Ciência e Tecnologia

Por Adeildo Lopes Cavalcante

Ciência e Tecnologia2020-05-27T13:29:02-03:00
306, 2020

Belgo lança máquina para construção de cercas nas propriedades rurais

A Belgo Arames inova e passou a oferecer ao mercado uma máquina  moderna e funcional para a construção de cercas nas propriedades rurais. Desenvolvida com tecnologia 100% nacional, ela  substitui, com muitas vantagens, o trabalho de 30 pessoas.

“As vantagens do equipamento não são apenas de mão-de-obra, mas também de qualidade e agilidade,  diz o gerente de negócios da empresa, Guilherme Vianna.

“As cercas”, acrescenta,  “são instaladas com espaçamento e fios de arame pré-definidos. Além disso, a garantia mínima é de construção de 30 km de cercas por mês, pelo menos 10 vezes mais que o trabalho realizado por uma dupla de cerqueiros”.

Outro benefício do equipamento é a possibilidade de desmonte das cercas e reinstalação em outro local. “Essa facilidade é especialmente vantajosa para propriedades que praticam a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), a qual  reúne diferentes sistemas produtivos (agrícolas, pecuários e florestais) dentro de uma mesma área”, explica Viana.

Ao final de cada ciclo de utilização da área pode-se retirar os postes e o arame e remontá-los em outra área da propriedade.

Foto: Belgo Arames

2905, 2020

Embrapa cria teste para controle mais eficiente de carrapatos em bovinos

O ataque de carrapatos (praga) aos bovinos é um dos principais problemas das criações de gado de corte e de leite do país, pois provoca redução  significativa na produção de carne, leite e couro e para combatê-lo de forma mais eficiente surgiu um novo meio.

Trata-se de um teste de sensibilidade dos parasitos aos carrapaticidas, criado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), órgão ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O teste, que é gratuito e está à disposição dos criadores de todo o país, consiste na determinação do produto mais adequado para combate dos carrapatos em cada propriedade, garantindo economia de recurso e de mão de obra, desaceleração do processo de resistência dos carrapatos e menor dano ao meio ambiente.

Segundo os pesquisadores, o teste é um serviço importante, pois as populações de carrapatos têm perfil diferente de resistência a carrapaticidas em cada propriedade.

Foto: Marcos La False

2705, 2020

Viveiros fertilizados fazem pirarucu aumentar peso em até 20%

Fertilizando viveiros de criação de pirarucu, é possível que os peixes tenham cerca de 20% a mais de peso em comparação a viveiros sem esse recurso. É o que indica pesquisa realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) dentro do projeto Pirarucu da Amazônia.

Além desse ganho, houve conversão alimentar mais eficiente, ou seja, em média, os peixes consumiram menos alimento para ganhar cada quilo de peso.

Na fase da recria, o uso da fertilização em viveiros possibilitou obter animais com peso médio de 0,90 kg, enquanto   que, em viveiros em que não houve fertilização, esse peso ficou em 0,75 kg. Fazendo as contas, os 20% de aumento são resultado da produtividade média dos peixes.

“Os resultados foram excepcionais e muito acima das expectativas da equipe de pesquisadores, que esperava um efeito mais modesto,

pois o pirarucu é uma espécie de hábito alimentar carnívoro/ictiófago” diz Fabrício Rezende, um dos pesquisadores envolvidos no estudo. Animais ictiófagos são aqueles carnívoros que têm peixes como base de sua dieta.

Foto: Jefferson Christofoletti

1405, 2020

UFSCar desenvolve produto que possibilita revestir ovos e prolongar seu prazo de validade

O produto da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), localizada no interior de São Paulo, é um biofilme (espécie de membrana), obtido a partir de uma substância (quisotana), extraída da carapaça ou casca de crustáceos, como camarão, lagosta e caranguejo.

“A principal característica do biofilme é que, além de ter propriedades antifúngicas e bactericidas, permite vedar microfissuras e poros na superfície de ovos. Isso resulta em um aumento do tempo de prateleira do produto”, dizem os pesquisadores.

Segundo eles, além de ovos, o biofilme  pode ser usado para revestir embalagens de alimentos diversos, como carne bovina.

No caso de ovos, os pesquisadores estimam que o revestimento prolongue a durabilidade do produto de 30 para 50 ou até 60 dias, dependendo das condições de armazenamento.

O trabalho de pesquisa da UFSCar que resultou no biofilme (cuja patente já foi depositada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial) contou com apoio da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

Fonte: UFSCar

805, 2020

Embrapa: vacas que pastejam na sombra produzem mais embriões

Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) verificaram que vacas da raça Gir Leiteiro que tiveram acesso a áreas com sombra de eucalipto produziram quatro vezes mais embriões durante o período mais quente do ano e, ao longo do período do estudo (33 meses), 22% a mais de leite.

A comprovação reforça a importância de oferecer aos animais condições confortáveis para o bom desempenho reprodutivo. Os resultados também estimulam o uso de sistemas de criação de bovinos integrados com floresta, pois mantêm árvores nas pastagens.

De janeiro de 2017 a setembro de 2019, especialistas de diferentes áreas da Embrapa e da Universidade de Brasília (UnB) se dedicaram ao projeto “Conforto térmico, produtividade de leite e desempenho reprodutivo de vacas de raças zebuínas em sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) no Cerrado”.

“Identificamos que o uso da ILPF com vacas zebuínas leiteiras pode ser recomendado, pois além de aumentar a produtividade de leite e a quantidade de embriões produzidos, também melhora a qualidade do produto e do pasto, o valor nutritivo da forragem e os parâmetros fisiológicos e comportamentais das vacas”, diz  a pesquisadora Isabel Ferreira, coordenadora do projeto.

Os estudos foram conduzidos no Centro de Tecnologia de Raças Zebuínas Leiteiras, localizado no Distrito Federal e ligado à Embrapa Cerrados. Durante os 33 meses de experimento, os especialistas mediram o desempenho produtivo e reprodutivo de vacas Gir Leiteiro a pasto com a presença e ausência de sombra.

Fonte: Embrapa

405, 2020

Cana-de-açúcar enriquecida viabiliza criação de vacas leiteiras no leste de Minas Gerais

Cultivada em quase todas regiões do país, a cana-de-açúcar é uma das principais fontes de alimentação de bovinos, principalmente nos períodos  de estiagem. A cultura tem baixo custo de produção, é de fácil manejo e rica em energia. No entanto, ela é pobre em proteínas e minerais, que são essenciais para os animais.

Diante dessa situação, criadores de bovinos leiteiros de 11 fazendas da região de Capitão Andrade, leste de Minas Gerais, passaram a adicionar à cana um produto (mistura) denominado Nitromineral Epamig que corrige as deficiências de proteínas e minerais da cana e atende às necessidades nutricionais das vacas, tornando-as mais produtivas.

“O produto, desenvolvido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig ), vem sendo empregado, com sucesso, na alimentação de vacas dos criatórios daquela região”, diz o coordenador técnico regional da Emater (empresa de assistência técnica ao homem do campo), Ronald Hott. E acrescenta:

“Todas as vacas apresentam melhorias na produção. Tanto que, no período chuvoso do ano, os animais vem obtendo, em relação à época de estiagem (quando há escassez de pasto), aumento de até 60% na produção de leite”.

Além disso, na opinião de Etelvino Francisco Filho, um dos criadores  de Capitão Andrade que utilizam a mistura, o produto apresenta outras vantagens.

“Eu percebi que, além de produzirem mais leite e ganharem mais peso,  as vacas entraram no cio mais cedo e a pelagem delas fica mais bonita”.

“Espero chegar a 200 litros por dia”, diz produtor.

Fonte: Epamig

3004, 2020

UNESP desenvolve novilho superprecoce que pode ser abatido com um ano de idade

Essa novidade é uma conquista da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), em Bauru (SP), e é  fruto do projeto  Crescimento de Bovinos de Corte no Modelo Biológico Superprecoce, desenvolvido desde 1992 por aquela instituição.

O novilho superprecoce resulta do cruzamento, por inseminação artificial,  de gado Nelore (originário da Índia) com raças europeias – Angus, Hereford, Simental, Braunvieh, Charolês, Limousin e Pardo Suíço.

Segundo a UNESP, o animal foi desenvolvido sem  o uso de anabolizante (hormônio que acelera o ganho de peso dos bovinos) e pesa 450 quilos (a maioria dos novilhos criados no país requer de três a quatro anos para atingir esse peso).

Para chegar ao animal os pesquisadores suprimiriam uma das três fases do projeto  de gado de corte da UNESP: a recria  ( as outras duas são: cria e engorda).

Exemplo: o bezerro que resultou no novilho foi desmamado aos sete meses com 230 quilos – idade em que normalmente só teriam 200 quilos– e foi direto para a engorda em regime de  confinamento (ambiente fechado). “O animal não passou, portanto, pela fase comum e onerosa da recria, que costuma durar de dois a três anos”, explicam os pesquisadores, acrescentando:

“ O sistema antecipa não só a idade do abate dos machos para, no máximo,  13 meses, como também a primeira parição das fêmeas – preservadas em parte para a reprodução -, que pode ocorrer aos dois anos de idade, enquanto que, na criação tradicional,  o primeiro parto só acontece depois dos três anos de idade”.

Fonte: UNESP

2804, 2020

Embrapa desenvolve entreposto móvel para processar pescado próximo ao produtor

O objetivo do entreposto (denominado EMP) é levar aos pequenos piscicultores um serviço de processamento seguro, de acordo com a legislação sanitária e que agregue valor ao produto.

Desenvolvido pelo núcleo Pesca e Aquicultura da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a empresa Engmaq, de Santa Catarina, o entreposto consiste em um contêiner (espécie de cofre) refrigerado de 12 metros de comprimento transportado por uma carreta que realiza o processamento de peixes ao lado das criações (pisciculturas).

“O EMP atende a uma demanda por frigoríficos com menor custo de implantação”, diz a pesquisadora da Embrapa Patrícia Costa Mochiaro Soares Chicrala, coordenadora do projeto que desenvolveu o EMP.
Segundo ela, “um entreposto tradicional, com capacidade para processar cinco toneladas de tilápias por dia, custa,  em média,  R$ 5 milhões para ser implantado, enquanto o EMP, mais simples e compacto, custa um décimo desse valor”.

O equipamento foi projetado com estrutura modular, permitindo que etapas de processamento possam ser adicionadas, de acordo com a necessidade de cada produtor e demandas do mercado.

904, 2020

Criador comemora taxa de prenhez acima de 55% com embriões ABS

Empregando embriões desenvolvidos pela ABS, empresa que opera no ramo de reprodução de gado de corte e leite, o criador de animais da raça Nelore Marcos Albino, proprietário da Fazenda Maranata, no norte do estado de Tocantins, obteve resultados considerados “impressionantes” pela ABS.

Segundo a empresa, “já na primeira aplicação – com 204 embriões transferidos para vacas receptoras (barrigas de aluguel) e  114 prenhezes confirmadas, o criador registrou uma taxa de prenhez de 55,88%.

A solução genética da ABS consiste no que a empresa denominou de ABS NEO (“pacote” de embriões) e Albino diz que resolveu optar por ela como meio de incrementar o melhoramento genético do seu rebanho.

“A qualidade dos animais resultantes da tecnologia da ABS já havia me chamado a atenção, e agora tenho a comprovação da decisão correta, graças a esse índice que alcançamos”, diz o criador.

Fonte: Na Mídia Assessoria

704, 2020

Adulterações em carnes são identificadas por método desenvolvido pela UFMG em parceria com a PF

Estudo de doutorado desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),  em parceria com a Polícia Federal (PF), deu origem a um método simples e de baixo custo para identificação e caracterização de adulteração em carnes bovinas in natura. Segundo a autora do estudo, a pesquisadora Karen Nunes, o trabalho teve por objetivo simplificar as perícias promovidas pelos agentes da PF.

A adição de água, sais e outros adulterantes aumenta a capacidade de retenção de água pela carne, propiciando fraude comercial, uma vez que o preço do produto é estabelecido pelo peso. O procedimento já gerou diversas operações da PF, entre as quais, Vaca atolada (2012) e Carne fraca (2017).

Karen Nunes foi estagiária da PF no setor de Perícias e, quando começou a desenvolver sua dissertação de mestrado na UFMG, vislumbrou a possibilidade de estudar as adulterações em carnes, em razão da sua atuação na operação Vaca atolada. No doutorado, a pesquisadora deu sequência ao projeto e desenvolveu, com base em dados de espectroscopia de absorção no infravermelho médio e Raman, um método para detecção de produtos não cárneos nas amostras.

Segundo o perito criminal Marcus Andrade, a perícia da PF sempre teve dificuldade técnica de determinar os elementos presentes na carne, na investigação de adulterações. “Assim”, diz ele, “a pesquisa cumpre os objetivos propostos pela PF e propõe um modelo que possibilita que a perícia seja feita de forma mais rápida e eficaz do que a processada pelo método tradicional”.

Fonte: UFMG

204, 2020

Alunos da UFV criam  máquina para fabricação de leite em pó de cabra

A Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, dispõe, no município de Florestal, naquele estado, de um núcleo de ensino e pesquisa, o qual está cercado de pequenas propriedades cujas famílias criam caprinos para produção de carne e leite, gerando alimento e renda para as famílias.

A carne dos animais é o principal produto de consumo, enquanto o leite é pouco utilizado para alimentação humana e acaba sendo descartado sem nenhum aproveitamento.

Diante dessa situação e visando abrir uma frente de negócios para os criadores,  os estudantes Charles de Oliveira e Michael Willian, da Central de Ensino e Desenvolvimento Agrário do núcleo da UFV  criaram uma máquina de baixo custo para a fabricação de leite de cabra em pó, com orientação do professor Luiz Carlos Gouvêa.

“O  projeto tem por fim  permitir o armazenamento do leite para posterior consumo e comercialização. O leite de cabra em pó tem prazo de validade de oito meses, enquanto o líquido azeda em três dias”, explica Gouvêa”.

A máquina, já patenteada, também poderá ser útil para a produção de leite de vaca em pó; tem capacidade de beneficiar dez litros de leite por hora, sendo que cada litro gera aproximadamente 120 gramas de pó.

Segundo Gouvêa, o equipamento poderá ser utilizado como fonte de renda não apenas para as famílias de Florestal, cidade com cerca de 5,5 mil habitantes, mas em especial para pequenos e médios produtores do Nordeste do Brasil, região que abriga mais de 90% dos rebanhos de caprinos do país.

Fonte: Agência FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo)

3103, 2020

Embrapa cria sistema que facilita a comercialização de ovinos no estado de Mato Grosso do Sul

Estudo da  Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) serviu de base para uma inovação recente na comercialização de ovinos no estado de Mato Grosso do Sul. Trata-se de um modelo denominado Propriedade de Descanso de Ovinos para Abate (PDOA), que recebe animais de diversas propriedades do estado, facilita a negociação com frigoríficos e se responsabiliza pelo seu embarque para esses estabelecimentos.

Graças a esse novo sistema, em 2019, foi movimentada a maior quantidade de animais dos últimos cinco anos: 1.510 ovinos. Nos anos anteriores, essa quantidade variou entre 1.100 e 1.460 animais.

A iniciativa é decorrente de articulações entre os setores público e privado  e surgiu com o propósito de solucionar um dos maiores entraves à ovinocultura no estado: a falta de estrutura para comercialização dos animais.

“O maior benefício para o produtor é a facilidade de negociar com compradores de grandes lotes um número menor de cabeças. Os compradores também são beneficiados, especialmente com a redução nos custos de frete,” destaca Sônia Beretta, produtora de ovinos em Sidrolândia (MS).

Foto: Fernando Reis

2503, 2020

Ourofino Agronegócio lança novo hormônio para equinos

Com o novo produto (Sincrorellin à base de deslorelina) a Ourofino Agronegócio, empresa que atua na produção de medicamentos veterinários, amplia a sua linha de medicamentos para equinos.

De acordo com a empresa, o hormônio apresenta um índice de 90% na indução de ovulação das éguas, aumentando a rentabilidade do produtor, devido à sincronização da ovulação entre os animais e à diminuição das tentativas de prenhez.

Segundo a médica veterinária e diretora comercial da linha equinos, Silvia Tarumoto, a Ourofino é a primeira empresa brasileira a comercializar este produto,  devidamente registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

“O Sincrorrelin consegue sincronizar o momento ovulatório das éguas tratadas, facilitando o manejo de inseminação e de transferência de embrião, que é uma prática amplamente utilizada na equideocultura atual”, explica Tarumoto.

Fonte: Ourofino

1603, 2020

Vacina brasileira contra doença de suínos é patenteada na Rússia

Desenvolvida pela Universidade Federal de Viçosa-UFV (localizada na cidade do mesmo nome em Minas Gerais), a vacina tem por fim imunizar suínos contra o vírus PCV2 da circovirose. Essa doença ataca o sistema imunológico de suínos em criatórios de todo o mundo, principalmente após o desmame, e facilita a entrada de outras enfermidades, causando significativa mortalidade de animais e elevados prejuízos aos criadores.

“Inédita no Brasil, a vacina é fruto de 15 anos de pesquisas”,  informam os coordenadores do estudo: os pesquisadores Márcia Rogéria de Almeida Lamêgo, da Sanches&Almeida Biotec Consultoria e Inovação, e Abelardo Silva Júnior, do Departamento de Veterinária da UFV.

Segundo eles, as vacinas disponíveis no Brasil para prevenção das infecções causadas pela circovirose são importadas e muito caras.

para chegar à nova vacina os pesquisadores testaram o produto em camundongos e suínos naturalmente infectados e os resultados mostraram que a vacina tem eficiência superior às importadas disponíveis no mercado brasileiro.

De acordo com a pesquisadora Márcia de Almeida,  depois de testada, a tecnologia da vacina foi apresentada a empresas especializadas em sanidade animal no Brasil. Uma empresa  de Ribeirão Preto (SP), apresentou a melhor proposta e, desde 2015, vem realizando as adaptações para produção em escala industrial. “Nós estamos acompanhando tudo e dando continuidade às pesquisas para esta adaptação”, diz ela.

A Rússia foi o último país, até agora, a reconhecer a vacina. O medicamento já foi patenteado na Colômbia, Estados Unidos e no México e há processos para patenteamento no Uruguai, Argentina, China  e Comunidade Europeia.

O estudo sobre a vacina  foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Fonte: UFV

1003, 2020

Estudo inédito avalia doença que causa prejuízo à avicultura brasileira

A anemia das galinhas, causada pelo Chicken Anemia Vírus (CAV, em inglês), é um problema sério para a avicultura industrial brasileira,  podendo afetar a saúde e a produtividade de frangos. Para auxiliar no entendimento da propagação da CAV em Minas Gerais, pesquisadores da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais (FAPEMIG), realizaram um estudo com o fim de caracterizar o vírus da anemia das galinhas.

De acordo com Nelson Rodrigo Martins, professor de medicina veterinária da UFMG e coordenador da pesquisa, o vírus abaixa a imunidade dos agentes contaminados. Nos casos mais leves, a baixa imunidade pode causar problemas intestinais, impedindo a produção e o crescimento dos frangos. Nos casos extremos, pode levar à morte das aves, causada por anemia e hemorragia.

Segundo o professor, o vírus é muito comum na avicultura comercial. O pesquisador destaca que um dos métodos para evitar a contaminação é vacinar as aves e criá-las em ambiente restrito, com alto controle. “Evitar a introdução de doenças nos criatórios e vacinação são estratégias para reduzir a transmissão do vírus para as novas gerações e permitir a passagem de anticorpos para os pintinhos”, diz.

Para o pesquisador, a importância desse trabalho se deve ao fato de que, por muitos anos, diversos episódios de falhas vacinais descritos na avicultura mundial foram associados à infecção por vírus da CAV. O estudo incluiu avaliações de tecidos e de fluidos de aves com presença de CAV por meio de detecção molecular, usando a genética de famílias diferentes para comparar às espécies de outros países.

Os estudos de ocorrência e caracterização do vírus da anemia das galinhas são inéditos em avicultura brasileira.

A CAV é uma doença que pode ser transmitida entre gerações durante a reprodução. A infecção grave pelo CAV leva as aves à morte e não tem cura. A perda de saúde dos frangos contaminados pode resultar em prejuízos econômicos à avicultura, devido à queda de produtividade.

Foto: Secretaria  de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais

603, 2020

USP/FZEA: torta de mamona sem toxidez pode ser usada na alimentação animal

A torta de mamona, subproduto do processo da extração de óleo da semente da mamona, possui alto teor proteico e fibras e surge como alternativa para a alimentação animal.

Essa foi a conclusão a que a bióloga Roseli Sengling Lacerda em sua pesquisa de doutorado defendida na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da Universidade de São Paulo (USP).
No estudo, Roseli trabalhou, em laboratório,  com a extração de parte da proteína da torta de mamona, caracterizando quimicamente os resíduos da extração da proteína com a finalidade de verificar o potencial de uso na alimentação animal.

Roseli ressalta que o processo de extração das proteínas, em meio alcalino, se mostrou um bom tratamento contra a toxidez da torta da mamona. “À medida que se aumentou o pH, tanto com hidróxido de sódio quanto com hidróxido de potássio, houve o desaparecimento  de ricina nas análises”.

“A ricina é uma proteína responsável pela toxicidade do resíduo, a qual tem dificultado o uso da mamona na alimentação animal, principalmente de bovinos”, diz Roseli e conclui:

“Se eliminarmos os componentes tóxicos existentes na torta de mamona, podemos utilizá-la como parte da alimentação animal devido ao seu grande valor proteico. Para isso, necessitamos agora de aplicação prática para que o produto possa ser testado e indicado para a alimentação animal”.

303, 2020

Ração contaminada com micotoxinas prejudica rendimento de gado de corte

Essa conclusão consta de estudo de doutorado defendido pela zootecnista Letícia Custódio na Universidade Estadual Paulista (UNESP), núcleo Jaboticabal, em São Paulo.

O trabalho da pesquisadora, desenvolvido como parte de um projeto da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), teve por fim avaliar rações para gado de corte e, nele, ela diz ter encontrado 100% das amostras examinadas contaminadas com micotoxinas, sendo 7% com alta contaminação”.

De acordo com Letícia, “os resultados do estudo mostram que é praticamente impossível preparar uma dieta para gado de corte sem contaminação, ainda que mínima, por micotoxinas (substâncias produzidas por fungos); isso porque o fungo está naturalmente presente nas matérias-primas utilizadas”. “No entanto”, explica. “é importante que essa contaminação esteja situada em um nível baixo, para diminuir ao máximo os danos causados pelas substâncias”.

“Nos meus experimentos”, prossegue  Letícia, “mesmo com uma contaminação considerada baixa, observamos uma queda de 200 gramas de ganho médio diário por animal – o que equivale, no final do processo produtivo, a 26 quilos a menos no peso corporal do animal. Isso significa redução da produtividade dos animais e prejuízo para o criador, ou seja, menos dinheiro em seu bolso”, conclui.

Fonte: APTA

2702, 2020

Embrapa: criadores da raça Senepol ganham sumário de melhoramento genético

Criadores de touros e matrizes da raça bovina Senepol agora contam com um sumário de touros próprio, disponível em versão impressa ou pelo computador. O sumário descreve os animais avaliados geneticamente quanto a diversas características de importância econômica e oferece ao criador subsídios para a tomada de decisão nos processos de seleção genética e cruzamentos de sua propriedade.

O sumário é resultado de trabalho de melhoramento genético realizado desde 2010 por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Hoje, 80% da reprodução de gado Senepol é artificial, e uma fêmea bem ranqueada pode custar R$ 34 mil reais e um reprodutor, R$ 14,5 mil reais.

A elaboração do sumário é gradativa e feita em parceria com o Programa Geneplus da Embrapa, Núcleo Brasileiro de Melhoramento do Senepol e a Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Senepol, explica Gilberto Menezes, do núcleo Gado de Corte da Embrapa, centro de pesquisa responsável pelos trabalhos.

Foto: Carolina Coelho

1102, 2020

Embrapa: diagnóstico precoce de prenhez em vacas ajuda aumentar produção de leite

Estudo do núcleo gado de leite da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) demonstra que é possível reduzir o intervalo entre inseminações de uma vaca em cerca de 20 dias com a utilização do ultrassom Doppler para realizar diagnóstico precoce da prenhez. A grande vantagem de se fazer uso dessa tecnologia é que ela traduz movimentos como o fluxo sanguíneo em cores, tornando as análises mais precisas.

A redução do intervalo de partos no rebanho representa ganho econômico tanto na produção de uma vaca de leite quanto na engorda de bezerros de corte. Um animal que produza 30 litros diários de leite, por exemplo, terá acrescentado à sua produção 600 litros no fim da lactação.

Em um rebanho formado por 100 vacas que tenham reduzido o intervalo de partos nessa proporção, serão 60 mil litros de leite a mais produzidos na lactação.

Segundo o estudo, “sem o emprego do Doppler, para conseguir inseminar uma vaca três vezes e obter um índice de cerca de 90% prenhez, eram necessários 80 dias. Usando o Doppler,  consegue-se realizar o mesmo trabalho e obter um índice semelhante com 48 dias”.

“A grande vantagem dessa tecnologia é a redução do tempo e  tempo representa dinheiro  para o fazendeiro que tira leite ou engorda animais machos (bezerros) para abate ou venda”, diz o estudo.

Fonte: Embrapa

702, 2020

Pesquisa da Embrapa mostra como combater a mosca-dos-estábulos

Segundo pesquisa concluída pelo núcleo Gado de Corte da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), medidas simples e rotineiras são essenciais para a prevenção dessa praga, apontada como um dos principais problemas da pecuária brasileira. Ela  ataca o rebanho bovino, mas pode afetar também equinos, suínos e até o homem.

O inseto, de aparência e tamanho semelhantes à de moscas domésticas, se alimenta de sangue e é encontrado nas proximidades de estábulos e criações de gado em confinamentos (ambientes fechados).

De acordo com o pesquisador do núcleo,  Paulo Henrique Duarte Cançado, os ataques da mosca ocorrem principalmente no lombo e nas patas dos animais, o que deixa os animais inquietos e irritados. O dano causado pela picada acarreta a perda de peso e até morte.

Em emergências, o inseticida é uma alternativa para o produtor, porém, por não ser uma opção sustentável, e seu uso contínuo propiciar a seleção e desenvolvimento de populações de moscas resistentes, deve ser utilizado apenas em casos extremos.

A pesquisa  mostra que a prevenção e controle podem ser feitos a partir de medidas simples e que devem fazer parte da rotina dos criatórios, destacando-se entre elas:

Manter a higiene das instalações, limpando as fezes e restos alimentares, principalmente em propriedades com sistema de confinamento ou leiterias (estabelecimentos de venda de leite e derivados); e

Remover e dar destino adequado (espalhamento ou compostagem) aos resíduos alimentares de animais, bem como de dejetos e matéria orgânica acumulados, pois representam fontes de criação de larvas de moscas.

Fonte: Embrapa

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