Uma técnica desenvolvida no núcleo de Pirassununga da Universidade de São Paulo (USP) mostra que é possível diminuir o intervalo entre gerações de búfalos de cinco anos para apenas um e elevar a qualidade genética do rebanho, com impacto positivo na produtividade de leite e de carne.

A experiência já tinha sido feita com as raças bovinas Nelore e Holandesa. Agora foi repetida com búfalas. Com um aparelho chamado laparoscópio, os pesquisadores retiram os ócitos de novilhas com apenas dois meses de idade, bem antes da fase normal de reprodução, e enviam o material para um laboratório parceiro responsável pela fecundação. Em seguida, o embrião é implantado em uma vaca adulta, como uma “barriga de aluguel”.

“Nós antecipamos a vida reprodutiva do animal; então uma bezerra com três meses conseguiu produzir os ócitos que foram fertilizados, se transformaram em embriões e foram transferidos sete dias depois”, explica o professor Flávio Meirelles, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA).

Segundo o pesquisador, “aos 13 meses, essa bezerra já é mãe, pois tem uma filha nascida”. E acrescenta:

“Ela pode ter uma nova geração em um ano e  pode estar produzindo em torno de três a quatro anos na sequência. Isso quer dizer o quê? Que você encurta o intervalo de geração e aumenta o ganho genético de uma maneira muito importante, pois você ganha quase três anos por geração”.

Fonte: USP