Embora apresentem ganhos significativos em relação a janeiro de 2019, frango, boi e suíno completam o primeiro mês de 2020 com resultado negativo em relação ao mês anterior, dezembro de 2019. Não chega a ser um resultado inesperado, pois, normalmente, passado o período de festas, os preços das carnes e dos respectivos animais geradores refluem em relação ao último mês do ano anterior.

Desta vez, porém, o refluxo vem sendo mais intenso, porquanto os aumentos registrados nos últimos meses de 2019 (sob a égide do crescimento das exportações de carnes) fugiram ao que sempre foi considerado normal.

Sob esse aspecto, os valores médios do corrente mês e do mês anterior escondem a agudeza das quedas enfrentadas pelos criadores neste instante. Assim, por exemplo, o preço, no momento, do boi em pé (cerca de R$ 190,00/arroba) está 17% aquém do pico registrado entre a segunda quinzena de novembro e os primeiros dias de dezembro. Pelas médias mensais, a queda não passa de 6%.

Já o suíno, cujas médias mensais apontam retração de preço pouco superior a 5%, chega ao final de janeiro corrente valendo menos de R$ 100,00/arroba. Sofre, portanto, redução de quase 20% em relação ao pico de R$ 122,00/arroba obtido às vésperas do Natal, valor que correspondeu, nominalmente, à melhor remuneração obtida pelos suinocultores em todos os tempos.

Quanto ao frango vivo, nem o preço médio nem o índice de redução (irrisório, de 0,31%) têm qualquer significado, visto que a cotação vigente permanece desde meados de 2019, pelo menos no interior paulista, como um simples referencial.

E uma vez que a mesma situação já era registrada um ano atrás, torna-se difícil estimar qual foi a redução efetivamente enfrentada, pois até mesmo os descontos incidentes sobre o preço de referência variam conforme as condições e necessidades do momento.

Porém, independentemente de qual tenham sido as perdas efetivas de boi, suíno e frango, o que não passa despercebido é o preço alcançado pelo milho, que volta a atingir um dos maiores patamares de todos os tempos. É no custo do grão, ao que tudo indica, que estarão concentrados os grandes desafios de 2020 para avicultores e suinocultores.

 

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