Caprinocultores conseguem manter produção mesmo com a CAE, doença que atinge os animais
Ao seguir boas práticas de manejo, o caprinocultor consegue manter a produção leiteira mesmo com animais portadores de artrite encefalite caprina (CAE), doença viral que acomete cabras e bodes. Para isso, são fundamentais medidas como o monitoramento constante do rebanho por meio de teste sorológico semestral para o diagnóstico da doença e a separação dos animais doentes. Essas são algumas conclusões de mais de 25 anos de pesquisa do núcleo Embrapa Caprinos e Ovinos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e que foram reunidas no documento “Orientações de controle da artrite encefalite caprina em rebanhos leiteiros: conviver mantendo a produção” destinado a criatórios de diferentes portes e níveis de infraestrutura e que auxilia o produtor com medidas preventivas e de controle da doença.
A doença é incurável e de alta prevalência em rebanhos leiteiros nacionais e ocasiona importantes perdas econômicas, causando diminuição da produção e da qualidade do leite. A novidade é que o conjunto de práticas recomendado pelos pesquisadores da Embrapa permite a convivência e a manutenção da produção leiteira em rebanhos nos quais há animais diagnosticados com a artrite encefalite caprina (CAE).
De acordo com o pesquisador Rizaldo Pinheiro, anteriormente, a maneira de controlar a enfermidade nos rebanhos era abater os animais cujos resultados dos testes fossem positivos. “Esse procedimento era baseado, principalmente, na literatura europeia vigente na época. Hoje, vale o que diz a Instrução Normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) de setembro de 2013, que determina notificação mensal de qualquer caso confirmado da doença”, explica.
Foto: Adilson Nóbrega
Mortadela de frango com fibra de laranja pera apresenta menos gordura
Uso de fibras provenientes da laranja pera em mortadelas de frango possibilitou que o alimento obtivesse menor quantidade de gordura e redução de mais de 50% no teor calórico. Os resultados são positivos, pois foi possível manter as propriedades funcionais e sensoriais – como aroma, sabor e textura – da carne, além de trazer benefícios econômicos com a possível diminuição do preço.
A conclusão fez parte da tese de doutorado defendida pela nutricionista Rodicler Cerezoli Bortoluzzi na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo o professor Massami Shimokomaki, da FCF. que orientou a tese, “o estudo mostra uma alternativa promissora para a enorme quantidade de fibra da laranja, existente em larga escala no Brasil devido à produção do suco de laranja”.
Segundo Massami, “após obter a polpa em uma fábrica de suco de laranja e processá-la até que virasse pó, o produto foi inserido no processo de fabricação da mortadela de frango como substituto de grande parte da gordura antes utilizada”.
“Com a substituição de gordura pela fibra obtida da polpa de laranja verificamos que houve redução de até 70% de gordura e o teor calórico diminuiu 51%”, explica Massami e acrescenta:
“Os produtos à base de carne, não costumam apresentar fibras em sua composição. O uso dessa alternativa proposta pela pesquisa ajuda a aumentar significativamente a presença de fibras nesse produto cárneo e pode beneficiar a alimentação”.
Seara Alimentos ingressa no segmento de peixes e frutos do mar
A Seara Alimentos, do grupo JBS, amplia sua oferta de proteína ao consumidor ao ingressar no segmento de peixes e frutos do mar. Já estão no mercado dez novas opções de produtos, que estarão disponíveis em todo o território nacional no decorrer de 2020.
A linha de produtos é composta por: filé de tilápia, salmão em pedaços e lombo de salmão. Também compõem a linha o kit paella, mexilhão, anéis de lula e quatro opções de camarão, sendo um deles empanado.
A linha conta com uma seleção de peixes e frutos do mar congelados um a um, o que possibilita ao consumidor usar apenas o que precisar e guardar o restante para outro momento, garantindo a qualidade e a preservação do sabor e as características nutricionais.
O diretor do negócio de Pescados da Seara Alimentos, Sandro Facchini, afirma que a escolha do ingresso da empresa neste setor se deu pelo crescente consumo desse tipo de proteína no Brasil, trazendo uma oportunidade de ampliar a linha de produtos da marca no setor de alimentos, um dos mais inovadores e completos do mercado.
Fonte: JBS
Apicultor de Minas Gerais cria carrinho para transporte de melgueiras
A colheita do mel exige boas práticas para preservar a qualidade do produto e suas características originais, bem como uma coleta eficiente. O transporte das melgueiras do apiário até a casa do mel é uma dessas etapas. Para facilitar e garantir mais segurança no trajeto, o apicultor José Nilton dos Santos (foto) do município de São João da Ponte, em Minas Gerais, criou um carrinho artesanal feito com sobras de madeira e uma roda de motocicleta.
Atualmente, José Nilton conta com 11 colmeias povoadas e vai para a sua segunda colheita. Com orientação técnica, o apicultor dobrou a produção. No ano passado, colheu 100 quilos de mel, e agora, no início da colheita, já foram coletados 210 quilos. Foi quando ele resolveu criar um veículo próprio para transportar as melgueiras.
Antes ele fazia o transporte com o carrinho de mão e não dava para transportar mais de uma melgueira, correndo o risco de cair por não ser adequado para o transporte.
O carrinho é simples, mas, com ele, o apicultor consegue transportar até quatro melgueiras de uma vez, com segurança. “Esse carrinho é mais fundo e reto, não balança e suporta mais peso, até 45 quilos”, detalha o produtor. A inovação facilitou a lida no campo e diminuiu o tempo de carregamento e de transporte.
O trajeto é de, pelo menos, 500 metros de distância. As melgueiras são cobertas com bandejas galvanizadas para proteger os favos operculados, evitar a entrada de abelhas e de poeira e, com isso, garantir a qualidade do mel.
Embrapa cria isca artificial que permite aumento de mais de 50% de produtividade na pesca artesanal
Uma opção de isca artificial que usa fitilhos prateados (tiras de matéria plástica muito resistentes), material barato e facilmente encontrado no comércio, mostrou ganho de até 55% na pesca artesanal quando comparada a outras situações de pesca. O resultado faz parte de um dos experimentos do projeto PescAraguaia do núcleo pesca e aquicultura da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), conduzido em Caseara, município do estado de Tocantins.
Ao todo, o projeto envolveu 15 comunidades pesqueiras (entre colônias de pescadores e aldeias indígenas) de municípios da bacia do Araguaia no Tocantins.
O experimento abrangeu cinco expedições pesqueiras em oito locais de pesca do rio. No total, foram 53 lances de redes de emalhe, também chamadas malhadeiras e que são a principal modalidade usada pelos pescadores artesanais da bacia Araguaia-Tocantins.
As redes foram divididas em três partes iguais, duas com iscas artificiais e uma sem isca, considerada o controle ou referência no experimento. Além dos fitilhos prateados, foram usados lightsticks ou bastões de luz. Ambos facilmente encontrados no mercado.
O coordenador do projeto PescAraguaia, Adriano Prysthon, comemora o resultado do projeto. “Tivemos sucesso em aumentar a produtividade com baixo investimento e fácil acesso aos pescadores”.
Ele destaca ainda que essa tecnologia, gerada em parceria com a Universidade Estadual de Santa Catarina, pode ser estendida para qualquer ecossistema aquático onde haja pesca artesanal, seja em ambiente continental ou marinho.
Foto: Adriano Prysthon
UFLA cria método preciso, prático e rápido na elaboração de rações para frangos de corte
A indústria brasileira ligada à produção de frangos de corte ocupa uma posição de destaque no cenário econômico nacional e internacional, com previsões de bater recorde em 2021. Para que o produto chegue com qualidade ao consumidor, os cuidados se iniciam na alimentação das aves.
Produtores buscam elaborar rações balanceadas e com teor nutricional necessário para o desenvolvimento adequado das aves, minimizando custos e impactos ambientais.
Com o objetivo de contribuir para esse mercado, pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais, criaram uma metodologia que calcula a quantidade necessária de alimento a ser consumida pelo frango, oferecendo assim uma ração balanceada.
A linha de pesquisa, com professores do Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas e da Faculdade de Zootecnia e Medicina Veterinária, é inovadora por oferecer um método preciso, prático e rápido.
As equações propostas no estudo apresentaram resultados precisos, uma vez que foram avaliadas por meio de testes em laboratório para validação dos resultados.
A pesquisadora Tatiane Carvalho Alvarenga, doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Estatística e Experimentação Agropecuária, ressalta que “a pesquisa contribui tanto em termos metodológicos quanto em termos práticos para a obtenção de produtos tecnológicos inovadores”.
O professor Renato Ribeiro de Lima explica que a equipe de pesquisadores da área de Estatística e Zootecnia trabalha na obtenção de equações de predição da energia de alimentos para frangos de corte há algum tempo e foram imprescindíveis para os resultados do estudo.
“Essas equações são de extrema importância na formulação de rações balanceadas, pois garantem que a energia disponível nos alimentos seja determinada de maneira precisa. Assim, o uso desses alimentos é otimizado, garantindo uma maior eficiência na produção de frangos de corte e diminuindo impactos ambientais”, explica.
Aplicativo auxilia produtor de leite no controle da mastite, principal doença que ataca as vacas
Com linguagem simples e acessível a todos produtores, o Mast Check, desenvolvido pela MSD Saúde Animal, é capaz de registrar cada vaca doente e qual o produto usar, independentemente da marca.
A mastite é considerada a doença que mais causa prejuízos para a produção leiteira mundial. No Brasil, de acordo com a Embrapa a enfermidade acomete cerca de 20% a 38% de todo rebanho nacional, refletindo diretamente na produtividade. Estima-se que a redução da produção de leite responda por 70% de todos os custos da mastite, que vão desde os custos com medicamentos, descarte de leite e de animais, efeitos negativos sobre a reprodução e na qualidade do leite.
Visando contribuir para a solução deste problema, a MSD Saúde Animal criou e lançou o Mast Check, um aplicativo de celular destinado à gestão da mastite. “Com esse dispositivo, de fácil manuseio, é possível registrar a vaca doente, identificar a parte da glândula mamária afetada, o medicamento aplicado e programar as próximas aplicações e o descarte de leite”, diz Gustavo Ferro, gerente de Precisão, da MSD Saúde Animal.
EPAMIG desenvolve projeto para impulsionar silagem de trigo em Minas Gerais
O uso de silagem de trigo para alimentação de bovinos cresce cada vez mais no Brasil, sobretudo em estados da região Sudeste do país. O produto (preparado e conservado em silo) pode ser oferecido tanto para gado de leite como para gado de corte. Em Minas Gerais, porém, a silagem de trigo ainda não é um recurso utilizado em larga escala no estado.
Por isso, a Empresa de Pesquisa Agropecuária do estado (EPAMIG) desenvolve um projeto para impulsionar essa alternativa de alimentação animal.
O pesquisador da empresa, Maurício Coelho, explica que boa parte das cultivares de trigo disponíveis e adaptadas para as condições de clima e solo de Minas Gerais não são aptas para a silagem de trigo.
“As espigas possuem uma estrutura que a gente chama de arista que dificulta a digestão da silagem e, às vezes, acaba até ferindo o rúmen dos animais, explica Maurício.
Para resolver o problema, a EPAMIG realizou pesquisas com a cultivar de trigo MGS Brilhante, que está plenamente adaptada às condições de solo Minas Gerais e já é utilizada por produtores para produção de grãos.
No chamado período de sequeiro, com incidência regular de chuvas, a MGS Brilhante produz entre 25 e 35 toneladas de silagem por hectare. Já sob irrigação, a cultivar produz mais de 50 toneladas de silagem por hectare.
Maurício afirma que a silagem de trigo MGS Brilhante oferece algumas vantagens para os pecuaristas mineiros. De acordo com o pesquisador, a tecnologia é uma alternativa de produção de forragem na entressafra, com alto valor proteico e energético.
Engenharia agrícola: geração de energia solar reduz conta de luz no campo
O sistema de geração de energia elétrica solar tem se tornado uma alternativa para o produtor reduzir a tarifa da conta de luz na propriedade rural. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil possui mais de 12 mil propriedades que geram a própria energia com usinas fotovoltaicas.
O Sítio Primavera, no município de Ervália, em Minas Gerais, é um exemplo. Desde 2018, a fazenda produz energia solar para manter as atividades de avicultura e cafeicultura.
“Além de reduzir o custo de energia, que é um dos gargalos da avicultura, o sistema fotovoltaico contribui para reduzir a dependência do represamento de águas”, afirma o produtor e proprietário do Sítio Primavera, Félix Santos (na foto mostrando um medidor).
O investimento todo ficou próximo de R$ 140 mil, entre equipamentos, inversores, mesas e instalações. As placas ocupam uma área de 200 metros quadrados e geram 4 mil quilowatts por mês, o suficiente para abastecer o aviário, a estrutura de pós-colheita do café e duas casas de funcionários.
No sistema fotovoltaico, a irradiação solar é transformada diretamente em energia elétrica. As placas desse sistema contêm células solares produzidas com material semicondutor. Quando os raios de sol atingem uma célula é gerada a energia.
Fonte: (CNA) Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil
Búfalas: pesquisa da USP mostra como melhorar o desempenho e aumentar a produção de leite
Uma técnica desenvolvida no núcleo de Pirassununga da Universidade de São Paulo (USP) mostra que é possível diminuir o intervalo entre gerações de búfalos de cinco anos para apenas um e elevar a qualidade genética do rebanho, com impacto positivo na produtividade de leite e de carne.
A experiência já tinha sido feita com as raças bovinas Nelore e Holandesa. Agora foi repetida com búfalas. Com um aparelho chamado laparoscópio, os pesquisadores retiram os ócitos de novilhas com apenas dois meses de idade, bem antes da fase normal de reprodução, e enviam o material para um laboratório parceiro responsável pela fecundação. Em seguida, o embrião é implantado em uma vaca adulta, como uma “barriga de aluguel”.
“Nós antecipamos a vida reprodutiva do animal; então uma bezerra com três meses conseguiu produzir os ócitos que foram fertilizados, se transformaram em embriões e foram transferidos sete dias depois”, explica o professor Flávio Meirelles, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA).
Segundo o pesquisador, “aos 13 meses, essa bezerra já é mãe, pois tem uma filha nascida”. E acrescenta:
“Ela pode ter uma nova geração em um ano e pode estar produzindo em torno de três a quatro anos na sequência. Isso quer dizer o quê? Que você encurta o intervalo de geração e aumenta o ganho genético de uma maneira muito importante, pois você ganha quase três anos por geração”.
Fonte: USP
Avicultura: Katayama Alimentos lança linha de ovos orgânicos
Baseada em estudos do seu setor de pesquisas, A Katayama Alimentos resolveu ampliar sua linha de produtos com o lançamento de ovos orgânicos caipiras. Segundo a empresa, o grande diferencial desse tipo dos ovos está na alimentação das aves.
No sistema de produção da Katayma, as aves vivem em ambiente com livre acesso às áreas externas, podendo ciscar à vontade e expressar todos os seus comportamentos naturais; recebem apenas alimentação vegetal com ingredientes orgânicos e naturais, a fim de propiciar uma dieta saudável e equilibrada; e são tratadas com homeopatia, visando fortalecer a saúde dos animais e evitar a transmissão de resíduos químicos para os ovos.
As aves ainda são mantidas em galpões cobertos e climatizados para se recolherem à noite e quando quiserem durante o dia. Além disso, têm acesso livre à alimentação e água fresca, e liberdade para botar seus ovos em ninhos.
“Iniciarmos nosso projeto com uma oferta pequena e gradativamente vamos ganhar espaço nas gôndolas dos clientes atuais e futuros”, diz Gilson Tadashi Katayama, diretor comercial do grupo Katayama. “Para a primeira fase do projeto, projetamos uma produção de cerca de 30 milhões de ovos orgânicos caipiras por ano”, destaca Gilson.
Os ovos orgânicos da empresa possuem o Selo Oficial Orgânico Brasil, atestado pelo IBD – Associação de Certificação Instituto Biodinâmico, e o Selo Certified Humane Brasil – Bem-Estar Animal, que garante que o alimento é oriundo de produtores que atendem exigências rigorosas de bem-estar animal.
Fonte: Katayama Alimentos
Embrapa cria e usa com sucesso técnica rara de coleta de embriões de ovinos
A primeira coleta não cirúrgica de embriões da raça de ovinos Morada Nova realizada com sucesso ocorreu no núcleo Pecuária Sudeste da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O procedimento foi realizado em 36 doadoras.
De acordo com o pesquisador Jeferson Fonseca do núcleo Caprinos e Ovinos da Embrapa, em Sobral (CE), a técnica mundialmente utilizada para a coleta de embriões em ovinos é a cirúrgica. No entanto, com seu uso, há muitos riscos para o animal, como a ocorrência de sequelas.
A proposta da coleta embrionária não-cirúrgica transcervical em ovelhas é abolir a cirurgia. “A expectativa é ter suporte de conhecimento a respeito da eficiência e viabilidade da técnica de coleta embrionária não-cirúrgica transcervical em ovelhas de várias raças de interesse nacional. Os resultados podem consolidar o Brasil como referência mundial sobre produção in vivo de embriões ovinos recuperados por via não cirúrgica”, explica Fonseca.
“A técnica de coleta de embriões possibilita que uma doadora (melhor geneticamente) produza muito mais crias durante sua vida produtiva. Por exemplo, uma doadora pode, em média, gerar de cinco a seis embriões por coleta, que pode ser repetida mensalmente, no caso da via não cirúrgica. Ou seja, ela pode ser responsável por gerar cerca de 20 crias em um ano”, destaca o pesquisador do núcleo Caprinos e Ovinos da Embrapa.
Foto: Gisele Rosso
Nasce filha do primeiro clone de Gir Leiteiro da Embrapa Cerrados
A bezerra Florida do Cerrados, que nasceu no Centro de Tecnologias em Raças Zebuínas Leiteiras (CTZL) do núcleo Embrapa Cerrados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), não é um animal qualquer. Ela é filha da vaca Acácia do Cerrados, primeiro e único clone de Gir Leiteiro do programa de seleção da raça no CTZL, obtido pela técnica de transferência nuclear há três anos.
Com o uso da técnica, o animal clonado foi obtido a partir de material genético da doadora (Acácia), o qual foi gestado por uma vaca receptora (barriga de aluguel).
Acácia foi inseminada artificialmente com sêmen convencional (não sexado) do touro Gir Leiteiro PH Uísque, um animal premiado do rebanho de Paulo Horta, criador no Distrito Federal. O touro já é falecido, mas o sêmen está disponível em uma central de inseminação.
“Tivemos sorte de ter nascido uma fêmea, já que as chances são de 50% para cada sexo quando se usa sêmen convencional”, afirmam os pesquisadores do núcleo, que também chamam a atenção para a precocidade da mãe-clone: “A Acácia emprenhou com dois anos e três meses de idade. O normal para a raça Gir Leiteiro é que isso ocorra acima dos três anos explicam”.
Foto: Breno Lobato
AgroMais entrevista Ezequiel Nólio, um dos primeiros criadores de gado leiteiro do Brasil a fazer uso de robôs para ordenhar vacas
Com propriedade (fazenda Tambo Nólio) no município de Pirai, no Rio Grande do Sul, Ezequiel Nólio iniciou sua criação com duas vacas e com o aumento do número de animais resolveu expandir seu negócio e, para isso, adquiriu dois robôs da empresa holandesa Lely, sediada no Brasil em Carambeí (PR).
A razão que levou o criador a tomar essa decisão resultou do fato de que Pirai sofre severa escassez de mão-de-obra, que inviabiliza a criação de gado,“Com a automação da Tambo Nólio e sem precisar de empregados consegui superar esse problema”, diz o criador.
“Hoje, acrescenta, “tenho 200 vacas, 120 das quais em lactação; todas têm suas necessidades atendidas pelos robôs; por exemplo, recebem ração e assistência sanitária (envolvendo principalmente a mastite, uma das doenças que mais prejuízos causam aos criadores)”.
Ezequiel Nólio produz mais oito litros por vaca e sua produção diária chega a 4.400, litros, a qual é fornecida à Cooperativa Santa Clara de Pirai.
Na aquisição dos dois robôs o criador aplicou dois milhões de reais, oriundos de empréstimos obtidos na rede bancária.
Para contato: https://www.youtube.com/watch?v=Xmkia_Mv2EA
Fonte: AgroMais
Universidade de Viçosa obtém nos Estados Unidos patente de vacina contra doença que ataca suínos
Uma vacina genuinamente brasileira, criada por pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, para imunizar suínos contra o vírus PCV2, acaba de ser patenteada nos Estados Unidos. Esse vírus ataca granjas em todo o mundo, causando definhamento dos leitões e prejuízos aos produtores.
Até agora, as vacinas disponíveis no Brasil para prevenção das infecções são importadas e muito caras.
A vacina é fruto de mais de 15 anos de trabalho das equipes coordenadas pelos professores Márcia Rogéria de Almeida Lamêgo, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, e Abelardo Silva Júnior, do Departamento de Veterinária (DVT). Os resultados obtidos nas provas de campo, em camundongos e suínos naturalmente infectados, mostraram que o protótipo desenvolvido tem eficiência superior às vacinas importadas disponíveis no mercado brasileiro.
O desenvolvimento da tecnologia vacinal do PCV2 foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O pedido de patente foi depositado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em nome da UFV e da Fapemig.
Fonte: UFV
Estudo do Instituto de Pesca (IP) de São Paulo encurta criação de alevinos (filhotes) de salmão no Brasil
Pesquisa inédita do Instituto de Pesca (IP) de São Paulo possibilitou a geração de alevinos (filhotes) de salmão do Atlântico em dois anos – enquanto naturalmente são necessários quatro anos para a reprodução do peixe. A celeridade do processo está na utilização da truta arco-íris como barriga de aluguel para produção do salmão, conforme indica um informe divulgado pela própria instituição.
A técnica permite acelerar o processo de melhoramento genético do salmão do Atlântico em até metade do tempo que seria necessário, levando em conta os métodos tradicionais.
A dificuldade de se produzir salmão no Brasil está na temperatura das águas dos rios. A pesquisadora Yara Aiko Tabata explica que os salmonídeos, que englobam os salmões e trutas, existentes no país são do tipo landlocked, ou seja, que fazem o ciclo de vida completo em água doce.
No caso da truta, o seu cultivo é mais difundido no Brasil, pois ela já se encontra aclimatada e apresenta bons índices reprodutivos em águas com temperatura de 10º a 12ºC. Já o salmão do Atlântico requer temperaturas mais baixas, ao redor de 8ºC.
Segundo os pesquisadores, para realizar o melhoramento genético das espécies são necessárias várias gerações. Considerando um processo de melhoramento de três gerações, e como o salmão leva cerca de quatro anos para atingir a idade reprodutiva, este processo levaria no mínimo 12 anos. Com a utilização da truta arco-íris como barriga de aluguel, é possível encurtar esse período pela metade.
Foto: Pixnio
Unesp deposita no INPI patente de equipamento que permite obter altura ideal da pastagem para o gado
Essa prática agora se tornou possível graças a um equipamento criado pela UNESP (Universidade Estadual Paulista) que automatiza a medição da altura da pastagem. A medição é feita por meio de ultrassom, dispensando assim técnicas manuais que fazem uso de régua ou trena.
Desenvolvido pelo zootecnista Leandro Coelho de Araújo, professor no Departamento de Biologia e Zootecnia, e pelo engenheiro mecânico Douglas Domingues Bueno, professor no Departamento de Matemática do núcleo Ilha Solteira da UNESP“, o equipamento é capaz de realizar dezenas de registros por minuto, cobrindo uma área muito maior e com muito mais precisão que a medição manual, permitindo uma maior eficiência de pastejo”, explica Araújo.
“Essa busca pelo ótimo, acrescenta, é o que se chama hoje em dia de Zootecnia de Precisão: cada dia que você perde com os animais abaixo da sua eficiência de pastejo resulta em menor produtividade para o produtor”.
O equipamento (já patenteado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial-INPI) apresenta outra vantagem: é de pequeno porte e, por isso, pode ser acoplado a um drone, permitindo o registro e o cálculo da altura do capim de grandes áreas destinadas à pecuária.
Fonte: Unesp
Embrapa cria protocolo para produzir carne que neutraliza emissões de gases
Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveram um protocolo a ser seguido por criadores de gado interessados em produzir carne neutralizando os impactos causados pelas emissões de gases causadores de efeito estufa, os GEEs. Considerada uma das fontes emissoras desses gases, especialmente por causa do gás metano gerado no processo de digestão dos bovinos, a pecuária é capaz de compensar suas emissões ao integrar a produção com o plantio de árvores e manejo adequado das pastagens, por exemplo.
De olho nessa solução, pesquisadores do núcleo Gado de Corte da Embrapa, em Mato Grosso do Sul, desenvolveram as diretrizes para compensar as emissões geradas no campo, baseando-se em pesquisas com medições e estimativas de emissão e absorção de carbono-equivalente envolvidas na pecuária.
O resultado foi o protocolo Carne Carbono Neutro (CCN), que tem como base os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, ou silvipastoris. “A Carne Carbono Neutro está baseada nesse protocolo, um conjunto de normas que devem ser seguidas pelos produtores e atestadas por uma certificadora credenciada pela Embrapa,” explica a pesquisadora Fabiana Villa Alves.
A presença de árvores integradas ao sistema produtivo é uma das exigências do protocolo. O produtor pode optar por integrar a pecuária com floresta (IPF) ou ainda inserir lavoura no sistema, conhecido como ILPF ou integração lavoura-pecuária-floresta.
Foto: iStock
Capins adaptados evitam desmatamento de 23 milhões de hectares na Amazônia
Capins (gramíneas) desenvolvidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) têm ajudado criadores de gado da Amazônia a manter a atividade pecuária produtiva mesmo em áreas com encharcamento, problema que causa a degradação e morte de pastagens na região.
Adaptados a solos com baixa capacidade de drenagem, esses capins apresentam boa resistência no pasto e elevada produção de forragem de qualidade, características que proporcionam vida longa às pastagens e aumentam a sua capacidade de suporte. Em criatórios do Acre, essas tecnologias mais que triplicaram a taxa de lotação do pasto, que subiu de uma para 3,6 unidades/animal por hectare, com ganhos para as famílias dos criadores e para o meio ambiente.
Esse aumento de produtividade evitou a abertura de novas áreas para a formação de pastagens. Estima-se que foram poupados 23 milhões de hectares de floresta, que não precisaram ser desmatados.
A pecuária bovina brasileira é praticada predominantemente a pasto. Segundo dados da Embrapa, entre 1985 e 2018, área de pastagens no país cresceu 43%, passando de 128 para 183 milhões de hectares. Estima-se que 70% dessa área, cerca de 130 milhões de hectares de pastagens, apresentem algum grau de degradação, situação que causa perdas na produção e prejuízos para os criadores, nas diferentes regiões.
Foto: Carlos Maurício de Andrade
Santa Catarina investe na melhoria genética da produção de tilápias
A Secretaria de Agricultura, Pesca e de Desenvolvimento Rural de Santa Catarina vai investir R$ 1,3 milhão para dar continuidade à pesquisa de melhoramento genético da tilápia-do-nilo. O trabalho será executado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do estado (Epagri), em Itajaí.
“Esse projeto é uma demanda antiga dos piscicultores de Santa Catarina e pode ter um grande impacto no nosso agronegócio”, diz o secretário de Agricultura, Ricardo de Gouvêa, e acrescenta:
“O cultivo de tilápia vem crescendo no estado e nós já somos uma referência em tecnologia e qualidade de produção. Com a ampliação da pesquisa e o uso de novas técnicas de melhoramento genético poderemos ter ganhos ainda maiores na produção”.
A intenção é, através da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico, melhorar a produção e a produtividade da piscicultura catarinense e, como consequência, melhorar também a renda e a qualidade de vida dos produtores catarinenses.
O pesquisador da Epagri, Bruno Correa, explica que a pesquisa irá selecionar tilápias com maior crescimento e melhor desempenho nas condições de cultivo e clima de Santa Catarina. A partir dessa seleção serão formadas as matrizes, que serão disponibilizadas para os produtores de alevinos.
Foto: Epagri