Mesmo com a forte alta no custo da ração, a rentabilidade dos suinocultores brasileiros está em um dos melhores momentos da história.

Graças à demanda aquecida no mercado interno e, principalmente, à exportação para a China, o preço do animal vivo bateu recorde, o que elevou o poder de compra dos produtores, indicou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em boletim divulgado na semana passada.

Segundo César Castro Alves, analista do Itaú BBA, a margem bruta da criação de suínos chegou a 39% em agosto, nível só comparável ao pico de 2014. “Está espetacular isso”, afirmou o analista, destacando que o preço médio do suíno vivo subiu 25% em agosto, acima do aumento visto nos custos de produção.

“É uma margem razoável, e que ajuda o suinocultor a se capitalizar para os tempos de vacas magras”, disse Custódio Rodrigues de Castro Júnior, diretor-executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat).

Segundo ele, o custo de produção dos animais no segundo trimestre oscilou na faixa de R$ 4,60 e R$ 4,80 o quilo, enquanto o valor de venda ficou na casa de R$ 6,00. No mesmo período de 2019, o custo era de R$ 3,11 o quilo, e o preço de venda girava em torno de R$ 4,15.

Para Juliana Ferraz, analista de proteínas animais do Cepea, a demanda chinesa é a principal responsável pela elevação das cotações dos suínos neste ano.

O país asiático, que vem comprando mais para suprir a escassez provocada pela peste suína africana, responde por mais de 50% da exportação brasileira de carne suína.

Quando se inclui Hong Kong, província autônoma da China na conta, a fatia exportada é de quase 70%. Neste ano, os chineses mais que dobraram o volume de carne suína importada dos brasileiros.

 

Valor Econômico