A torta de mamona, subproduto do processo da extração de óleo da semente da mamona, possui alto teor proteico e fibras e surge como alternativa para a alimentação animal.
Essa foi a conclusão a que a bióloga Roseli Sengling Lacerda em sua pesquisa de doutorado defendida na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da Universidade de São Paulo (USP).
No estudo, Roseli trabalhou, em laboratório, com a extração de parte da proteína da torta de mamona, caracterizando quimicamente os resíduos da extração da proteína com a finalidade de verificar o potencial de uso na alimentação animal.
Roseli ressalta que o processo de extração das proteínas, em meio alcalino, se mostrou um bom tratamento contra a toxidez da torta da mamona. “À medida que se aumentou o pH, tanto com hidróxido de sódio quanto com hidróxido de potássio, houve o desaparecimento de ricina nas análises”.
“A ricina é uma proteína responsável pela toxicidade do resíduo, a qual tem dificultado o uso da mamona na alimentação animal, principalmente de bovinos”, diz Roseli e conclui:
“Se eliminarmos os componentes tóxicos existentes na torta de mamona, podemos utilizá-la como parte da alimentação animal devido ao seu grande valor proteico. Para isso, necessitamos agora de aplicação prática para que o produto possa ser testado e indicado para a alimentação animal”.