“A escassez de gado pronto para abate continuará pressionando os processadores brasileiros de carne bovina por pelo menos um ano”, disse o analista da Safras & Mercado Fernando Iglesias, em apresentação nesta quinta-feira.

A oferta apertada, causada pelo abate de vacas e a forte demanda por carne bovina em mercados como a China, levou empresas a paralisarem temporariamente as operações e dispensarem funcionários em estados como Goiás, Rondônia, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, disse ele.

O preço da arroba bovina subiu para R$ 315,00 esta semana, patamar recorde. “A oferta está muito apertada”, afirmou Iglesias. “Apenas processadores de carne com licenças para vender para a China podem pagar”.

O mercado apertado atinge empresas como JBS, Marfrig e Minerva, que operam nos mercados interno e de exportação.

Nas últimas semanas, grupos comerciais que representam os frigoríficos começaram a fazer lobby junto ao Ministério da Agricultura para obter autorização para importar gado vivo do Paraguai como forma de continuar o abate em meio à oferta restrita.

Iglesias disse que a disponibilidade de gado no Brasil pode melhorar no próximo ano. Ele estima que o Brasil abaterá 31.585 milhões de cabeças de gado em 2021, um aumento anual de 0,40%.

Em comparação, o abate de gado caiu 9% no ano passado em relação a 2019, para 31.471 milhões de cabeças, segundo dados da Safras.

 

Reuters