Pesquisa mostra que consumidor compra iogurte pela marca e não pelo preço
Essa foi a conclusão a que chegaram pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais. Realizada pelo Núcleo de Estudos em Novos Produtos e Análise Sensorial do Departamento de Ciência dos Alimentos (DCA), a pesquisa avaliou a influência do preço, da marca e das características sensoriais na aceitação e intenção de compra de iogurtes.
Para o professor do DCA e orientador da pesquisa, João de Deus Souza Carneiro, “tanto características sensoriais do produto como cor, sabor, aparência e textura, quanto a marca e o preço influenciam na percepção sensorial e na intenção de compra”. “Em alguns casos, acrescenta, “uma marca já consolidada, aliada a uma boa estratégia de marketing, exerce uma grande influência no processo de compra das pessoas”.
A pesquisa compreendeu testes com cinco marcas de iogurte de morango e envolveram 72 consumidores (provadores).
As amostras de iogurte foram avaliadas em três sessões, quanto à aceitação sensorial e intenção de compra: na primeira sessão as amostras foram avaliadas codificadas, na segunda sessão foi informado o preço de cada iogurte e na terceira sessão foi informada a marca de cada iogurte.
“Observamos que as marcas nacionais tiveram maior influência na intenção de compra dos consumidores, mas notamos também que nos testes com amostras codificadas os iogurtes regionais tiveram maior aceitação que os nacionais”, ressalta o orientador da pesquisa.
Fonte: UFLA
Instituto Biológico de São Paulo aumenta em 50% a produção de tuberculina
Fundado há 90 anos aproximadamente para atuar nas áreas de sanidade animal e vegetal, buscando soluções para controle de doenças que afetam animais e plantas (principalmente bovinos), o Instituto Biológico de São Paulo (IB) acaba obter uma conquista inédita: produziu e liberou uma partida (lote) com mais de 460 mil doses de tuberculina (antígeno usado para diagnóstico de tuberculose em bovinos).
Essa partida, aprovada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), é 50% maior que uma convencional. Antes de 2019, o IB liberava, ao longo de cada ano, diversas partidas (cada uma com frascos contendo 50 doses).
As doses produzidas em 2019 já estão disponíveis aos médicos veterinários habilitados.
Sem os testes envolvendo a tuberculina, não é possível a realização de compra, venda, trânsito e exportação de bovinos e carne desses animais.
O IB é a única instituição brasileira autorizada a produzir a tuberculina.
Fonte: Instituto Biológico de São Paulo
Universidade de São Paulo desenvolve mortadela mais saudável com óleo de soja
A substituição da gordura animal por vegetal na fabricação de mortadelas torna este embutido muito saudável para os consumidores. Na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de alimentos (FZEA) da Universidade de São Paulo (USP), em Pirassununga, pesquisadores obtiveram êxito no desenvolvimento de uma mortadela que leva óleo de soja em substituição à gordura suína.
“Além dos benefícios nutricionais, verificamos que a substituição da gordura suína por óleo de soja não prejudicou aspectos tecnológicos importantes, como o rendimento, a textura, a oxidação lipídica e a estabilidade microbiológica (vida de prateleira)”, diz o coordenador do estudo, o professor Marco Antônio Trindade, da FZEA.
Trindade explica que as mortadelas são comumente fabricadas a partir da mistura de carnes (suína ou bovina) e de gordura suína. Elas são misturadas, trituradas, formando uma emulsão (massa lisa). Posteriormente, são adicionados aqueles pedaços inteiros de gordura suína que caracterizam a mortadela. O teor de gordura e proteína gira entre 12% e 15%.
“Algumas marcas já oferecem mortadela sem essa gordura aparente”, lembra Trindade. “O produto desenvolvido nos Laboratórios do Departamento de Engenharia de Alimentos da FZEA não tem essa gordura aparente, mas apresenta o mesmo teor de gordura e proteínas das mortadelas comerciais”, informa o professor.
A ideia, segundo ele, era desenvolver um produto mais saudável para os consumidores, visto que a mortadela padrão tem alto teor de colesterol e de ácidos graxos saturados, prejudiciais ao organismo. Já o óleo de soja, ao contrário, é rico em ácidos graxos poli-insaturados, mais saudáveis ao organismo humano.
Fonte: Universidade de São Paulo
Unesp desenvolve equipamento para obter altura ideal da pastagem para o gado
Essa prática agora se tornou possível graças a um equipamento criado pela UNESP (Universidade Estadual Paulista) que automatiza a medição da altura da pastagem. A medição é feita por meio de ultrassom, dispensando assim técnicas manuais que fazem uso de régua ou trena.
Desenvolvido pelo zootecnista Leandro Coelho de Araújo, professor no Departamento de Biologia e Zootecnia, e pelo engenheiro mecânico Douglas Domingues Bueno, professor no Departamento de Matemática do núcleo Ilha Solteira da UNESP“, o equipamento é capaz de realizar dezenas de registros por minuto, cobrindo uma área muito maior e com muito mais precisão que a medição manual, permitindo uma maior eficiência de pastejo”, explica Araújo.
“Essa busca pelo ótimo, acrescenta, é o que se chama hoje em dia de Zootecnia de Precisão: cada dia que você perde com os animais abaixo da sua eficiência de pastejo resulta em menor produtividade para o produtor”,
O equipamento apresenta outra vantagem: é de pequeno porte e, por isso, pode ser acoplado a um drone, permitindo o registro e o cálculo da altura do capim de grandes áreas destinadas à pecuária.
Fonte: Unesp
Embrapa: aquicultura brasileira contará com sistema de inteligência territorial estratégica
Esse projeto envolvendo a aquicultura – uma das atividades do agronegócio que mais cresce no país – é uma iniciativa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O projeto – já em execução – consiste no mapeando, por imagens de satélite, dos viveiros de criação de peixes e outros animais aquáticos em todo o Brasil.
As informações ficarão disponíveis em uma plataforma online, que abrigará vasta quantidade de dados georreferenciados sobre a atividade aquícola, e comporão um sistema de inteligência territorial estratégica (site) da aquicultura brasileira.
O objetivo, de acordo com a empresa, é utilizar os dados organizados nacionalmente para impulsionar ainda mais os números da produção aquícola do país, que se encontra em franco crescimento.
A plataforma em construção apresentará para a aquicultura os cinco quadros definidos na metodologia da Embrapa para sistemas de inteligência territorial estratégica: natural, agrário, agrícola, infraestrutura e socioeconômico).
“Temos um conjunto significativo de dados secundários relacionados à produção agrícola, questões socioeconômicas e emprego para analisar a aquicultura nesses cinco quadros, integrando-os de forma coerente”, informa o analista Marcelo Fonseca, da Embrapa (núcleo Territorial).
Foto: Divulgação Embrapa
Virbac lança novo produto para combater parasitos que atacam bovinos
A Virbac Brasil, empresa veterinária que atua na fabricação de produtos para animais, resolveu investir no segmento de parasitos externos que atacam bovinos e lança no mercado um novo produto.
Batizado de effipro bovis, o medicamento é um inseticida e carrapaticida indicado para o tratamento e controle de parasitoses em bovinos, causadas por carrapatos, bernes e moscas dos Chifres.
A grande vantagem do produto, segundo a empresa, é que ele garante um efeito mais rápido e duradouro no controle e tratamento dos parasitos.
“Com o effipro bovis, a Virbac entra no segmento de parasitos externos”, diz o médico veterinário Bruno Lima, gerente técnico da linha bovinos da empresa, “Até então, explica, a empresa investia somente em produtos injetáveis para o controle de parasitos”.
Os carrapatos, bernes e moscas dos chifres estão entre os parasitos que causam mais prejuízos aos criadores de gado.
Os prejuízos envolvem perdas de animais, redução da produção de carne e de leite, além de gastos com a aquisição de medicamentos e de mão-de-obra especializada para tratamento dos animais.
Fonte: Virbac
Embrapa desenvolve protocolos de higienização de armazenamento de leite cru
Os núcleos Agroindústria de Alimentos e Gado de Leite da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveram protocolos de higienização de tanque coletivo de armazenamento de leite cru refrigerado.
A iniciativa atende solicitações apresentadas pelos próprios produtores de leite de base familiar, alegando que a falta de orientações para limpeza e higiene de ordenha se destaca como alguns dos principais problemas enfrentados por eles na comercialização do produto.
Os protocolos vão auxiliá-los no cumprimento das novas exigências impostas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que aumentaram o controle na qualidade e segurança da cadeia produtiva leiteira. As instruções normativas nº 76 e 77, de 2018, preveem, entre outras questões, que os produtores estejam aptos a higienizar de forma adequada os equipamentos de armazenamento de leite.
O trabalho da Embrapa foi desenvolvido na bacia leiteira do sul do estado do Rio de Janeiro e na região da Zona da Mata mineira com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e de outros parceiros locais.
Técnicos da Embrapa instalaram duas unidades demonstrativas de referência com o protocolo de higienização de tanques de armazenamento de leite em municípios dos dois estados e capacitaram cerca de 150 produtores familiares.
Fonte Embrapa
Pesquisadores concluem testes de soro para combater veneno de abelha
O desenvolvimento do soro (inédito no mundo) é resultado de uma parceria entre o Instituto Vital Brasil (IVB) e a Universidade Estadual Paulista (UNESP), entidades vinculadas, respectivamente, aos governos do estado do Rio de Janeiro e de São Paulo.
As pesquisas sobre o soro levaram 12 anos para ser concluídas e envolveram estudos de laboratório e testes em animais e seres humanos, dizem os coordenadores do projeto, Marcelo Abrahão Strauch, do (IVB), e Rui Seabra Ferreira Júnior, do Centro de Estudos de Venenos de Animais Peçonhentos da UNESP.
A próxima etapa do projeto, segundo eles, é a fabricação do medicamento, que ficará a cargo do IVB. Com o início da produção do soro – que deverá ocorrer até 2022 –, o Brasil passará a ser o único país a dispor do medicamento.
Atualmente, há 45 produtores de soros para animais peçonhentos no mundo, mas nenhum fabrica o soro contra veneno de abelha.
O soro é preparado com o próprio veneno da abelha (ver foto/UNESP). Para isso, a veneno do inseto é injetado em cavalo e, após a produção de anticorpos específicos pelo animal, amostras do sangue são recolhidas para a obtenção do plasma que será purificado e processado até chegar ao produto final.
Fonte: UNESP
UNESP: pesquisador desenvolve equipamento para geração de energia elétrica a partir de resíduos da criação de frango de corte
Resíduos da criação de frangos de corte (fezes, penas e restos de ração), podem ser utilizados para gerar energia elétrica por meio de biogás, combustível obtido a partir daqueles resíduos.
Isto agora se tornou possível graças a um equipamento (biodigestor) desenvolvido pelo pesquisador Airon Magno Aires em sua tese de doutorado em zootecnia (produção animal) defendida na Universidade Estadual Paulista (UNESP), em São Paulo.
Segundo o pesquisador, o criador de frangos de corte necessita, em média, de 26,5 quilowatt-hora de potência por cada galpão da granja. Com o biodigestor projetado por Airon, “um galpão de frangos pode gerar 65.250 metros cúbicos de biogás, os quais podem ser convertidos em 110,1 megawatts de energia”, diz ele.
A geração de biogás ocorre pela utilização de micro-organismos para degradação da matéria orgânica contida nos resíduos. Esse processo gera um composto de gases que pode ser convertido em energia.
Esse combustível poderá ser usado pelo próprio criador para substituir tanto a eletricidade necessária para a iluminação de galpões e funcionamento de equipamentos, quanto a lenha usada para aquecimento de pintinhos. “O biogás tem a vantagem de ser um combustível renovável e limpo, quando comparado à energia provinda de combustíveis fósseis (carvão e óleo diesel, entre outros) e lenha”, explica o pesquisador.
Fonte: EBC/Agência Brasil
Estudos revelam que carne de búfalo é quase 50% mais magra que carne bovina
Estudos desenvolvidos por dois núcleos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Rio Grande do Sul (Pecuária Sul e Clima Temperado) revelam que a carne de búfalo é quase 50% mais magra do que a bovina.
A conclusão teve por base em análises das qualidades físico-químicas das carnes de 50 animais da raça Murrah, que, com a Mediterrânea, integra a lista das mais utilizadas por criadores de búfalos no Brasil.
Os estudos demonstram que a média de gordura da carne bubalina é de apenas 1,29%, enquanto a da bovina de alimentados a pasto é de 2,25%.
Esse resultado pode contribuir para ampliar e diversificar o mercado de produtos bubalinos no país, hoje muito mais focado no leite, cujo crescimento é superior a 20% ao ano.
Os estudos mostram também que o rendimento de carcaça dos bubalinos é semelhante ao dos bovinos (47,7%). A pesquisadora do Pecuária Sul, Élen Nalério, explica que desde 2016 estão sendo avaliadas carcaças de animais abatidos com 27 meses.
Foto: Ronaldo Rosa
Embrapa desenvolve coletor de ovos para avicultura familiar
Um coletor que protege a produção de ovos de animais predadores – como cobras, cães, o pássaro canção e o lagarto teiú – está melhorando os resultados da avicultura familiar no Nordeste brasileiro. Desenvolvido pelo núcleo Meio-Norte da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o coletor, que já é conhecido como “piano de galinheiro, devido à semelhança com o instrumento musical, está mudando o perfil da produção de ovos caipiras de cinco municípios do Piauí e de um do Maranhão.
“A ideia de se projetar o coletor surgiu da necessidade de se encontrar uma solução para o grande índice de perda de ovos após a postura das aves, que chegava a mais de 50%”, revela o biólogo Marcos Jacob Almeida, um dos pesquisadores que desenvolveram o instrumento.
“Hoje, graças ao uso do invento, praticamente não há perdas de ovo nas criações”, garante Marcos. A seu ver, a vantagem principal do coletor, é que, após a postura, o ovo rola para um local protegido de predadores e das próprias galinhas, evitando, inclusive, o início do desenvolvimento não planejado de embriões”.
Ele destaca ainda que o coletor, por ser móvel, possibilita a limpeza e a higienização dos ninhos de forma mais prática e eficiente.
Foto: Fernando Sinimbu
Modelo de criação de suínos em família, reduz uso de antibióticos em 85% do rebanho
Um modelo desenvolvido pelo núcleo Suínos e Aves da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) comprovou que a criação de suínos em família – desde o nascimento até o abate – é capaz de reduzir significativamente o uso de antibiótico nos animais, por não misturar leitões de diferentes procedências, evitando o estresse e a disseminação de agentes infecciosos.
Desde que começou a ser implantado naquele núcleo em 2009, o novo sistema poupou 85% dos animais do uso de medicamentos. “Trata-se, segundo o pesquisador Nelson Morés, de um resultado pronto para o mercado, que impacta diretamente a segurança alimentar do produto final, oferecendo ao consumidor uma carne de alto valor agregado, que alia qualidade e sanidade”.
O sistema de produção de suínos em família é ideal para granjas com até 60 matrizes. Porém, de acordo com o pesquisador, essa prática pode ser adotada para até 210 matrizes, respeitando os princípios do sistema e mantendo cuidados especiais no transporte.
Desde que os pesquisadores iniciaram os estudos da produção de suínos em família, os dados obtidos são expressivos.“A necessidade de medicação injetável individual em animais que adoeceram ocorreu em apenas 3% do plantel na fase de creche e em 8,3% na fase de crescimento e abate” diz, Morés. “É um número extremamente baixo em relação ao total. Nesse período nenhum tratamento foi realizado de maneira coletiva, por meio da água ou da ração”, finaliza o pesquisador.
Foto: Monalisa Pereira
Equinos: UFLA desenvolve estudo inédito sobre melhoramento genético da raça Mangalarga Marchador
A iniciativa resulta de uma parceria entre a Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais, Ministério da Agricultura e a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM).
“Temos hoje a oportunidade de dar subsídio para uma futura implantação do primeiro programa de melhoramento genético de equinos no Brasil através da raça Mangalarga Marchador”, diz a professora Raquel Silva Moura, do Departamento de Zootecnia da UFLA, que coordena o estudo, juntamente com a professora Sarah Laguna Conceição Meirelles, do mesmo departamento.
A partir de um banco de dados cedido pelo Serviço de Registro Genealógico da ABCCMM, as pesquisadoras da UFLA iniciaram estudos para definição de equinos aptos para serem avaliados no projeto, que está sendo executado em etapas.
O projeto tem por objetivo principal aprimorar a seleção da marcha do Mangalarga Marchador, o qual se caracteriza pela capacidade de percorrer longas distâncias e, principalmente, pela maneira como se locomove “marchando”.
Segundo a ABCCMM o Mangalarga Marchador é o principal representante nacional de equinos marchadores.
APTA: estudo conclui que tilápias crescem mais alimentadas com 32% de proteína
Tilápias alimentadas com ração com teor de 32% de proteínas apresentam melhor desempenho em tanques-rede. Essa foi uma das conclusões da pesquisa feita por pesquisadores da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), ligada à Secretaria de Agricultura de São Paulo e do núcleo Meio Ambiente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
No trabalho, os pesquisadores observaram que esse percentual de proteína bruta favorece o desenvolvimento dos peixes, fazendo-os crescer mais e com maior velocidade.
O estudo avaliou o desempenho de tilápias alimentadas com rações comerciais, contendo diferentes níveis de proteína bruta, para avaliar o melhor teor para criações em tanques-rede em represas rurais.
O experimento teve duração de 227 dias e foi realizado em 12 tanques-rede estocados com 125 peixes/m3, instalados no Polo Regional do Leste Paulista, em Monte Alegre do Sul (SP).
A pesquisa demonstrou diferença no peso médio dos peixes alimentados com ração contendo 28% de proteína bruta, comparado ao dos peixes alimentados com 32% e 36%, evidenciando que a melhor taxa de eficiência proteica foi obtida na ração com 32%, o que a tornou indicada como o melhor nível proteico para a fase de crescimento.
A ração representa entre 40% e 60% dos custos totais das criações de tilápias.
Foto: Celia Scorvo/APTA
Novidade: Embrapa desenvolve tecnologia simples e acessível para avaliação de carcaça bovina
O Brasil é o segundo maior produtor e maior exportador mundial de carne bovina. Entretanto, estima-se que apenas 15% dos animais enviados para abate apresentam carcaças que atingem o padrão de qualidade na indústria frigorífica. Em vista isso, o núcleo Rondônia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveu um dispositivo (instrumento) prático e de fácil acesso, em que o próprio produtor pode avaliar, de forma rápida e precisa, o acabamento da carcaça dos bovinos destinados ao abate, ou seja, a espessura de gordura, uma das principais características relacionadas à qualidade da carne bovina.
A nova tecnologia consiste em duas hastes articuladas que, ao serem encostadas da garupa formam um ângulo que indica se o animal está magro, com gordura adequada para o abate ou com excesso de gordura. Esse dispositivo foi baseado em outra régua desenvolvida também pelo núcleo Rondônia para avaliar a condição corporal do rebanho, chamada Vetscore.
Não há no mercado nenhum instrumento similar para esse tipo de avaliação. Para o envio de animais para o abate, o produtor costuma fazer uma avaliação visual. Entretanto, ela é subjetiva e gera conflitos com os resultados recebidos do romaneio (documento emitido pelo frigorífico indicando o peso e valorização da carcaça). Outra opção é a ultrassonografia, à qual pouquíssimos produtores têm acesso, pois o custo é relativamente alto (cerca de R$15,00 por animal).
De acordo com o pesquisador do núcleo Rondônia e inventor do dispositivo, Luiz Pfeifer, a simplicidade e a eficiência da tecnologia fazem dela uma aliada tanto do pecuarista quanto da indústria frigorífica. “O uso desse instrumento pode beneficiar todos os elos da cadeia da carne. Com a avaliação e seleção de animais adequados para o abate, a indústria terá aumento do rendimento de carcaça fria, o produtor acesso aos programas de bonificação e o consumidor, maior qualidade de carne disponível no varejo”, explica.
Fonte: Embrapa
Embrapa: nova variedade de capim-elefante rende 30% a mais e é adotada em todas as regiões do país
Menos de três anos após ser lançada, em outubro de 2016, a variedade de capim-elefante BRS Capiaçu, destinada a gado de leite, já é cultivada em todas as regiões brasileiras e seu rendimento é 30% superior ao de outras variedades de capim elefante disponíveis no mercado, gerando cerca de 50 toneladas de matéria seca por hectare ao ano.
Desenvolvido pelo núcleo Gado de Leite da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o novo capim, cujo porte ultrapassa cinco metros de altura, apresenta touceiras densas e colmos eretos, o que facilita a colheita mecânica (ver foto); além disso, possui folhas longas e largas.
Adaptada às regiões de criação de gado leiteiro do país, a nova variedade pode ser fornecida aos animais picada no cocho ou como silagem (alimento conservado em silo para posterior fornecimento aos animais).
Segundo a Embrapa, é vantajoso fazer uso do novo capim em estado verde; é que, assim, apresenta maior valor nutritivo: cortado aos 50 dias, chega a ter 10% de teor de proteína; o teor cai para 6,5%, com o corte aos 90 dias e 5,5%, cortado aos 110 dias.
A Capiaçu, segundo a empresa, oferece outra vantagem importante: é uma alternativa para a produção de silagem de baixo custo. “O que se gasta com a produção de silagem da variedade é três vezes menos em comparação à silagem de milho ou de sorgo”, diz a Embrapa, acrescentando: “o valor nutritivo é comparável à silagem das forrageiras tradicionais e superior à da cana-de-açúcar”.
Foto: Marcos Lafalce
IAPAR emprega Inteligência artificial para identificar bovinos
Utilizando recursos da inteligência artificial – novo ramo da ciência da computação – pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) buscam melhorar a identificação de bovinos. Para isso, está em desenvolvimento um método de identificação baseado no padrão biométrico do espelho nasal dos animais (foto).
A coordenação do trabalho do órgão está a cargo do pesquisador João Aril Hill e conta com a colaboração do estudante de engenharia da computação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Lucas Nolasco.
Os tipos de identificação mais comuns para bovinos são: marcação a ferro quente, brincos nas orelhas e tatuagem.
Sobre os resultados do trabalho obtidos até agora diz Hill: “obtivemos taxas de acerto superiores a 95% nos testes, o que nos deixa animados”. E acrescenta:
É fundamental ampliar a base de dados, assim como melhorar a inteligência artificial, para que o sistema computacional seja mais preciso na identificação.
“Estamos tentando, por exemplo, ensinar o sistema a identificar os animais a partir de uma única imagem do espelho nasal. Atualmente são 40 imagens em momentos diferentes do mesmo bovino”, salienta.
Depois de informar que a identificação dos animais se baseia em um banco de dados das raças Purunã, Jersey e Holandês do rebanho do IAPAR, Hill afirma que a nova tecnologia ainda está em fase de desenvolvimento e que precisa “ser leve e rápida para que possa ser usada em dispositivos móveis, como celular”.
Fonte: IAPAR
Bovinos: novo método prevê antes do acasalamento quais animais vão gerar mais filhos
Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), em São Paulo, desenvolveu um método que acrescenta um novo parâmetro na seleção e preservação da variabilidade genética em uma população de gado.
Do estudo participaram também pesquisadores da universidade de Maryland, localizada no estado norte-americano do mesmo nome e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA em inglês).
Além do valor genético, associado ao potencial de um exemplar produzir leite, gordura e proteína, entre outros, a nova abordagem considera também a chamada variância da diversidade gamética. Esse novo parâmetro determina a capacidade de um indivíduo transmitir suas características às próximas gerações.
“Nem todos os descendentes de animais altamente produtivos herdam essa qualidade. Com o novo método, conseguimos selecionar aqueles que darão origem a descendentes extremamente produtivos”, diz Daniel Jordan de Abreu Santos, que realizou o estudo durante o seu pós-doutorado na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da da UNESP, em Jaboticabal (SP).
“A variância da diversidade gamética é gerada pela separação dos cromossomos homólogos e pela taxa de recombinação entre genes ligados neles. Até então, ela não era considerada pelo método de seleção tradicional”, explica o pesquisador.
O novo método estima as probabilidades de transmissão de características para as próximas gerações a partir dos dados genéticos de um reprodutor ou das combinações possíveis em um determinado acasalamento.
Apesar de ter sido desenvolvido para seleção de qualquer espécie bovina, na pesquisa a tecnologia foi aplicada em gado leiteiro das raças Jersey e Holstein (linhagem da raça holandesa), devido ao volume e qualidade de dados disponíveis.
As informações permitem estimar as possíveis combinações do material genético do pai e da mãe e prever como será a prole. “Agora, pode-se prever antes do acasalamento que animais vão gerar mais filhos altamente produtivos, acima da média esperada. A diversidade gamética é que vai dar esse valor; ela determina a capacidade do animal de transmitir suas características para a prole”, finaliza Santos.
O estudo foi financiado pela Fundação de Estudos de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo, pela Universidade de Maryland e pelo USDA.
Embrapa: novo método ajuda aumentar eficiência no uso de água na criação de bovinos de corte
Após dois anos de acompanhamento, pesquisadores do núcleo Gado de Corte da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estabeleceram uma medida de eficiência no uso de água, chamada consumo hídrico residual (CHR), na criação de bovinos de corte.
O CHR é a diferença do consumo de água que seria esperado de um animal em relação ao consumo que ele realmente utilizou.
O estudo do núcleo (inédito no país), realizado em um criatório do interior de São Paulo (SP) reuniu fêmeas da raça Senepol e a medição do consumo de água foi feita por meio de bebedouros eletrônicos. Os resultados apontaram que os animais menos eficientes, com alto CHR, consumiram, em média, 28,6 litros diários; já os eficientes, 21 litros (uma diferença de 24%).
As medições também propiciaram o cálculo da quantidade de água que cada animal necessita ingerir para ganhar um quilo de peso. Animais de menor eficiência hídrica consumiram 35,5 litros para cada quilo de peso vivo ganho. Os mais eficientes precisaram de apenas 26,6 litros para ganhar um quilo de peso por dia (diferença de 25%).
Foto: Assessoria Grama Sebepol
Sistema de identificação e monitoramento de animais, triplica taxa de prenhez de vacas
Utilizando um sistema eletrônico de identificação e monitoramento de animais desenvolvido pela empresa Allflex, a fazenda Vovô Zico, localizada em Bom Despacho (MG), que possui 109 vacas da raça Girolando em lactação, conseguiu triplicar a taxa de prenhez e aumentar também o índice da taxa de concepção.
De acordo com o proprietário do criatório, veterinário Bruno Eduardo de Oliveira Menezes, entre janeiro e abril de 2018 a fazenda tinha taxas de prenhez de 5,44% e de concepção de 14,47%, abaixo do esperado pelo criador.
Após implantar o sistema de monitoramento, os números aumentaram de forma significativa, comparados com o mesmo período daquele ano: a taxa de prenhez atingiu 17,4% e a de concepção saltou para 29,07%
“Com os colares de monitoramento, conseguimos ter um controle maior com relação à saúde das vacas e observação de cio; por isso, houve aumento das nossas taxas de prenhez e concepção”, diz Menezes, e acrescenta:
“Em pouco tempo da implantação do sistema de monitoramento, já batemos todas as nossas metas. Nossa média está em 24 litros de leite por animal e esperamos em breve chegar a uma média anual de 30 litros”.
Foto: Allflex /Attuale Comunicação