se estimar que a inseminação artificial (IA) permite a obtenção de um bezerro por ano; a transferência clássica de embriões (TE), um por mês; enquanto a FIV é capaz de produzir um bezerro por semana.
Na foto (de Claudio Bezerra) os bezerros obtidos pela EMBRAPA com a nova técnica; o bezerro de cor clara nasceu da mesma ovuladora.