Boi: em junho, preço da carne subiu mais do que o animal terminado

Os preços da carne bovina em junho estão subindo mais que os da arroba do boi gordo, ainda que o consumo doméstico esteja mais fraco, reflexo da perda de poder aquisitivo da população, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP).

Até terça-feira (22/6), a cotação média da carcaça casada bovina era de R$ 307,06 o quilo à vista no mercado atacadista da Grande São Paulo, com alta de 2,80% em relação a maio e de 8% em comparação a junho do ano passado, em termos reais.

Segundo o Cepea, o principal fator altista é a oferta mais restrita de animais prontos para abate. Em relação ao animal, a média parcial deste mês está em R$ 316,30 por arroba, 1,80% mais do que no mês anterior e 12,20% acima do registrado em junho de 2020, em termos reais.

O Cepea informou ainda que o preço da carne só não avançou mais no mercado doméstico por causa do andamento das exportações do País. Isso porque o real voltou a se valorizar, o que costuma limitar as exportações brasileiras. Além disso, tem sido observada uma desaceleração das vendas de carne bovina para a China.

Diferença

A diferença entre as cotações do boi gordo e da carcaça casada bovina, neste mês, está em R$ 9,01 por arroba. Em maio, esse indicador estava em R$ 11,67 por arroba. “Trata-se, também, da segunda menor diferença deste ano, atrás apenas da registrada em janeiro de 2021, que foi de R$ 5,27/arroba, quando o boi teve média de R$ 320,56/arroba, e a carcaça casada, de R$ R$ 315,29, em termos reais”, acrescentou o Cepea.

No ano passado, porém, essa diferença era de R$ 1,58 por arroba a mais para a carne bovina. “Isso mostra que o boi gordo apresentou forte valorização a partir de então, impulsionado pela baixa oferta e pelo bom desempenho das exportações”, indicou o centro de pesquisas.

 

Suínos: relação de troca de animal vivo por milho e soja em junho é a melhor do ano

A relação de troca de suíno vivo por milho e farelo de soja em junho é a mais favorável para o pecuarista desde dezembro de 2020, segundo informou o Cepea, em relatório. Os preços do suíno vivo registraram um forte aumento no mês, enquanto o preço do milho e do farelo de soja, os principais insumos da alimentação dos animais, estão em queda.

O contexto diminui a pressão de custos sobre as margens da atividade, que em maio chegaram à pior marca da série histórica da Cepea, iniciada em 2004. Entretanto, a relação é inferior à quantidade observada em junho do ano passado.

Considerando o suíno comercializado na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba) e o Indicador Esalq/BM&FBovespa do milho (Campinas, SP), o suinocultor consegue adquirir 5,18 quilos do cereal com a venda de um quilo suíno. Apesar de ser a maior quantidade desde dezembro de 2020, ainda é 13,60% menor que em junho de 2020.

Com relação ao grão comercializado no mercado de lotes de Chapecó (SC), o suinocultor pode comprar 4,88 quilos de milho, 16,30% a mais que em maio, mas 10,90% inferior ao volume de junho de 2020.

Farelo

Já o farelo de soja tem uma recuperação mais intensa no poder de compra, suficiente para garantir melhora, mesmo na comparação com 2020. Em São Paulo, é possível a compra de 3,38 quilos do derivado com a venda de um quilo de suíno no acumulado, 26,20% a mais que em maio e ainda 22% superior à quantidade de junho do ano passado.

Para o produtor da região de Santa Catarina, é possível comprar 3,33 quilos do derivado de soja com a venda de um quilo de animal vivo. Neste caso, o poder de compra aumentou 15,10% se comparado a maio e 29,80% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Valores

No mercado independente de suínos, o aumento na demanda e a oferta controlada de animais impulsionaram os preços neste mês.

Na região SP-5, o animal registra a média de R$ 8,02/kg na parcial de junho, com altas de 19,80% no comparativo mensal e de 69,80% no anual, em termos nominais. No oeste catarinense, a alta de maio para junho foi de 8,20%, com a média atual do suíno a R$ 7,67/kg, preço 75% acima do registrado no mesmo mês de 2020.

 

 

Fonte: Broadcast Agro

Equipe SNA