Boi: arroba volta a ser negociada acima da carne

Neste mês de julho, a arroba do boi gordo (Indicador Cepea/BM&F, mercado paulista, à vista) voltou a ser negociada a preços acima dos registrados para a carcaça casada (mercado atacadista da Grande São Paulo, também à vista).

Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), este cenário é resultado do ritmo de alta nos preços do boi acima do observado para a carcaça.

Na parcial de julho (até o dia 15), o boi gordo registra média de R$ 219,51, e a carcaça casada de boi R$ 216,30, com respectivas altas de 4,60% e de 2,48% em relação às do mês anterior. No ano, enquanto a média mensal do boi sobe 0,65%, a carne caí 5,36%.

Diante disso, o animal para abate nesta parcial de julho é negociado a R$ 3,21/arroba acima da carne no atacado. Trata-se da maior vantagem do animal sobre a carne desde agosto de 2016, quando o boi gordo era negociado R$ 11,70/arroba acima da carcaça casada.

Todas as comparações foram realizadas com médias reais, deflacionadas pelo IGP-DI.

 

Suínos: movimento de alta nos preços se intensifica

O movimento de alta nos preços do suíno vivo, verificado desde abril deste ano, se intensificou neste mês de julho, especialmente nos últimos dias. E essa elevação nos valores do animal tem sido observada em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo colaboradores, parte da indústria tem intensificado as compras de novos lotes de suínos para abate, no intuito de atender à aquecida demanda externa. A procura contínua por animais no mercado independente tem, ainda, reduzido a disponibilidade de suínos em peso ideal para abate.

Diante disso, agentes do setor consultados pelo Cepea indicam que tem retido animais nas granjas, a fim de garantir o aumento no peso, contexto que pode ter reforçado o movimento de alta nos preços nestes últimos dias.

 

Frango: aumento das vendas domésticas impulsiona os preços da carne de frango

Tanto a carne de frango, quanto as duas principais proteínas substitutas, a bovina e a suína, subiram na primeira metade de julho. No entanto, enquanto as concorrentes vêm registrando forte liquidez no mercado externo, a carne de frango se valoriza tendo como suporte o aumento das vendas domésticas.

Esse cenário indica que o menor poder de compra da população, devido à crise provocada pelo novo Coronavírus, pode estar mudando os hábitos de consumo de parte dos brasileiros.

Segundo cálculos realizados pelo Cepea, na média da primeira quinzena de julho, a diferença entre os preços do frango inteiro e das carcaças bovina e suína cresceu frente ao mesmo período de junho. Isso mostra um aumento na competitividade dos produtos avícolas no mercado interno.

 

Cepea