O isolamento da população está comprometendo o consumo de proteínas animais no mercado interno, que registrou queda de 12% a 16% nas duas últimas semanas. As indústrias frigoríficas já estão compondo as escalas de abate com uma semana de folga e os abates que estavam agendados para essa semana foram postergados.

Segundo o analista da Cross Investimentos, Caio Junqueira, os mercados de commodity seguem com uma incógnita de quando tudo isso vai acabar. “Uma retração no consumo interno diante da pandemia vai deixar as indústrias mais distantes de novos negócios, sendo que o mercado doméstico é responsável por 80% da produção”, disse.

O Brasil ainda não tem um instituto que acompanha a demanda por alimentos, mas as operadoras de cartão de crédito e débito realizam esses levantamentos. “Os dados que temos mostra uma queda de 70% no consumo de alimentos. Alguns estudos apontam que a retração na demanda pela a carne bovina está próxima de 12% a 16% nas últimas semanas”, afirmou Junqueira.

No mercado do atacado, as cotações desta segunda-feira (6/4) para o boi casado em São Paulo estão próximas a R$ 12,90/kg. “Isso equivale a um animal cotado R$ 193,50/@, ou seja, os frigoríficos têm condição de ofertar preços nestes valores. O problema é que não sabemos de quanto vai ser a degradação do consumo nas próximas semanas”, disse o analista.

Atualmente, o boi gordo no Estado de São Paulo está cotado de R$ 190,00/@ a R$ 200,00/@, à vista. “Os preços maiores são para os animais que atendem o perfil de exportação, na qual a retomada da demanda chinesa está ajudando no escoamento da carne”, observou Junqueira.

 

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