Dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Economia, indicam que neste século, isto é, entre janeiro de 2001 e março de 2022, as exportações de carnes geraram para o País uma receita cambial superior a US$223 bilhões. Desse total, cerca de 49% foram obtidos pela carne de frango, 39% pela carne bovina e cerca de 12% pela carne suína.
A carne de frango liderou a geração de receita durante 18 desses pouco mais de 20 anos. Nesse meio tempo, perdeu em apenas uma ocasião, em 2006, quando um caso similar ao atual surto de Influenza Aviária fez despencar, internacionalmente, as exportações de carne de frango.
Nova perda de posição, agora, aparentemente definitiva, foi registrada em 2019, quando a carne bovina passou a registrar forte valorização no mercado internacional. Com ela, a participação da carne bovina na receita cambial das carnes aumentou quase 53% em duas décadas, passando de aproximadamente 30% em 2001 para cerca de 46% em 2021.
A carne de frango, por sua vez, viu a participação na receita cambial das carnes retroceder quase 30%. Em 2001 respondeu por 56% do total; em 2021, por não mais que 40%. Enquanto isso, a carne suína permaneceu em relativa estabilidade. Sua participação em 2001 foi de perto de 14% do total e em 2021 subiu para 14,2%, variação de apenas 2%.
Interessante notar que, em 2022, a receita gerada pela carne bovina, apenas nos três primeiros meses do ano, já alcança valor correspondente a 3,4 vezes a receita gerada nos 12 meses de 2001. Para as carnes de frango e suína, esse aumento é de 1,2 e 1 vez, respectivamente.