Por Claudio Sergio Pimentel Bastos, Médico Veterinário Sanitarista

A água é essencial para a vida, vital na manutenção da natureza e o desenvolvimento sustentável, e fundamental para fazer frente às alterações climáticas como reforça o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

A água doce limpa é necessária não só para beber, como para o saneamento básico, para a agricultura, na criação de animais (bovinos, caprinos, suínos, ovinos e outros), na piscicultura, na produção industrial, bem como para toda a criação e manutenção de ecossistemas da Terra. O “Dia Mundial da Água” estabelecida em 1992 por meio de uma resolução adotada pela Assembleia Geral da ONU, que declarou o dia 22 de março como a data comemorativa para conscientizar e inspirar ações para enfrentar a crise global de água, em que 2 bilhões de pessoas ainda vivem sem acesso à água potável, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a efeméride foi comemorada pela primeira vez em 1993.

Em nível global, o desafio é conter o aumento da temperatura do clima, fator que gera ondas de calor e extremos de seca que afetam a disponibilidade de água. O relatório especial divulgado em 20/03/2023 marcou o lançamento do Sexto Relatório de Avaliação (AR6) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o último volume de um trabalho de oito anos do corpo científico mais confiável do mundo sobre mudanças climáticas (https://www.ipcc.ch/ar6-syr/), que mostra se a temperatura global subir acima de 1,5°C, em todo o mundo mais de 350 milhões de pessoas ficarão expostas até 2050 a períodos severos de seca.

NOTA DO AUTOR: Na piscicultura, diferentemente da criação da maioria dos outros animais, o ambiente onde os peixes vivem, se reproduzem, respiram e lançam seus dejetos é o mesmo, a água, assim como a qualidade dela em contato com o solo e suas características são fortemente afetadas pelas propriedades químicas deste, se for ácido, a água tende a tornar-se ácida também. Se o solo é rico em calcário, as águas também são naturalmente enriquecidas desse material. Além da influência dos minerais presentes no solo, os ambientes de piscicultura normalmente são ricos em organismos vivos, além dos próprios peixes criados. Neles vivem plânctons – organismos microscópicos que podem ser vegetais (fitoplânctons) ou animais (zooplânctons), uma diversidade de insetos, bactérias, entre outros. Leia em https://www.cnabrasil.org.br/assets/arquivos/262_Piscicultura-Manejo-da-qualidade-da-agua.pdf

Bilhões de pessoas perderão seus meios de subsistência, e a produção econômica será reduzida em até 34% se a Terra continuar aquecendo até 3 graus Celsius neste século. No entanto, investir menos de 2% do PIB agora poderia eliminar a maior parte dessas perdas, de acordo com um novo e inovador relatório do Boston Consulting Group (BCG) e da Universidade de Cambridge.

Estima-se que 97,5% da água existente no mundo é salgada e não é adequada ao nosso consumo direto nem à irrigação da plantação. Dos 2,5% de água doce, a maior parte (69%) é de difícil acesso, pois está concentrada nas geleiras, 30% são águas subterrâneas (armazenadas em aquíferos) e 1% encontra-se nos rios.

Pelo menos 50% da população do planeta – 4 bilhões de pessoas – enfrentam falta de água em pelo menos um mês do ano. Até 2025, é provável que 1,8 bilhão de pessoas enfrentem o que a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) chama de “escassez absoluta de água”.

Um bilhão e 200 milhões de pessoas (35% da população mundial) não têm acesso à água tratada. Um bilhão e 800 milhões de pessoas (43% da população mundial) não contam com serviços adequados de saneamento básico.

Para tornar essa situação visível, desde 2013 a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o “Dia Mundial do Saneamento” em 19 de novembro, pois cerca de 3,6 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso ao saneamento básico administrado com segurança, alerta a Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo desta data é aumentar a conscientização na tomada de medidas para enfrentar a crise global de saneamento e alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável nº 6, que visa assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos. A principal meta é alcançar o acesso universal e equitativo à água potável e segura para todos, até 2030 (Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos até 2030). No Brasil este marco legal foi estendido para 2033, conforme cita o Instituto Trata Brasil. O Instituto também destaca que, no atual ritmo, a universalização do saneamento só aconteceria em 2070, um atraso de 37 anos em relação à meta estabelecida.

No Brasil, cerca de 33 milhões de pessoas vivem sem acesso à água potável, segundo dados divulgados pelo Instituto Trata Brasil. O dado chama a atenção pelo fato de o país abrigar dois dos maiores aquíferos do mundo – o Guarani, localizado no Centro-Sul do país, e o Alter do Chão, na Região Norte.

NOTA DO AUTOR: A temperatura média global do ano passado (2024) superou facilmente o recorde de calor de 2023 e continuou a aumentar ainda mais. Ultrapassou o limite de aquecimento de longo prazo de 1,5ºC desde o fim do século XIX (quando começou a Revolução Industrial), que foi estabelecido no Acordo de Paris de 2015, conforme o Serviço de Mudança Climática Copernicus da Comissão Europeia, o Met Office do Reino Unido e a agência meteorológica do Japão. A equipe europeia calculou aquecimento de 1,6º C (2,89º F).  O Japão encontrou 1,57º C (2,83º F), e os britânicos 1,53º C (2,75ºF) em divulgações de dados coordenadas pela manhã de sexta-feira (publicado em 10/01/25 https://www.terra.com.br/planeta/noticias/temperatura-da-terra-supera-novo-recorde-e-alerta-sobre-rapidez-da-crise-climatica).

O saneamento básico é um direito garantido pela Constituição, e uma ferramenta estratégica essencial para o desenvolvimento da qualidade de vida no País. Mas além de ser essencial para a saúde das pessoas, o saneamento é vital para a sustentabilidade dos nossos rios, que hoje sofrem com toneladas de dejetos despejados em suas águas todos os dias.

A fim de garantir água potável a todos brasileiros, tramita no Congresso Nacional uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que incluirá a água na lista de direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal. O Senado aprovou nesta quarta-feira (31/03/2021) a PEC 4/2018, proposta que inclui a água potável na lista de direitos e garantias fundamentais da CF 88 seguindo para a Câmara dos Deputados (Fonte: Agência Senado).

A Organização das Nações Unidas lançou em 2015 os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma agenda de sustentabilidade adotada pelos países-membros para ser cumprida até 2030, e o Brasil é signatário.  O Objetivo de número 6 é “Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos”. Neste objetivo, estão definidas como metas a distribuição de água de forma igualitária para a população mundial, a melhoria da qualidade da água, o fim da defecação a céu aberto e a garantia de saneamento para todos. Em suma, apenas 0,007% da água do planeta está disponível para abastecer e alimentar seus 7,6 bilhões de pessoas.

O tema da campanha da OMS de 19/11/2022 foi “Tornar visível o recurso invisível” e está centrada nos efeitos da crise do saneamento nas águas subterrâneas. Segundo as Nações Unidas, “um sistema de saneamento inadequado pode colocar em risco a disseminação de dejetos humanos em rios, lagos e solos, contaminando assim os recursos hídricos subterrâneos”.

“Colocar em risco as águas subterrâneas é colocar em risco a fonte mais abundante de água doce do mundo que sustenta o abastecimento de água potável, sistemas de saneamento, agricultura, indústria e ecossistemas”.

Importância da água

  1. A água é fundamental para a indústria e os serviços de alimentação, pois é utilizada na produção, preparação e higienização dos alimentos. A qualidade da água afeta diretamente a segurança dos alimentos, e o seu controle é essencial para a proteção da Saúde Pública;
  2. Como ingrediente para a produção, ou como veículo na incorporação de ingredientes a fórmula, a água deve atender certas características microbiológicas e físico-químicas de acordo com a Portaria nº 2914, de 12 de dezembro de 2011 – MS, que “Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade”;
  3. Desde a irrigação das culturas até a limpeza e sanitização dos equipamentos e instalações, a água desempenha um papel crítico na produção de alimentos;
  4. O controle de qualidade da água garante melhor rendimento na produção, na durabilidade dos produtos nas prateleiras, e na qualidade de vida e saúde dos consumidores;
  5. A ingestão de água e alimentos contaminados pode causar Doenças Transmitidas por Água e Alimentos (DTHA);
  6. A água é essencial para a construção de ecossistemas saudáveis, fundamental para o desenvolvimento socioeconômico e vital para fazer frente às alterações climáticas.

Fatos e números da OMS sobre “Água para consumo humano”: 

  • Em 2021, mais de 2 bilhões de pessoas viviam em países com escassez de água, situação que provavelmente piorará em algumas regiões como resultado das mudanças climáticas e do crescimento populacional; (1)
  • Em 2022, havia pelo menos 1,5 bilhão de pessoas no mundo que bebiam água potável de fontes contaminadas com fezes. A contaminação microbiana da água potável como resultado da presença de fezes representa o maior risco de toxicidade;
  • Embora os principais produtos químicos neste tipo de água que representam um risco sejam arsênico, flúor e nitratos, existem novos contaminantes, como certos medicamentos, pesticidas, moléculas de perfluoroalquil e polifluoroalquil e microplásticos que também são perigosos;
  • Quantidades suficientes de água limpa são necessárias para uma boa higiene, o que é fundamental para prevenir doenças diarreicas, infecções respiratórias agudas e muitas doenças tropicais negligenciadas;
  • A água potável contaminada com microrganismos pode transmitir doenças diarreicas, cólera, disenteria, febre tifóide e poliomielite. Segundo as estimativas, esta poluição causa 000 mortes por doenças diarreicas agudas (DDA) todos os anos;
  • Em 2022, 5,6 bilhões de pessoas (73% da população mundial) foram abastecidas por meio de um serviço de abastecimento de água para consumo humano gerenciado com segurança, ou seja, localizado no ponto de uso, disponível quando necessário e não contaminado.
  • ONU-Água. Resumo atualizado de 2021 do progresso no ODS 6: água e saneamento para todos. SDG-6-Summary-Progress-Update-2021_Version-July-2021_SP.pdf
  • Água para consumo humano https://www.who.int/es/news-room/fact-sheets/detail/drinking-water

Existem várias soluções para promover o uso sustentável da água e minimizar os impactos ambientais. Aqui estão algumas delas:

  1. Reutilização da água: A água pode ser tratada e reutilizada para fins industriais, agrícolas ou até mesmo domésticos, reduzindo o desperdício e a demanda por novas fontes;
  2. Armazenamento de água da chuva: Instalar sistemas de coleta e armazenamento de água da chuva como cisternas, pode ajudar a reduzir o consumo de água potável em tarefas domésticas e agrícolas;
  3. Despoluição de fontes hídricas: Investir na descontaminação de rios, lagos, mangues e pântanos para garantir que a água seja segura para consumo e uso agrícola (essencial para a saúde humana e do ecossistema);
  4. Educação e conscientização: Promover campanhas educativas para incentivar o uso responsável da água e a adoção de práticas sustentáveis;
  5. Dessalinização: Embora tenha um custo elevado, a dessalinização pode ser uma solução viável em regiões com escassez de água doce, transformando água do mar em água potável;
  6. Gestão integrada de recursos hídricos: Implementar políticas que considerem o ciclo completo da água, incluindo proteção de áreas de recarga de aquíferos e revitalização de bacias hidrográficas.

Mudanças climáticas globais

Nos últimos anos, eventos climáticos como ondas de calor, inundações, furacões e incêndios florestais têm ocorrido com maior frequência em diversas regiões do mundo, levantando o debate acerca do impacto das mudanças climáticas, como as enchentes no Rio Grande do Sul (pior tragédia climática do RS), que ocorreram no final de abril (2024), os incêndios em Los Angeles, nos Estados Unidos, as ondas de calor com sensações térmicas intensas, como as que atingiram o Rio de Janeiro no início deste ano (2025), diante disso, as mudanças climáticas devem ser encaradas como um problema não somente do presente, mas do futuro também.

“Quando falamos de eventos climáticos extremos, estamos falando de uma chuva muito intensa e abundante, seca ou onda de calor muito intensa, que determina o risco de incêndios; mas, também, furacões, tempestades, entre outras”, explica Jose Marengo, climatologista e coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) DO Brasil.

Entre 2023 e 2024, cerca de 60% do território brasileiro foi afetado pela seca extensa e intensa, aponta Nota Técnica do Cemaden. As chuvas entre novembro de 2024 e março de 2025 reduziram o número de municípios em condição de seca moderada e extrema, mas diversas áreas no Norte e no Centro-Oeste registram a persistência da seca. A bacia do rio Paraguai, na região Centro-Oeste, continua enfrentando uma situação hídrica extremamente crítica. Nos meses de fevereiro e março de 2025, os níveis foram iguais aos mínimos históricos (registrados no período 1981-2023). (https://www.gov.br/cemaden/pt-br/assuntos/noticias-cemaden/entre-2023-e-2024-cerca-de-60-do-territorio-brasileiro-foi-afetado-seca-extensa-e-intensa-aponta-nota-tecnica-do-cemaden)

O período chuvoso no Brasil Central, região Sudeste e parte da região norte se estende de outubro a março e regula as atividades agrícolas e de geração de energia elétrica em grande parte do Brasil.

O aumento da temperatura média do planeta intensifica o ciclo hidrológico, resultando em eventos climáticos extremos, como chuvas mais fortes e frequentes. Além disso, o crescimento urbano contribui para o aquecimento local, aumentando a umidade e potencializando as chuvas severas.

Esses fenômenos são agravados pela ação humana, como desmatamento e emissão de gases de efeito estufa, que alteram os padrões climáticos naturais. Em São Paulo, isso se manifesta em forma de alagamentos, deslizamentos de terra e outros transtornos urbanos.

Como as mudanças climáticas  afetam a saúde pública? 

As mudanças climáticas podem afetar a qualidade da água de diversas maneiras, como o aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos (enchente, seca), que podem contaminar fontes de água e comprometer os sistemas de tratamento. Além disso, as mudanças na temperatura da água podem favorecer a proliferação de organismos patogênicos, como bactérias e vírus, que causam doenças.

Os problemas de saúde humana relacionados às mudanças climáticas nem sempre são causados diretamente pelas alterações climáticas, mas sim pelas consequências que essas mudanças têm sobre o ambiente, como alterações na qualidade da água e na propagação de doenças. As mudanças no clima podem afetar o ciclo da água, tornando-a imprópria para consumo e uso agrícola.

Citam-se como exemplos as variações nos regimes de chuvas, tanto em quantidade quanto em intensidade, provocando diversos desastres naturais como enchentes e secas, mudanças no ambiente como a alteração de ecossistemas e de ciclos biológicos, geográficos, e químicos, que podem aumentar a incidência de doenças infecciosas, mas também doenças não transmissíveis, que incluem a desnutrição e enfermidades mentais. Além disso, mudanças climáticas têm um impacto desproporcional sobre as populações pobres e vulneráveis, que não dispõem de meios para se protegerem.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a mudança climática pode causar 250 mil mortes adicionais por ano entre 2030 e 2050, e tem impactos significativos na Saúde Pública, tanto direta quanto indiretos. Os riscos associados às mudanças climáticas globais devem ser considerados no contexto da globalização, das alterações ambientais, das políticas públicas e da governança. Cabe ao setor “SAÚDE”, colaborar na redução das vulnerabilidades sociais e ambientais. Essa crise representa não apenas um desafio ambiental, mas também uma emergência sanitária. Aqui estão alguns exemplos:

  1. Doenças relacionadas ao calor: Ondas de calor intensas podem causar desidratação, insolação e agravar condições cardiovasculares e respiratórias, especialmente em populações vulneráveis;
  2. Eventos climáticos extremos: Furacões, enchentes e incêndios florestais resultam em ferimentos, mortes e deslocamentos populacionais, além de sobrecarregar os sistemas de saúde;
  3. Qualidade do ar: A poluição atmosférica, exacerbada por mudanças climáticas, aumenta casos de asma, bronquite e outras doenças respiratórias. Poluentes atmosféricos como material particulado, dióxido de nitrogênio e ozônio ao nível do solo estão entre os principais culpados;
  4. Doenças transmitidas por vetores: Alterações nos habitats de mosquitos e outros vetores expandem doenças como dengue, malária e zika para novas regiões;
  5. Saúde mental: Desastres climáticos, como enchentes e deslizamentos, afetam o bem-estar psicológico, causando estresse, ansiedade e depressão. Estudos indicam um aumento em condições como ansiedade e depressão em regiões que enfrentam desastres naturais frequentes. Além disso, o deslocamento de comunidades devido a essas mudanças coloca um fardo adicional sobre a resiliência emocional dos indivíduos.

Existem várias soluções para mitigar os impactos das mudanças climáticas na Saúde Pública. Aqui estão algumas estratégias importantes:

  1. Fortalecimento dos sistemas de saúde: Investir em infraestrutura, treinamento de profissionais e recursos para lidar com desastres climáticos e surtos de doenças;
  2. Promoção de energia limpa: Reduzir a dependência de combustíveis fósseis e adotar fontes de energia renováveis para diminuir a poluição do ar e os gases de efeito estufa;
  3. Educação e conscientização: Informar a população sobre os riscos das mudanças climáticas e como se proteger, como evitar exposição ao calor extremo e prevenir doenças transmitidas por vetores;
  4. Planejamento urbano sustentável: Criar cidades mais resilientes, com áreas verdes, sistemas de drenagem eficientes e infraestrutura adaptada para eventos climáticos extremos;
  5. Políticas públicas eficazes: Implementar regulamentações para reduzir emissões de carbono, proteger ecossistemas e promover práticas agrícolas sustentáveis;
  6. Monitoramento e pesquisa: Investir em estudos para prever impactos climáticos e desenvolver soluções inovadoras, como vacinas e tratamentos para doenças emergentes.

Conclusão 

A água está no centro do desenvolvimento sustentável e diz respeito à promessa central do ODS 6 da Agenda 2030 para o Desenvolvimento, que defende o acesso universal e equitativo à água potável e ao saneamento até 2030. A água é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico, para a produção de energia e alimentos, para a construção de ecossistemas saudáveis e para a sobrevivência da espécie humana. A água é também essencial para fazer frente às alterações climáticas, servindo como elo crucial entre a sociedade e o meio ambiente.

“O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 6 é absolutamente claro: alcançar o acesso a saneamento e higiene adequados e justos para todos, melhorar a qualidade da água e reduzir para metade a proporção de águas residuais não tratadas reduzindo substancialmente o número de pessoas afetadas pela escassez de água. Um propósito que simboliza precisamente a mensagem da Agenda 2030: “não deixar ninguém para trás”.

No Brasil este marco legal foi estendido para 2033, conforme cita o Instituto Trata Brasil. O Instituto também destaca que, no atual ritmo, a universalização do saneamento só aconteceria em 2070, um atraso de 37 anos em relação à meta estabelecida.

A escassez deste bem universal tende a aumentar até 2050 devido à procura do setor industrial e doméstico das economias emergentes e devido ao aumento da população mundial. Existe, portanto, uma necessidade crescente de equilibrar a demanda dos recursos hídricos com a necessidade das comunidades. “A água não pode ser vista isoladamente do saneamento. Juntos água e saneamento, são vitais para reduzir a carga global de doenças e melhorar a saúde, a educação e a produtividade econômica das populações”.

A agricultura (irrigação, pecuária e aquicultura) representa 69% das captações anuais de água a nível mundial, tornando-a o setor que mais consome água no planeta. As Nações Unidas enfrentam o desafio global de combater as consequências da escassez da água e harmonizar a procura crescente dos recursos hídricos para atender às necessidades humanas, comerciais e agrícolas. Leia mais em:

https://unric.org/pt/agua/#:~:text=A%20%C3%A1gua%20est%C3%A1%20no%20centro%20do%20desenvolvimento,entre%20a%20sociedade%20e%20o%20meio%20ambiente.

“A água é um direito humano. Ninguém deve ter esse acesso negado”, sublinhou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres ao assinalar o Dia Mundial da Água, no dia 22 de março de 2019.

 

Fotos: Freepik.com