A China vem intensificando o controle sanitário sobre a importação de carnes em meio à segunda onda de contaminação do novo Coronavírus no continente asiático. Ontem, o Departamento de Alfândegas do país (GAAC, na sigla em inglês) suspendeu a importação de frango de uma unidade da norte-americana Tyson Foods. Segundo o Departamento, a medida deve-se à confirmação de casos do novo Coronavírus entre os funcionários da unidade.

A suspensão de importações da Tyson vem na esteira de uma série de outras medidas mais rigorosas que o país asiático tem adotado após um novo surto de Covid-19 preocupar as autoridades locais nos últimos dias. Os voos dentro e fora de Pequim foram cancelados e restrições também foram impostas para a entrada da cidade. Além disso, verificações de sinais de saúde se tornaram mais rígidas no transporte público.

Entre uma série de medidas, autoridades chinesas testaram carne e frutos do mar importados em busca de traços do vírus, depois que o novo surto foi associado a um grande mercado de Pequim com produtos importados. As autoridades de saúde pública já haviam tentado amenizar os temores sobre frutos do mar, e salmão em particular, como a fonte do novo surto.

Em 18 de junho, a China suspendeu as importações de uma empresa suína alemã, depois que autoridades alemãs confirmaram uma infecção do novo Coronavírus naquela empresa, segundo o Conselho de Estado da China.

Ontem, as aquisições de produtos da unidade da Tyson Foods do Arkansas também foram interrompidas pelo mesmo motivo. Na unidade, segundo a própria empresa, 481 funcionários testaram positivo para a doença, o que responde a cerca de 13% do quadro de colaboradores.

Um porta-voz da companhia disse que a empresa estava analisando o relatório. “Na Tyson, estamos confiantes de que nossos produtos são seguros e esperamos que as consultas entre os governos dos EUA e da China resolvam esse problema”.

Apesar da política sanitária mais restritiva para a importação de proteínas adotada pelo governo chinês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, o USDA e a Administração de Alimentos e Medicamentos disseram que não há evidências de que a Covid-19 seja uma doença transmitida por alimentos e que é improvável que se espalhe pelas embalagens destes produtos.

 

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