Novas estimativas recém-concluídas pelo Ministério da Agricultura confirmaram a tendência de recuperação do Valor Bruto da Produção (VBP) da pecuária brasileira em 2019. Segundo os novos números da Pasta, as cinco principais cadeias do segmento alcançarão um VBP conjunto de R$ 200.9 bilhões – 8% mais que o montante previsto para este ano, de R$ 185.8 bilhões, e 3,6% menos que em 2017.

Nessa frente, a liderança permanecerá com os bovinos, cujo VBP deverá atingir R$ 78.6 bilhões em 2019 – 2,7% mais que em 2018, ano de VBP relativamente estável. Também com melhores perspectivas nos mercados doméstico e externo, o frango tende a experimentar recuperação expressiva. Seu VBP em 2019 foi elevado pelo ministério para R$ 63.7 bilhões, 20,9% mais que o valor estimado para 2018.

Segundo a Pasta, em 2019 também haverá incrementos nos VBPs dos suínos (1,2%, para R$ 14.2 bilhões) e do leite (7%, para R$ 34.3 bilhões), mas o de ovos, que vinha sendo beneficiado pela queda da demanda por carnes, deverá recuar 5,5%, para R$ 10 bilhões.

É o aumento do VBP da pecuária que garantirá o avanço do valor da produção agropecuária em geral no País em 2019. E esse avanço não será maior que o percentual de 1,9% projetado (para R$ 584.6 bilhões), graças a uma queda calculada em 1,1% para o VBP da agricultura, onde as 21 principais lavouras deverão render, no total, R$ 383.9 bilhões.

Carro-chefe do agronegócio brasileiro, a soja deverá amargar, em 2019, o primeiro ano de baixa após oito seguidos de crescimento. Para a oleaginosa, o ministério passou a prever R$ 142.1 bilhões no ano que vem – 1% menos que em 2018, mas ainda um nível considerado elevado.

Para cana e milho, o cenário traçado continua distinto. Em parte graças à queda dos preços do açúcar. Para a cana, a expectativa é de nova retração expressiva do VBP em 2019, de 13,5% em relação a 2018, para R$ 53.4 bilhões, ao passo que para o milho é de recuperação após a quebra da safra 2017/18. O valor bruto da produção do cereal em 2019 agora está estimado em R$ 52.1 bilhões, 9,8% maior que o calculado para este ano.

 

 

Fonte: Valor Econômico