Impulsionadas pela demanda da China, as exportações brasileiras de carne bovina devem bater recorde em 2020, segundo estimativas divulgadas ontem pelo Rabobank. O Brasil já é o maior exportador global, à frente de Estados Unidos, Austrália e Canadá.

Segundo o banco, os frigoríficos brasileiros deverão exportar 2.39 milhões de toneladas em 2020, com aumento de 10,60% em relação as 2.08 milhões de toneladas estimadas para este ano. As vendas externas de 2019 já devem aumentar 3,80% em relação ao ano passado. A China responde por mais de 30% das exportações de carne bovina do país.

Ontem, em coletiva, o analista do banco, Wagner Yanaguizawa, disse que a epidemia de Peste Suína Africana na China deve continuar estimulando a demanda por carne. “O vírus não foi controlado e não será no curto prazo”.

Segundo o Rabobank, a produção de carne suína na China deverá diminuir 25% neste ano, uma queda de 13 milhões de toneladas. Para o ano que vem, a queda acumulada deve ser da ordem de 12,50%, de acordo com o banco holandês. O país asiático é o maior consumidor de carne suína, respondendo por 50% da produção.

A demanda chinesa também deve ajudar a sustentar o crescimento das exportações brasileiras de carne de frango e carne suína. O Rabobank estima que os frigoríficos brasileiros deverão exportar 3.9 milhões de toneladas de carne de frango no próximo ano, com aumento de 2,60% em relação as 3.7 milhões de toneladas estimadas para este ano.

No caso da carne suína, mercado no qual o Brasil é o quarto maior exportador, a expectativa do Rabobank é que as exportações aumentem 14,50% em 2020, passando das 828.000 toneladas estimadas para este ano para 948.000 toneladas. A China também é o maior importador.

 

Valor Econômico