Planejar a comercialização do rebanho é tão importante quanto planejar as práticas zootécnicas. A ferramentas de gestão de risco oferecem oportunidades interessantes, por que não aproveitá-las?

Se o ano que se encerra deixa uma lição, é a de que o futuro é incerto e ignora qualquer planejamento.

Além da situação econômica do país, que dispensa comentários, diversos escândalos afetaram negativamente o mercado do boi gordo.

Com isso, os produtores que não usaram as ferramentas de proteção de preços, tais como contratos futuros e de opções, tiveram um ano com poucas noites de sono tranquilo.

Não que os produtores que utilizam estas ferramentas tiveram um ótimo ano, mas estes tinham preços e receita relativamente garantidos.

Mas o que passou, passou, e agora é olhar para frente.

Assim como diversas vezes no passado, mais uma vez o mercado futuro apresenta uma oportunidade a ser considerada.

Para janeiro de 2018 a B3 (antiga BM&FBovespa) aponta uma alta de preço para a arroba do boi gordo em relação à média de dezembro.

Analisando a série histórica de preços da arroba, sazonalmente, a cotação é maior no último trimestre do ano, o que sugere a oportunidade de começar 2018 com pé direito para os pecuaristas.

Figura 1: Variação de preço da arroba do boi gordo entre janeiro e dezembro do ano anterior, considerando a praça de Araçatuba-SP. Preços fechados dia 10/12. Obs: para 2018 foram considerados os preços no mercado futuro. Fonte: B3 / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Apenas em cinco ocasiões (além da projeção atual) no período analisado o preço da arroba foi maior em janeiro do que em dezembro do ano anterior (figura1).

O futuro é incerto e trabalhar na expectativa, sem levar o risco de mercado em consideração pode custar caro.

Nos primeiros dez dias de dezembro (10/12/2017, data em que este artigo foi escrito) o mercado do boi gordo se mostrou firme e com preços subindo. Na média, até o dia 10, considerando a praça de Araçatuba-SP a cotação da arroba do boi gordo esteve cotada em R$145,50.

Por fim, planejar a comercialização do rebanho é tão importante quanto planejar as práticas zootécnicas. A ferramentas de gestão de risco oferecem oportunidades interessantes, por que não aproveitá-las?

Foto: Scot Consultoria


Texto publicado na edição de dezembro da revista Agron.

Felippe Reis é analista da Scot Consultoria