Boi: Brasil evidencia potencial para atender aquecido mercado chinês

O volume de carne bovina (in natura e industrializada) exportado pelo Brasil de janeiro a abril deste ano foi recorde e esse resultado se deve à aquecida demanda da China.

Neste ano, o país asiático foi destino de 203.470 toneladas de carne, mais que o dobro da quantidade registrada no mesmo período de 2019 (de 96.050 toneladas), segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Diante disso, enquanto as exportações de carne bovina à China no primeiro quadrimestre de 2019 representaram 17,71% do total exportado pelo Brasil, no mesmo período de 2020 passaram a corresponder por 37,1%.

De modo geral, a China parece ter superado a crise da Covid-19, mas volta a registrar casos de Peste Suína Africana (PSA) no rebanho suíno.

Além disso, recentemente, a China embargou a importação de carne bovina de alguns frigoríficos australianos. Vale lembrar que a Austrália já foi um importante fornecedor de carnes ao país chinês, contexto que pode reforçar as compras asiáticas no Brasil.

O mercado brasileiro, por sua vez, evidencia ter potencial para atender à aquecida demanda chinesa, tendo a favor a alta competitividade, devido, especialmente, ao custo de produção inferior ao de importantes concorrentes mundiais. Atualmente, o alto patamar do dólar também favorece o preço da tonelada da carne brasileira exportada.

 

Suínos: mercado interno volta a se aquecer na primeira quinzena de maio

O mercado nacional de suínos voltou a se aquecer nesta primeira quinzena de maio. Além disso, as exportações brasileiras da proteína se mostram intensas, contexto que tem sustentado o movimento de recuperação nos preços da carne e cortes.

Esse cenário, por sua vez, tem elevado a demanda de frigoríficos consultados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) por novos lotes de animais para abate, resultando também em aumento nas cotações do animal vivo em todas as regiões acompanhadas pelo instituto de pesquisas.

A situação desfavorável vivida pelo setor entre meados de março e abril fez com que parte da indústria reduzisse a produção e, consequentemente, os níveis de estoque de proteína. Diante da rápida melhora nas vendas da carne nas primeiras semanas de maio, frigoríficos intensificaram as compras de suínos no mercado independente.

 

Frango: preço da carne reage após intensa queda em abril

Pesquisas do Cepea mostram que os preços da carne de frango têm reagido no mercado interno nestas primeiras semanas de maio, depois de registrarem intensas quedas em abril.

Ainda assim, a proteína avícola vem ganhando competitividade frente à carne suína, tendo em vista que apresenta movimento de recuperação ainda mais forte neste mês.

Os preços da carne bovina, por sua vez, estão praticamente estáveis em maio, o que reduz a competitividade da carne de frango frente a esta substituta.

Para a carne de frango, segundo pesquisadores do Cepea, as recentes altas nos preços estão atreladas ao aquecimento nas vendas no mercado interno, como típico em primeira quinzena, e às exportações aquecidas. Além disso, a produção na indústria e os estoques estão mais enxutos, reforçando o avanço nos valores.

 

Cepea