Cuidados básicos no dia a dia ajudam a prevenir doenças nos olhos desses animais
Por serem presas na natureza, os olhos são órgãos de extrema importância para a sobrevivência dos cavalos. Com o corpo extremamente adaptado às fugas, os grandes olhos dos cavalos, localizados no alto da cabeça e nas laterais do crânio, conseguem perceber, até quando estão se alimentando, movimentos, com qualidade visual, num ângulo de quase 360 graus.
A médica veterinária Daniela Ravetta explica que o campo visual dos equinos tem poucos pontos cegos e qualquer movimento pode fazer com que esses animais enxerguem o que estava na área cega. “Considerando um cavalo com a cabeça posicionada normalmente, existem apenas dois pontos cegos em seu campo de visão: um na região frontal, entre os olhos e bem à frente das narinas, e outro na região caudal do corpo”, acrescenta.
Os olhos dos cavalos, por serem oblíquos, têm a capacidade de fixar a visão em objetos muito próximos ou bem distantes. Eles também são dotados de células fotorreceptoras, que permitem o reconhecimento das cores e da luminosidade. Porém, as mesmas características que permitem o bom funcionamento da visão, também tornam os olhos dos equinos mais propensos a lesões e infecções.
Por isso, o cuidado e a prevenção são relevantes. “É importante manter o ambiente do animal sempre limpo e livre de moscas. Dar preferência para pastagens gramíneas com crescimento rasteiro, e para cama de baia com pouco pó, também são formas de promover mais saúde e bem-estar para os equinos, tanto geral quanto visual”, orienta Daniela.
Outros cuidados
A médica veterinária afirma que a exposição solar é outro ponto de alerta, já que, quando os raios solares atingem os olhos de forma excessiva e cumulativa, podem surgir ou agravar inúmeras doenças oculares. “A radiação UVB provoca processos patológicos e complexos na pele da pálpebra, na superfície da córnea e até nas estruturas internas do bulbo ocular dos cavalos.”, relata.
Para minimizar o problema, Daniela diz que é importante disponibilizar áreas de sombreamento para os animais, especialmente nos horários de maior luminosidade, além de utilizar colírios com efeito de filtro solar também pode prevenir os problemas.
De acordo com a farmacêutica Thereza Denes, o actinoquinol, por exemplo, é uma substância que tem a capacidade de absorver luz no espectro UVB e reduzir o dano oxidativo causado pelo sol. “É um tratamento preventivo, que pode ser utilizado continuamente, principalmente quando já houver alguma suspeita ou evidência de doenças oculares nas pálpebras, conjuntiva, córnea e lente”, explica.
Para os animais com olhos ou áreas da pele despigmentadas, o cuidado deve ser redobrado. “Existe a hipótese de que a hipopigmentação dos anexos oculares e a maior exposição à radiação sejam fatores que aumentam a predisposição ao carcinoma de células escamosas oculares”, alerta Daniela.
A especialista acrescenta que, além de absorver a radiação solar do espectro UVB, o actinoquinol promove a hidratação ocular e das margens da pálpebra, previne lesões e o desenvolvimento do carcinoma de células escamosas ocular e controla, de forma complementar, a ceratite superficial crônica. “Quando manipulado, também pode ser combinado com outras substâncias que potencializam a hidratação da superfície corneal, como o ácido hialurônico e o D-pantenol”, arremata a médica veterinária.