Boi: exportação em outubro fica abaixo de 100.000 toneladas pela primeira vez em mais de três anos

Dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, em outubro, foram exportadas apenas 82.180 toneladas de carne bovina in natura, o menor volume desde junho de 2018, quando uma greve de caminheiros impediu que cargas saíssem dos frigoríficos e entrassem nos portos, limitando com força os embarques.

Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) destacam, ainda, que é a primeira vez em pouco mais de três anos que as exportações brasileiras de carne bovina ficam abaixo de 100.000 toneladas.

Segundo os analistas, isso se deve à manutenção da suspensão dos envios da carne bovina brasileira à China, o maior destino internacional da proteína. No mercado spot nacional, a demanda por novos lotes para abate se mantém baixa, e a entrada de animais de confinamento vem crescendo.

Assim, em outubro, o Indicador do Boi Gordo Cepea/BM&F recuou 11,83%, encerrando o mês a R$ 257,10. No dia 28 de outubro, especificamente, o indicador chegou a fechar a R$ 254,10, o menor valor nominal desde o início de outubro de 2020.

 

Suínos: média de outubro é maior desde abril deste ano

Os preços do suíno vivo e da carne estiveram elevados na maior parte de outubro. Segundo pesquisadores do Cepea, mesmo diante dos recuos registrados na segunda quinzena, a média do mês passado ainda foi a maior desde abril deste ano, em termos reais (as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI de setembro/2021).

Os pesquisadores indicam que, no início de outubro, os preços foram sustentados pela demanda aquecida, que esteve acima da oferta de novos lotes para abate.

Já na segunda quinzena do mês, os preços passaram a cair, pressionados pela retração de frigoríficos, que limitaram as compras de novos lotes devido ao enfraquecimento das vendas de carne no atacado.

Em outubro, o suíno vivo foi negociado à média de R$ 7,23/kg na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), com alta de 3,50% em relação à de setembro e a maior desde abril, em termos reais.

 

Fonte: Cepea