Em comparação ao que foi alcançado no mês passado, maio corrente foi pródigo apenas para com o frango vivo. Pois enquanto boi em pé e suíno vivo viram seus preços retrocederem em relação ao mês anterior (queda de 2,49% e de 9,22%, respectivamente, pelos resultados preliminares), o frango obteve valorização de quase 11% e, ao mesmo tempo, alcançou, nominalmente e em valores reais, a melhor cotação de todos os tempos.

No mês, a valorização do frango foi superior, até, às obtidas pelo milho (+ 3,13%) e pelo farelo de soja (+ 1,90%).  Mas o ganho em relação às duas matérias-primas cessa aí. Pois na média dos cinco primeiros meses de 2021, a valorização do frango, de 50,64%, continua bem aquém da alcançada pelo milho e o farelo de soja, com acréscimos de, respectivamente, 70,82% e 76,72% sobre os mesmos cinco meses de 2020.

Porém, neste caso, quem mais saiu perdendo é o suíno. Pois, na média do ano, obteve valorização de apenas 36,42%, a metade da obtida pelas suas duas matérias-primas básicas. Já o boi em pé, igualmente dependente desses insumos, mas bem menos, fecha maio com valorização mensal (52,43%) ligeiramente superior à do frango vivo.

A comparação, por fim, entre maio corrente e maio de 2020, deixa a impressão de que o frango vivo obteve valorização excepcional, já que seu preço médio no mês ficou 76,35% acima do registrado há um ano, bem mais que os 55,02% e 47,98% obtidos pelo boi em pé e pelo suíno vivo. Aqui, porém, é fundamental ressaltar que não houve ganho: o preço de um ano atrás é que estava baixo. Aliás, um dos menores da década passada.

Idêntico raciocínio se aplica ao farelo de soja, mas agora, de forma inversa. Seu preço médio, em maio corrente, é “apenas” 47% superior ao de um ano atrás. Mas isso só ocorre porque há um ano o farelo de soja já estava caro. Tanto que a média atual está 120% acima da registrada em maio de 2019.

Nada, porém, se compara ao aumento de preço registrado pelo milho, a despeito das reduções mais recentes. Em um ano, valorização de 95%. Em dois anos, praticamente 180%. Ou quase quatro vezes mais que frango e suíno vivos, cujos preços em maio corrente estão menos de 50% acima do que foi registrado em maio de 2019.

 

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