O plantel de suínos na China diminuiu 50% em 2019 em decorrência da Peste Suína Africana (PSA), o que implicaria na redução de cerca de 25% na produção de carne suína do país este ano. Para 2020, a produção pode continuar caindo, entre 10% e 15%, enquanto o rebanho deve se estabilizar ou cair ainda mais.

A estimativa foi anunciada por Justin Sherrard, estrategista global de proteína animal do Rabobank, durante palestra no Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (Siavs). Até o momento, Sherrard estima as perdas no plantel do gigante asiático entre 30% e 40%. As perdas em termos de produção de carne suína da China este ano devem ser de cerca de 13 milhões de toneladas.

“A China representa cerca de metade da produção global de carne suína. Nas demais regiões produtoras do mundo, não há tempo para aumentar a produção de forma tão significativa a ponto de o déficit chinês ser preenchido”, disse o estrategista.

Segundo ele, os preços do suíno no país estão em níveis recordes – cerca de 25 yuans/quilo, enquanto o recorde anterior era de 21 yuans/kg, nível de cerca de dois anos atrás. Sherrard afirmou ainda que, em algumas regiões do país, o preço está ainda mais alto e pode avançar mais, e as cotações de carne bovina e de frango também estão em níveis recordes ou próximos deles.

Como consequência, o especialista estimou que a produção e o consumo de frango na China nos próximos dois anos terão crescimento considerável. Alertou, entretanto, para os perigos de biossegurança na avicultura chinesa, caso pequenos produtores de suínos, que têm baixos índices de segurança sanitária, migrem para a produção de frango.

No longo prazo, Sherrard antecipou que o consumo de carne suína na China terá queda de cerca de 10%, “podendo ser mais, dependendo de como a doença se desenvolver”. Também no longo prazo, o estrategista vê uma mudança na suinocultura chinesa: um menor número de pequenos produtores e mais produtores grandes, integrados, com desempenho técnico maior e mais segurança.

 

Broadcast Agro