A novidade é fruto de um cruzamento entre touros da raça brasileira Curraleiro Pé-Duro e vacas da raça Nelore (de origem indiana). O animal resulta de seis anos de pesquisas desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa e a Universidade Federal do Piauí (UFPI) com recursos próprios das duas instituições.

O novo bovino, criado em pastagens nativas, é mais precoce que o Nelore, pois vai mais cedo para o abate, com apenas dois anos de idade e pesando 45 quilos de carne a mais que o Nelore criado em pastagem cultivada.

Já o Nelore é mais tardio, estando em ponto de abate aos três anos de idade. Se for preparado para o abate em regime de confinamento, o período é reduzido em até seis meses, aumentando ainda mais o peso.

As pesquisas indicaram que o novo mestiço produz 20 quilos de carne macia por 100 quilos de músculo na carcaça. Em comparação com o Nelore, o estudo revela que este animal produz apenas 16 quilos.

Segundo o pesquisador Geraldo Magela Côrtes Carvalho, coordenador das pesquisas, o mestiço pé-duro adapta-se ao ambiente tropical de quase todas as regiões do Brasil (calor, escassez de água e pastagens nativas), sendo ainda resistente a parasitas como verminoses, carrapatos, bernes e mosca-do-chifre”. E acrescenta:

“Na alimentação, ele aceita muito bem os capins  e leguminosas (plantas com vagens) nativos;  cactos e arbustos. Enquanto isso, o bovino Nelore, raça trazida da Índia e já consagrada como grande produtora de carne, requer uma alimentação à base de pastagens artificiais”.

Foto: Fernando Sinimbu.