Há uma expectativa de que as margens globais de esmagamento de soja sejam apoiadas, pelo menos nos próximos dois anos, pela decisão da China de continuar a reconstruir o seu rebanho de suínos e profissionalizar seu setor pecuário, com a indústria se preparando para uma demanda crescente por proteínas. A informação, divulgada pela TF Agroeconômica, citando o Agricensus, é do CEO da Archer Daniels Midland (ADM), Juan Carlos Luciano.

Segundo a consultoria, a empresa norte-americana esmagou um volume recorde de soja até agora neste ano, baseada no aumento da demanda por farelo de soja pela China, enquanto suas margens de exportação dos EUA aumentaram, na contramão da demanda chinesa por soja e milho dos EUA.

“A economia da China voltou dos efeitos da pandemia da Covid-19, que a atingiu no início deste ano e está reconstruindo seu rebanho de suínos após ter sido atingida por um surto de Peste Suína Africana (ASF) em 2018-2019″, informou Luciano.

“Achamos que provavelmente há, ainda, alguns anos à nossa frente para a China recuperar completamente o rebanho, pois acho que eles vão construir sua autossuficiência. Então, vamos ver força contínua nas margens de esmagamento e sentimos que isso vai impulsionar a demanda”, disse o executivo durante uma chamada para investidores.

Ele acrescentou que, embora haja um “grande esforço” na China para reconstruir o rebanho suíno, o país, ao mesmo tempo, está profissionalizando o setor de pecuária, o que está aumentando ainda mais a demanda por farelo de soja e milho. “É por isso que você vê tanta atração da China por milho importado”, afirmou Luciano.

A demanda do setor suíno foi suplementada pelo setor avícola da China, que aumentou durante o surto de ASF e continuou a expandir-se mesmo com o rebanho suíno crescendo novamente. “Certamente vemos 2021 com muito otimismo. As condições estão lá para que tenhamos bons momentos. E não vemos que isso vai mudar. A demanda é forte”, concluiu o executivo.

 

Fonte: Agrolink

Equipe SNA